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Seria bastante dinheiro. Posso fazer tudo por pouco menos de dois mil e quinhentos dólares.

      – E quanto tempo demorarias?

      – Que tal se vieres buscá-lo na próxima quarta-feira? Preciso de alguns dias para encontrar uma nova transmissão.

      – Está bem. Obrigada, Phil – agradeceu, dirigindo-se para a porta.

      – Ouve, Grace…

      – Sim? – perguntou ela, olhando por cima do seu ombro.

      – Mike esteve por aqui ontem. Arranjámos o teu cinto de segurança e está resolvido. E se for o dinheiro que te deixa muito nervosa, não te preocupes. Ele disse-me que o Circle M vai pagar todos os gastos já que aconteceu enquanto estavas a trabalhar lá.

      Aquele atrevimento de Mike enfureceu Grace.

      – Phil, da última vez que verifiquei, esse carro estava em meu nome. O que significa que eu pago as reparações de que precise. Não fales com Mike Gardner sobre isso sob nenhuma circunstância, compreendes-me? O Circle M não vai pagar a nova transmissão do meu carro.

      – Sim, menina – concordou Phil, pigarreando. – Mas se o dinheiro é um problema, podemos estabelecer alguma facilidade de pagamento. Podes pagar um pouco cada mês. Sei que és cumpridora.

      Lágrimas brotaram dos olhos de Grace, que as afastou, pestanejando.

      – Obrigada, Phil – agradeceu, saindo da oficina. Sentia-se humilhada.

      Perguntou-se o que raios é que Mike estava a tentar fazer.

      Por muito que não quisesse, ia ter de encontrar outro trabalho e rezar para que o dia tivesse mais horas… para assim conseguir dormir um pouco.

      Grace levou uma mão à boca para disfarçar um bocejo. Pelo menos a contabilidade correra bem e todos os cheques estavam prontos. Connor e Mike estavam nas pradarias, Johanna saíra para fazer compras e Maren estava a dormir.

      Ouviu o barulho de uma televisão, devia ser Alex. Estar na cama a repousar devia estar a deixá-la louca.

      Grace viu as horas, decidiu fazer uma chávena de chá para ambas e fazer-lhe uma visita. Ao desligar o computador, ouviu também uns risinhos. Maren acordara.

      Fez chá e dirigiu-se para o andar de cima.

      Mãe e filha estavam na cama. Distraidamente, Alex estava a brincar com os caracóis escuros da sua pequena.

      Aquela era uma cena que Grace sabia que nunca teria e teve de engolir em seco para desfazer o nó amargo que sentia na garganta.

      – Grace! Entra! – exclamou Alex, ao vê-la à porta.

      – Trouxe chá.

      – Põe aqui, querida. A mãe vai beber algo quente.

      – Quente – repetiu Maren.

      – Está a começar a falar… – concluiu Grace, enquanto dava uma chávena de chá a Alex.

      – A quem o dizes! Passa o dia todo a balbuciar.

      Grace sentou-se na beira da cama.

      – Como estás?

      – Estou farta de estar na cama, farta de estar grávida e farta de não poder fazer nada. Supostamente, nem sequer posso pegar na minha própria filha ao colo.

      – Lamento – replicou Grace. – Simplesmente, precisas de sair deste quarto.

      A frustração de Alex era óbvia… e compreensível. Precisava de se sentir como uma mulher novamente.

      – Precisas de um dia de raparigas.

      – Sim, claro. Não posso sair daqui.

      – E então? Eu posso trazer tudo.

      Grace foi à casa de banho e pegou numa escova de cabelo, num estojo de maquilhagem, em verniz para as unhas e em alguns acessórios para o cabelo.

      Enquanto Maren observava, com os olhos esbugalhados, Grace ajudou Alex a mudar de roupa e a vestir umas calças de ganga de maternidade e uma bonita camisola vermelha. Depois de estar vestida, penteou o seu cabelo preto comprido. Alex e ela tinham-se tornado amigas quando Alex se mudara para Windover, mas aquilo parecia estar a fazer com que a amizade fosse ainda maior.

      – O que está a acontecer entre ti e Mike?

      Grace sentiu que corava.

      – Nada.

      Alex riu-se, apontando para a cara da sua amiga.

      – As raparigas não costumam corar dessa maneira por nada. Andam a discutir como o cão e o gato.

      Grace começou a fazer uma trança francesa à sua amiga.

      – Ele tem andado a comportar-se de uma maneira muito protectora comigo ultimamente – explicou.

      – Há algo. Consigo senti-lo, mesmo estando aqui em cima afastada de todos.

      Alex devia saber que Mike e ela tinham tido um breve romance, mas não queria puxar o assunto.

      – Foi horrível para ti, não foi? – perguntou Grace, aproveitando para mudar de assunto.

      – Não paro de pensar em como será o resultado. Isso é o que verdadeiramente importa – respondeu a sua amiga, preocupada.

      Depois de ter acabado de pentear Alex, pegou no verniz e começou a pintar-lhe as unhas dos pés.

      – Obrigada, Grace. Hoje precisava disto – confessou Alex, sorrindo.

      – Tolices! Connor deixa-te aqui o dia todo enquanto ele vai fazer todas as suas coisas. Homens! – murmurou.

      – Portanto, ele está a incomodar-te.

      – Ora! Mike Gardner pensa que pode dizer a toda a gente o que tem de fazer. Porque é que os homens pensam que nós vamos fazer exactamente o que eles querem?

      – Às vezes, dão uma ajuda – indicou Alex, acariciando a barriga.

      – Sim. Dão uma mão. Olha para o dia tão bonito que está e tu estás aqui na cama. Tens uma varanda ali mesmo, pelo amor de Deus!

      Subitamente, Grace levantou-se.

      – Sabes uma coisa? Tenho uma ideia. Hoje vais desfrutar do exterior e não precisamos de um homem para nos ajudar.

      Então, desceu para o andar de baixo, prendendo o cabelo numa trança. Saiu para o alpendre traseiro e tirou as almofadas de uma cadeira, levando-as consigo.

      – O que estás a fazer? – gritou Alex, quando ouviu que Grace voltava a subir.

      – Já vais ver! – gritou Grace.

      Mas levar a cadeira de baloiço para cima seria diferente. Era suficientemente grande para Alex se deitar nela, com Maren ou com Connor, e para desfrutar do ar fresco.

      Custou-lhe muito mexer a cadeira de baloiço e foi quase impossível levá-la pelas escadas e, quando estava quase a chegar ao andar de cima, deslizou. Quando tentou agarrá-la novamente, magoou-se na mão. Teve de morder o lábio para evitar dizer um palavrão.

      Pôr a cadeira de baloiço no quarto significou ter de a levantar sobre a cama e, depois, levá-la para a varanda.

      Depois de a deixar lá, pôs as almofadas.

      – Não saias – avisou. – Ainda há mais.

      Desceu novamente e pegou numa pequena mesa que Alex podia usar para pôr uma bebida ou um livro.

      Também lhe levou uma planta e uma manta, no caso de ela ter frio.

      – Aí tens, agora já podes sair – declarou, sorrindo, triunfante.

      Alex mexeu-se com muito cuidado, como fazia sempre naqueles dias, e sentou-se na cadeira de baloiço.

      – Connor devia

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