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aceitar o convite.

      Depois de despedir-se, Juno viu o casal afastar-se. Connor passou um braço pela cintura da sua exuberante esposa enquanto ela apoiava a cabeça no ombro dele. Os coitados estavam desiludidos, mas tentavam disfarçar.

      Triste pelos amigos, ganhou coragem para olhar para Mac Brody e perguntar-lhe aquilo que queria perguntar desde que o tinha visto na igreja.

      – Porque é que vieste ao casamento? É evidente que não tinhas vontade nenhuma.

      – Achas que não?

      Juno abriu a boca para perguntar-lhe que raio se passava com ele mas, antes de poder dizer alguma coisa, Mac segurou-lhe o braço e começou a puxá-la, abrindo caminho por entre os convidados.

      – Pode saber-se que estás a fazer?

      As pessoas olhavam para eles, pessoas que ela conhecia. E se não parasse, partiria um tornozelo a tentar seguir os passos dele. Aborrecida, Juno esforçou-se por soltar-se mas ele apertou-a mais e não parou de caminhar até terem saído para uma das varandas.

      E quando finalmente a olhou nos olhos, Juno teve a impressão de que estava a olhar para um tigre.

      – Enlouqueceste? – exclamou.

      – Estou à tua procura há três horas. Pode saber-se onde é que te meteste?

      Juno ficou tão surpreendida com a acusação que não sabia o que dizer. Não podia sentir-se lisonjeada, isso seria absurdo. A emoção que sentia tinha que ser outra coisa.

      – E por que tenho que andar atrás de ti? – conseguiu dizer por fim.

      – Devias fazê-lo, uma vez que a Daisy to pediu. Não deverias esconder-te como se fosses uma criança.

      – Tens estado sempre ocupado, não me parece que tenhas sentido a minha falta.

      – Então estavas a esconder-te. Porquê?

      – Não me estava a esconder – respondeu ela.

      – Qual é o teu jogo? Primeiro beijas-me e depois foges.

      – Eu não...

      – Para de fazer-te difícil, Juno. Não é preciso – murmurou Mac, os lábios dele a um centímetro dos dela. – Acredita em mim, já tens toda a minha atenção.

      Ela pôs as mãos sobre o torso dele, a tremer. Mas Mac envolveu-a nos braços, o calor do seu corpo queimando-a através do vestido.

      – Eu não quero a tua atenção – disse-lhe. Mas as palavras soavam pouco convincentes, o pulso dela latejava como as asas de um pássaro aprisionado.

      – Ah, não? Porque é que não mo mostras então?

      Quando começou a beijá-la, Juno agarrou-se à camisa dele para o afastar... mas os lábios dela abriram-se como que por vontade própria e, sem querer, rendeu-se às possessivas carícias da língua dele.

      – Beija-me de volta – sussurrou ele.

      Sem pensar, Juno abraçou-lhe o pescoço, rendendo-se por completo, o desejo percorrendo-lhe o sangue como um rio de champanhe. As línguas deles encontraram-se numa dança frenética e experimentou uma sensação desconhecida de poder ao senti-lo tremer.

      Mac afastou-se, com dificuldade em respirar.

      – Sem mais jogos, vim apenas por ti – murmurou. – O meu hotel fica perto daqui. Se nos despacharmos, chegaremos em dez minutos.

      Juno tentou compreender o que lhe estava a acontecer. Mac parecia ter-se ateado uma chama dentro dela, uma chama que estava prestes a transformar-se num incêndio. Queria que continuasse a beijá-la, a tocar-lhe. Estava cansada de ter medo, cansada de negar-se a si mesma o contacto com um homem. Nunca o desejara antes daquela forma, nem sequer com Tony, mas desejava-o com Mac. Aquele era o momento pelo qual esperara, o momento no qual superaria completamente o sucedido seis anos antes. Tinha que aproveitar a oportunidade ou lamentá-lo-ia para o resto da sua vida.

      Por isso, disse a única coisa que parecia importante:

      – Não tenho preservativos.

      – Ah, adoro mulheres práticas – brincou ele. – Não te preocupes, eu venho preparado, mas estão no hotel – disse depois, passando-lhe um dedo pelo pescoço. – Tens a certeza disto, Juno?

      O facto de lhe perguntar quando era óbvio que tinha a certeza deu-lhe coragem para dar o último passo.

      – Sim – afirmou.

      – Ainda bem – Mac soltou um suspiro de alívio enquanto lhe dava a mão para entrar de novo no salão. – Vamos sair daqui. Já perdemos demasiado tempo.

      Chegaram ao hotel em oito minutos, com Mac a conduzir o Porsche como um louco e Juno a tremer no banco ao lado. O cheiro dos bancos de pele e do homem que estava ao lado dela pareciam envolvê-la numa redoma que a afastava do mundo real.

      Tentava concentrar-se no aspeto físico, nos batimentos do seu coração, no cheiro do campo, que entrava pelas janelas abertas do Porsche. Não podia permitir-se pensar nas consequências, em ser sensata e prática. Não naquela noite.

      Mas enquanto se dirigiam para a entrada do hotel, Juno recordou aquele verão, seis anos antes. E se não estivesse à altura?

      Quando entraram na suite, tentou recordar que já não era uma criança. Crescera, sobrevivera à parte pior e por isso ia dar o passo seguinte. Aquela noite com Mac não tinha nada a ver com amor ou com sonhos, mas com prazer físico, apenas isso.

      Tony tirara-lhe algo seis anos antes e ia recuperá-lo. Nada mais importava.

      Mac não lhe pediu permissão, limitou-se a puxar-lhe a mão para a levar para o quarto. Não proferira uma única palavra durante o caminho e ela também não.

      A pulsação dela acelerou ao ver que despia o casaco e o atirava sobre um cadeirão. Quando acendeu a luz, Juno pestanejou, nervosa. Parecia-lhe impressionantemente masculino e deslocado naquele quarto cheio de móveis antigos.

      – Que se passa? – perguntou-lhe Mac.

      – Nada – murmurou ela, sentindo-se uma tonta.

      E se corresse mal? E se cometesse algum erro? Nas recônditas sombras do jardim, com Mac a fazê-la perder a cabeça, tudo lhe parecera muito simples. Mas ali, no quarto do hotel, com a luz acesa, já nada lhe parecia assim tão simples.

      Ela não sabia muito sobre sexo. Não fazia amor há seis anos e o pouco que recordava da última vez não a preparava para dormir com um homem como Mac Brody. Um homem que decerto tinha dormido com tantas mulheres que nem se lembraria de todas.

      Mac pôs-lhe uma mão no ombro e Juno sobressaltou-se.

      – Tem calma, descontrai. Vamos divertir-nos, prometo-te. Não me vou atirar a ti como um tigre.

      Juno não conseguia falar, o célere bater do seu coração sufocava-a. Quase preferiria que o fizesse, que se lançasse sobre ela como um tigre. Então poderiam terminar depressa, antes que perdesse a coragem.

      Sentaram-se na cama e Mac afastou-lhe o cabelo para beijá-la no pescoço. E de novo, algo despertou dentro dela.

      «Pensa no momento, Juno, pensa no momento».

      Com as mãos a tremer, acariciou-lhe os peitorais e os abdominais definidos por cima da camisa... mas quando ele lhe baixou as alças do vestido para revelar o sutiã de renda, Juno ficou imóvel.

      Não conseguia fazê-lo.

      Mac levou a mão dela aos lábios para depositar-lhe um beijo.

      – Bom, por agora é suficiente – disse com uma voz rouca. – Pareces muito assustada. Que se passa?

      Ela engoliu em seco. Não se apercebia? Não via que ela não estava à-vontade?

      –

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