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      – Olá outra vez, senhor Brody – cumprimentou-o, apesar do aperto no estômago.

      – Juno, não é verdade? O nome de uma deusa – disse ele, fixando nela os penetrantes olhos azuis. – Combina bem contigo – disse ele tratando-a com familiaridade pela primeira vez.

      O sacerdote voltou a tossir e Juno olhou para ele, surpreendida porque esquecera que estavam no meio de uma cerimónia.

      Concentrou-se nos noivos, tentando ignorar o homem que se sentara ao seu lado. No entanto, sentia o aroma da colónia dele...

      E que estava ali a fazer? Não era o mesmo homem que se recusara a ir ao casamento do irmão que dizia não ter?

      Após alguns minutos que lhe pareceram séculos, o padre pronunciou a frase: «declaro-vos marido e mulher» e Connor segurou a esposa pela cintura para dar-lhe um beijo de cinema.

      – Aquilo parece divertido – o tentador sussurro no ouvido dela provocou-lhe um calafrio. – O que é que te parece se tu e eu experimentarmos?

      Juno endireitou-se o máximo que conseguiu. Ah, que típico. Enquanto Daisy encontrara o homem dos seus sonhos, ela era tentada pelo Diabo em pessoa.

      – Não, obrigada – respondeu. – Uma vez é mais do que suficiente para mim.

      Mas então, sem que pudesse evitá-lo, os olhos dela concentraram-se nos lábios de Mac Brody.

      – Uma vez não chega, Juno – murmurou ele, o nome dela soando como uma carícia, – especialmente para ti e para mim.

      Ela virou-lhe as costas, contendo o desejo de bater-lhe na cabeça com o ramo. Parecia ter ido ao casamento só para arreliá-la.

      Connor soltou então a esposa e Daisy abraçou-a.

      – Estou tão feliz que acho que vou explodir – disse-lhe ao ouvido.

      – Casaste com o melhor homem do mundo. E acho que quase te merece.

      Connor apertou a mão ao irmão.

      – Estou feliz por teres vindo, Mac. Passou muito tempo – disse-lhe, com a voz cheia de emoção. – Demasiado tempo.

      – Sim – disse Mac, depois de aclarar a garganta.

      – Vens ao copo-d’água? Eu e Daisy queremos que conheças o Ronan, o nosso filho. Afinal, és tio dele.

      – Sim – assentiu Mac. A resposta parecia apática.

      E Juno reconhecia aquele tom porque era o mesmo que usara no aeroporto, quando lhe disse que não tinha irmão nenhum.

      – Não sabes o que isto significa para nós, Mac – interveio Daisy. – A única coisa que importa neste momento é que estás aqui... e espero que tenhas vindo com apetite porque temos comida francesa suficiente para alimentar um exército.

      – Imagino que comerei alguma coisa – assentiu ele.

      – Eu e Connor temos que cumprimentar o resto dos convidados, por isso deixo-te nas mãos da Juno, que é a minha melhor amiga. Ela apresentar-te-á a todos.

      «Não, nem pensar».

      Juno olhou para ela, horrorizada. Mas não era capaz de encontrar uma desculpa.

      – Não tenhas medo, não te vai morder – disse-lhe Daisy ao ouvido. – Pelo menos, não neste momento.

      Depois disso, Daisy e Connor saíram da igreja como marido e mulher, seguidos dos outros convidados.

      Juno não sabia o que fazer com as mãos. Adorava o vestido que Daisy fizera para ela, mas sob o olhar de Mac Brody sentia-se nua.

      – O castelo onde se celebra o copo-d’água fica a dez minutos daqui – disse-lhe, depois de aclarar a garganta. – Lá apresentá-lo-ei a todos.

      – Não é preciso apresentares-me a ninguém. E não sei como chegar ao castelo, por isso devias ir comigo. Não queres que me perca, pois não?

      «Não terei essa sorte».

      – Não, por favor – respondeu, no entanto, Juno.

      Mac riu-se, segurando-lhe o braço.

      – Muito bem, querida. Ah! E trata-me por tu, está bem. Afinal, já somos íntimos...

      Ela concentrou-se em respirar e em não tropeçar com os sapatos de salto alto.

      – Não comi nada o dia todo e estou a morrer de fome – disse Mac.

      E ela não conseguiu controlar um calafrio. Por que motivo tinha a impressão de que não era só o banquete de Daisy e Connor que aquele homem queria devorar?

      No meio de um bosque de carvalhos que pareciam dourados à luz do entardecer, apareceu o castelo francês, com as suas torres engalanadas. Quando o poderoso desportivo chegou à entrada, da qual se viam os elegantes convidados servidos por um exército de empregados, Juno pensou, e não pela primeira vez, em príncipes, em princesas e em contos de fadas. Daisy e Connor tinham transformado o seu casamento em algo mágico...

      Mas já bastava de pensar tolices, pensou. Não era apropriado naquelas circunstâncias.

      Depois olhou para o homem ao lado dela. Nos vinte minutos que demoraram a chegar, Mac Brody estivera surpreendentemente calado. Provavelmente porque se vira rodeado de pessoas assim que Daisy e Connor tinham desaparecido no carro dos noivos.

      Sabia que ele era famoso, mas não sabia que era tanto. Na verdade, raramente ia ao cinema porque não tinha muito tempo livre e também não costumava ler as revistas cor-de-rosa.

      Mas o que mais a surpreendeu foi a reação dele. Mac mostrou-se paciente, simpático e até carinhoso com as pessoas que lhe pediam autógrafos. E isso fez com que se perguntasse o que era feito do homem trocista e convencido que conhecera no aeroporto.

      Parecia ter-se descontraído quando entraram no Porsche alugado mas assim que o castelo apareceu à distância viu que apertava o volante com força, como quem se prepara para o que o espera.

      Por que motivo teria decidido afinal ir ao casamento se sabia que ia ser desagradável para ele?

      – Achas que consegues andar sobre as pedras com esses sapatos? – perguntou-lhe Mac.

      Decerto, estaria habituado a mulheres que eram capazes de correr uma maratona em saltos altos, mas o comentário parecia mais divertido do que desdenhoso.

      – Acho que consigo. Se não, descalço-os. Mas não podes contar à Daisy.

      – Porquê?

      – Porque foi ela própria quem os desenhou, tal como o vestido. Se tirar os sapatos, acusar-me-á de ter arruinado o conjunto.

      Mac olhou-a de alto a baixo e a pulsação dela acelerou novamente.

      – Pois a Daisy tem muito talento. Estás lindíssima.

      O brilho dos seus olhos azuis fez com que Juno ficasse sem respiração.

      «Muito bem, bela. Agora voltas a sentir-te como se estivesses nua».

      Onde raio se metera?

      Mac procurou-a no salão de dança pela enésima vez antes de olhar para o relógio, impaciente. Juno desaparecera três horas antes, assim que chegaram ao castelo e, apesar de a ter procurado em todo o lado, não voltou a vê-la.

      Todos pareciam estar a divertir-se muito, todos menos ele. Não se sentia tão tenso desde a sua estreia na Broadway.

      Como podia um casal ter tantos amigos?, perguntou-se, olhando em volta. E todos eles se tinham aproximado para cumprimentá-lo... todos, exceto a mulher que tinha ido ver.

      «Acalma-te».

      Mac apoiou-se na parede, suspirando. Ao menos livrara-se do grupo de adolescentes que tinham passado a última hora

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