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A estátua de bronze estava em pé de lado, inclinada para frente como se prestes a fazer uma reverência, congratulando Oriken por descobrir seu lugar de descanso.

      “Sim,” ele disse. “É isso!”

      “Bom trabalho,” Jalis disse atrás dele, fazendo com que ele quase pulasse para fora da sua pele.

      “Estrelas e malditas luas, Jalis!” Oriken sibilou. “Não faça isso!”

      Ela sorriu. “Sinto muito.”

      Quando Dagra se aproximou, Jalis pegou a lamparina a óleo e a tinderbox – uma caixa contendo pederneira, pavio e aço para fazer fogo – e começou a trabalhar acendendo faíscas em uma amostra de tecido carbonizado. Quando o material pegou fogo, ela tocou um bastão de enxofre na chama e usou para acender a lamparina.

      Quando a lamparina estava acesa, Dagra disse, “Dê isso aqui.” Sua expressão estava extenuada, mas ele parecia mais determinado.

      Jalis olhou para ele. “Você tem certeza?”

      “Não. Mas vou fazer isso mesmo assim.” Ele pegou a lamparina e liderou o caminho até a entrada escura da cripta Chiddari.

      Capítulo Nove

      Nada Sem Medo

      “Vamos terminar este negócio.” Dagra ergueu a lamparina e espiou a escada. As chamas lançavam um brilho tremeluzente nas paredes rústicas e degraus de pedra. Além do alcance da luz, o buraco da cripta mortuária abria-se em um convite sinistro.

      Preparando seus nervos, ele pressionou seu pingente Avato nos lábios e entrou na escuridão, dando um passo lento e deliberado. Um passo, dois … Suas botas esmagavam suavemente a terra sobre a pedra gasta. A respiração silenciosa e ruído dos passos dos seus amigos o seguiram para as profundezas.

      “Não se preocupe, Jalis,” Oriken disse. “Se algo passar por Dag, eu a manterei segura.”

      Jalis riu. “Você é um oficial corajoso dizendo isso a um mestre espadachim quando ela está atrás de você em um espaço apertado.”

      “Como é o ditado? Mantenha sua espada afiada, mas sua sagacidade mais afiada.” A diversão era rica na voz de Oriken, mas Dagra sabia que ele estava disfarçando sua própria ansiedade.

      Quando ele alcançou a próxima curva na escada, Dagra congelou. “Deuses sofredores.” A lamparina iluminou as paredes de ângulo reto, fazendo com que sombras dançassem pela pedra. Com a mão livre, ele agarrou o cabo do seu gládio.

      “O que é isso?” Oriken disse.

      “Nada. Eu apenas… Está tudo bem.”

      “Você deveria tirar a lenda da sua cabeça,” Jalis disse.

      “Não é isso que me incomoda.” Não, ele pensou. É a escuridão. Isso e o peso esmagador da terra acima. E o fato que estamos descendo para um lugar que é mais desprovido dos deuses do que toda as Terras Mortas.

      Ele espiou ansiosamente ao redor do canto para a escuridão. Até onde ele poderia dizer, a escada estava vazia.

      “Estou agindo como uma menininha imaginando fantasmas,” ele murmurou, obrigando-se a continuar a descida. Mas se algum lugar tem fantasmas, é esta cripta pagã.

      Além da próxima curva, os degraus tocavam o chão plano que se estendia em um corredor estreito e de teto baixo. Vigas de madeira percorriam a extensão das paredes entre quadrados de pedra lavrada. Grupos de teias de aranha empoeiradas pendiam dos cantos das vigas. A escuridão úmida e penetrante juntamente com o odor de mofo que flutuava da garganta escura do corredor enviou um arrepio pela coluna de Dagra.

      “Amaldiçoe a Díade,” Oriken disse quando foi obrigado a se inclinar no espaço apertado.

      Dagra franziu o cenho. “Por favor, não amaldiçoe enquanto eu estiver rezando.”

      Oriken inclinou mais a cabeça, mergulhando suas feições na sombra, exceto pelo seu sorriso.

      “Sério, tenho ouvido de você a mesma coisa ridícula desde que éramos crianças e o debate nunca vale a pena. Agora, em particular, não é o momento de me fazer defender as forças atrás, abaixo e acima de Verragos que eu sei que são reais, o que você nega mais e ....”

      “Tudo que eu disse foi ‘amaldiçoe a Díade.’”

      “Bah.” Dagra olhou para cima. “Espero que você não esteja muito ocupado amaldiçoando para ficar de olho nas teias de aranha.”

      Oriken parou, em seguida gemeu. “Estrelas. Tinha de haver aranhas aqui em baixo, não? Poderia ter feito uma aposta sobre isso.”

      Dagra avançou, com Oriken seguindo de perto. Em pouco tempo, um arco apareceu, um portal para quaisquer horrores pagãos que jaziam além. Com todos seus sentidos fixos no arco preto, ele quase pulou para fora da sua pele e quase deixou a lamparina cair quando o grito de Oriken ecoou através do corredor. O coração de Dagra batia forte quando ele se virou para Oriken saltitando e agitando os braços descontroladamente, batendo a aba do chapéu e se arrastando para trás até uma Jalis perplexa.

      Ela o agarrou pela cintura, sem dúvida para impedir que ele batesse nela em vez de segurar firme o idiota desastrado. Apesar da sua estrutura pequena, com facilidade ela fez o amigo magricela deles parar de repente.

      Os movimentos de Oriken haviam levantado uma camada de poeira e uma névoa fina pairava em todo o corredor, diminuindo muito mais a visibilidade. Seu cabelo suado e desgrenhado quando ele tirou o chapéu, Oriken olhou horrorizado para as teias de aranha que se agarravam a aba e a copa chanfrada. Com um sobressalto, ele começou a afastá-las.

      Jalis colocou as mãos nos quadris, inclinou a cabeça e fixou-o com um olhar desapontado.

      Notando seu escrutínio, Oriken deu de ombros com arrependimento e recolocou o chapéu na cabeça. “Elas fazem minha pele arrepiar!”

      Dagra suspirou. “Nós sabemos!”

      Jalis não conseguiu evitar o sorriso quando disse, “Você deixou escapar algumas.” Ela levantou a mão e puxou um fio de teia de aranha da sua barba, em seguida, limpou-a na parede. “Pronto. Acabou.” Ela franziu os lábios, depois acrescentou, “Você tentará ser um freeblade corajoso agora?”

      “Eu disse que deveríamos ter trazido algumas tochas em vez daquela lamparina idiota,” Oriken murmurou. “Poderíamos ter acendido todo o maldito teto enquanto seguíamos.”

      Dagra balançou a cabeça e virou-se para encarar o arco preto. Ele avançou lentamente, agitação pesando em cada passo. Seu foco estava mais uma vez em seus próprios medos.

      Não estou com pressa para descobrir o que há além, ele pensou. Ninguém esteve em uma cripta funerária em séculos. Não é natural! Mas chegamos até aqui e imagino que estaremos levando uma boa história para casa, se mais nada. Recomponha-se. Estamos quase lá.

      Ele alcançou o arco e preparou-se. “É tudo, ou nada,” ele resmungou. Respirando fundo, ele atravessou o portal para a escuridão de um corredor de teto alto, consideravelmente mais largo do que o corredor apertado. Tudo estava em silêncio e parado. Muito quieto. Muito parado. Ele espiou a escuridão por um longo momento. Os cabelos se arrepiaram em seu couro cabeludo enquanto ele dava um passo para o lado para os outros entrarem.

      Oriken se abaixou sob o arco com um sorriso e esticou-se em toda sua altura. “Ah, isso é muito melhor!”

      “Fico feliz que você pense assim,” Dagra disse, “mas você acha que poderia expressar seu prazer com um pouco menos de barulho?”

      “Ah, vamos lá, Dag. Aquele incidente na caverna foi há muitos anos.”

      “Sim, foi! Sete, para ser preciso. E não preciso de você me lembrando sobre isso mais uma vez, muito obrigado.”

      Oriken zombou. “Não se preocupe com tetos desabados e entradas bloqueadas, você continua gritando e acordará

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