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estava.”

      “Vamos discutir sobre isso mais tarde.” Jalis se levantou e pressionou as mãos juntas. “Primeiro, meninos, acredito que temos uma joia para encontrar.”

      A muralha do perímetro se elevava acima, tão solida quanto as eras, exceto pelos merlões arruinados ocasionais e pedaços quebrados de laje decorativa no chão abaixo. Oriken se sentiu pequeno e insignificante em comparação com as pedras antigas e implacáveis.

      “Se houvesse arqueiros naquelas ameias,” ele disse, “não haveria como entrar, nem mesmo um exército, que dirá um trio de freeblades.”

      “Ainda bem que temos o gancho para escalar,” Jalis disse.

      “E ainda bem que temos o lugar para nós,” Oriken respondeu. “Eh, Dag?”

      “Vai esperando,” Dagra disse baixinho.

      Oriken olhou ao longo da parede para os restos apodrecidos de uma corda que pendia da muralha com ameias. “Algo aqui parece fora de lugar para algum de vocês?”

      Jalis franziu o cenho para a corda puída.

      “Está ali há muito tempo,” Dagra disse.

      Oriken assentiu. “Mas eu não creio que seja tão antiga quanto a praga. E se isso é um fato, isso significa que não somos os primeiros a nos aventurarmos aqui desde que a caveira foi estampada nos mapas.”

      Ele voltou sua atenção para a ponte levadiça abaixada, seus espetos mordendo a terra entre as lajes arruinadas. As barras de ferro enferrujadas eram tão grossas quanto seu pulso. Ele se aproximou para espiar entre elas e ficou olhando boquiaberto para a visão além.

      “A palavra morto parece um pouco superficial agora,” ele murmurou.

      Jalis estava ao seu lado. “Uau,” ela sussurrou, depois deu um passo para trás. “Bem, Orik. Você se importa de fazer as honras?”

      Com um sorriso, ele tirou a mochila do ombro. Ele enfiou a mão na mochila e produziu um longo rolo de corda fina amarrado em uma extremidade a um gancho pesado para escalar.

      “Afastem-se.” Ele enrolou a corda ao redor do braço e aproximou-se da parede. Pisando na extremidade solta da corda, ele avaliou as ameias e começou a balançar o gancho. Ele o soltou e o gancho subiu, bateu de leve na beirada da parede e continuou antes de arquear para baixo e enganchar na passarela acima. Ele puxou a corda para garantir que o gancho estava firmemente preso, em seguida, colocou a mochila de volta nos ombros.

      “As senhoras primeiro?” ele disse a Jalis.

      “Ora, obrigada, sios. Tão gentil da sua parte oferecer.” Ela pegou a corda, saltou agilmente nela, depois subiu pela parede.

      Oriken observou sua subida até que ela engatinhou sobre o topo. Ele virou-se para Dagra. “Depois de você.”

      Dagra não respondeu. Seu rosto estava impassível enquanto encarava a parede. Ele pegou seu pingente Avato e pressionou nos lábios antes de agarrar a corda. Ele começou a se içar, as pontas das botas encontrando apoio nos sulcos entre as pedras. Oriken podia ouvi-lo resmungando com o esforço quando Dagra se içou para as ameias.

      A parede tinha o menor dos declives à medida que afunilava em direção ao topo, mas dificilmente isso tornava a subida mais fácil. Com os membros compridos de Oriken e o peso da mochila nas suas costas, os músculos dos seus ombros estavam implorando por misericórdia no momento em que ele alcançou o topo. Suor escorria pelo seu rosto quando ele se içou através das ameias. Sem parar para descansar, ele puxou a corda e começou a enrolá-la.

      Dagra agachou-se ao lado dele, uma expressão preocupada em seu rosto.

      “Ei,” Oriken disse, “vamos fazer o trabalho. Somos freeblades. Isso é o que nós fazemos.”

      Com a corda e o gancho guardados na mochila, Oriken se levantou e deu sua primeira olhada nítida para os Jardins dos Mortos e a cidade de Lachyla muito além e ele compreendeu a preocupação de Dagra. Ele esfregou uma mão sobre a barba enquanto olhava para as inúmeras fileiras de lápides dentro da vasta extensão do cemitério. Vasos de barro rachados estavam em pé ou perto das suas lápides. Estátuas de pedra parcialmente colapsadas pontilhavam a vista sombria, os braços e cabeças de algumas reunidas nas bases dos seus plintos. Mais raras eram as estátuas de bronze maiores, como sentinelas ao lado das entradas decoradas das criptas. Cascas de árvores sem folhas que deveriam estar em plena floração nesta época do ano lançavam sombras como se estendessem dedos pelo chão. A mancha dos séculos cobria tudo.

      “Sem palavras?” Jalis perguntou.

      “Pela primeira vez,” ele admitiu.

      A subida e descida do terreno repleto de túmulos conduziam até as muralhas muito distantes encerando os mortos em um retângulo alto de pedra. As ameias distantes eram minúsculas a partir daqui, mas o Caminho dos Defuntos, largo e central, dividindo o cemitério estendia-se até uma segunda ponte levadiça no centro da parede distante.

      O Portão dos Defuntos. Oriken lembrou da sua menção nas histórias.

      Tão sombrio quanto os Jardins dos Mortos, a cidade além era algo completamente diferente. Muralhas excessivamente fortificadas cercavam a paisagem urbana. Os prédios mais próximos estavam escondidos da vista por trás da muralha do perímetro do cemitério, mas à medida que o chão subia suavemente além da ponte levadiça, uma passagem principal serpenteava entre fileiras de estruturas abobadadas, inclinadas e com ameias em direção a uma fortaleza sombria. A maior parte do castelo dominava a paisagem da urbana, agachado em cima de uma colina baixa como uma sentinela colossal e implacável, pronta para entrar em ação ao primeiro sinal de invasores.

      “E aqui estamos nós,” Oriken murmurou. “Olá, Castelo Lachyla.”

      “Não é uma das vistas mais acolhedoras, não é?” Jalis disse.

      “Difícil acreditar que não esteja entre os principais pontos de recriação de Himaera.” Oriken olhou para Dagra. “E você pensou que Caer Valekha foi ruim.”

      “Foi.” O rosto de Dagra era uma máscara estoica.

      A base da colina sobre a qual o castelo se aninhava estava pontilhada com uma miríade de prédios, menores do que o castelo, mas ainda formidáveis, reunidos como adoradores bem-nascidos ao redor de um santuário. À medida que o fluxo de prédios se espalhava para mais longe do centro da cidade, eles se tornavam mais baixos e com uma aparência menos majestosa. Os pináculos e telhados abobadados poderiam outrora parecer bonito em uma cidade que fervilhava de vida, mas agora eram fantasmas da grandeza esquecida; marcas da praga, inchando da própria terra. Oriken tinha de admitir, Lachyla poderia ser o lugar mais sombrio que ele já tinha visto.

      Do seu ponto de vista, camadas enevoadas do oceano tingido de dourado a leste e oeste mostravam que Lachyla ficava em uma península afunilada. Ele podia imaginar penhascos escarpados caindo além das muralhas defensivas nas profundezas espumosas do Oceano Echilan inexplorado.

      A fronteira do mundo, ele pensou, mais uma vez se lembrando de como ele e Dagra haviam se agarrado aos lados íngremes do Monte Sentinela e olhado para o mesmo oceano.

      Ele virou-se com o ranger de passos para ver Jalis e Dagra seguindo pelas ameias em direção a uma torre de guincho. Reunindo seu equipamento, ele correu para alcançá-los. O telhado de carvalho inclinado da torre havia empenado com a idade e a erosão, mas na maior estava parte intacto. Embaixo havia um mecanismo de guincho com uma manivela comprida de ferro em um lado. A extremidade da corrente enrolada desaparecia através de uma abertura no chão de pedra acima do lado da ponte levadiça.

      “Não parece muito enferrujado,” Jalis observou. “Vamos tentar sair, nos poupar de escalar novamente e ter de deixar o grampo para trás se ele ficar preso.

      Oriken agarrou a manivela com ambas as mãos, ficou tenso e ofegou. A manivela deslocou-se, girando a corrente ao redor do carretel com um chink-chink-chink monótono enquanto a corrente arranhava contra si mesma e um gemido rangente

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