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me devolveu meu primeiro aluguel e metade da minha parte da fiança, então eu posso transferir o valor ainda hoje.

      — Ele te devolveu metade do que você pagou pela fiança? — Jenna colocou as mãos nos quadris quando perguntou.

      — Eu sei, mas não sabia o que dizer quando tudo aconteceu. Ele me deu junto com um cartão.

      — Ah! O que o cartão dizia? — Jenna tinha aquele brilho nos olhos que estava se tornando familiar. Ela era provavelmente a pessoa mais curiosa que eu já conheci.

      — Jenna, nem todos gostam de compartilhar cada detalhe de sua vida pessoal.

      — Na verdade… — Eu cavei na minha bolsa procurando o envelope. — Eu nem abri ainda.

      — Você não checou se o dinheiro estava todo aí?

      — Bem, eu imaginei que quem mentiria sobre devolver apenas metade do seu dinheiro.

      Todos nós olhamos para o envelope como se ele fosse começar a falar.

      — Bom. — Jenna começou a se balançar. — Abra.

      — Amor… — Ben obviamente passava muito tempo gentilmente alertando-a.

      — Não. Vamos abri-lo. — Eu rasguei o canto e enfiei meu dedo, passando-o por cima até que eu pudesse puxar o dinheiro e o cartão de dentro. O dinheiro era exatamente a quantia que ele tinha me dito. — Tudo aqui.

      — Leia o cartão.

      — Jenna Jameson Drake. — Ben a pegou pelos ombros e a afastou de mim para que, com sorte, ela perdesse o foco. — Talvez ela queira ritualisticamente queimar o cartão sem nunca tê-lo lido.

      — Uh, essa é boa. — Comecei a considerar os lugares onde poderia queimar a coisa sem ter que depois chamar os bombeiros. — Você é bom nisso… Você deve ter sido uma mulher na vida passada.

      — Sou seguro o suficiente da minha masculinidade para aceitar isso como um elogio.

      Certo, aqui vai. Tirei o cartão e examinei.

      — Tem um gato na capa. Ele está usando uma cartola. — Eu segurei-o para que eles pudessem ver o desenho da capa. — E dentro…

      Eu abri o cartão e vi… nada. Nadinha. Ele me deu um cartão em branco, nem sequer assinou.

      — Uau. Isso é… eu nem sequer tenho palavras. — Jenna somente encarou o cartão. — E não é sempre que eu fico sem palavras. Mas este pode ser um desses momentos.

      Nós três só ficamos lá, parados e encarando cartão.

      Encarando como se quanto mais olhássemos, mais chance dele fazer algum sentido.

      — Você acha que era só um cartão que ele tinha guardado em casa?

      Ontem eu teria dito não. Mas hoje, eu estava percebendo que qualquer coisa relacionada ao Jason era possível.

      — Talvez? — Quem sabe? Mas, naquele momento, eu nem me importei. Eu só ia ficar sem-teto por algumas semanas e eu tinha um grande plano de negócios se formando. Talvez levar um fora foi o universo me forçando a me livrar de todas as coisas ruins da minha vida. — Bem, eu adoraria sublocar este lugar.

      — Maravilha! — Ben passou um braço em volta de Jenna novamente. — Parece que você vai ter que me aturar todas as noites pelas próximas três semanas.

      — Ah.... Uau. Eu não quero forçá-lo a sair de sua casa.

      — Não se preocupe com isso. Quer dizer, por que se mudar duas vezes? E de qualquer jeito, para onde você iria por três semanas? Contanto que não se importe que possamos separar um tempo nos fins de semana para que eu possa embalar as minhas coisas.

      — Vamos dar um jeito.

      — Ele não é o melhor? — disse Jenna, sorrindo para ele. Não admira que ela parecesse sempre tão feliz.

      — Pessoal. Vocês são demais. Isso aqui é ótimo. — Lutei contra as lágrimas que não derramava desde que tudo começou dois dias antes. — Eu simplesmente não consigo acreditar nisso.

      — Sem problemas. — Ben deslocou um pé atrás do outro, inquieto, obviamente desconfortável com a minha cara de choro. — Por que você não vai para casa e se prepara para se mudar amanhã? Vamos fazer uma troca de trabalho manual. Eu vou ajudá-la a mover as suas coisas para cá e você vai me ajudar a tirar as minhas coisas daqui.

      E com isso, voltei para o meu apartamento vazio, frio e escuro para me preparar para me mudar para um paraíso aconchegante.

      8

      OITO

      OITO CHAMADAS. Liguei para Micah oito vezes. Ele não tinha retornado as minhas chamadas quando reportei os meus problemas de água-quente-aquecedor-energia. Nem quando eu liguei para perguntar quando ele resolveria isso. Nem quando liguei para dizer que me mudaria na data acordada e que precisava de um passe de estacionamento para uma van de mudança. E nem quando liguei enquanto voltava.

      Quando eu consegui resolver todas as minhas tarefas e decidi ir para casa já estava escuro e eu estava ficando frio e irritada. Além disso, eu realmente não estava muito animada em ter que dormir em um quarto frio e escuro novamente.

      Subi os três lances de escada até o meu apartamento e enfiei a chave da casa na fechadura.

      Nada.

      Verifiquei o número na porta. Sim, eu morava lá. Eu puxei a chave e tentei de novo. Nadinha. Não girava.

      Procurei meu celular e verifiquei minhas mensagens. Nada. Nadinha. Quem não liga de volta para um inquilino em uma emergência?

      Considerei ligar para ele mais uma vez, mas imaginei que ele simplesmente me ignoraria novamente. Micah nunca foi o melhor zelador do mundo, mas eu nunca pensei que ele me trancaria fora do meu próprio apartamento.

      Por outro lado, sempre deixei a janela do meu quarto entreaberta. Jason me disse várias vezes que era uma má ideia. Que eu deveria pelo menos conseguir uma barra para bloquear a janela de abrir mais, já que o acesso da escada de incêndio ficava do lado de fora.

      Eu sempre dizia que colocaria a barra. Sempre esquecia.

      Mas agora, isso significava que eu tinha outra maneira de entrar no meu apartamento.

      Eu desci as escadas e saí pela porta da frente. Na calçada, olhei para o apartamento de Micah, mas a luz estava apagada. Sem qualquer outra opção, dei a volta para a lateral do prédio para começar minha entrada estilo MacGyver.

      O primeiro passo era descer a escada de incêndio. Fiz várias tentativas para pular alto o suficiente e conseguir passar a alça da minha bolsa no primeiro degrau da escada e puxá-la para baixo. Quando consegui, ela subiu novamente, batendo contra o patamar acima dela quando tentei desenganchar minha bolsa. Eu estava fazendo tanto barulho que até os gatos de rua tinham fugido.

      Depois de mais duas tentativas, a bolsa estava pendurada no meu ombro e a escada estava firmemente segura na minha mão. Eu escalei o metal frio e enferrujado, avançando por janelas escuras e esperando não assustar a pobre Sra. Windsor do segundo andar. Afinal, só faltava agora era ter que explicar mais tarde o porquê de seu ataque cardíaco aos filhos.

      Quando cheguei ao patamar fora do meu quarto, tentei cravar as pontas dos dedos no pequeno espaço entre a janela e o peitoril externo. Como eu mal abria a janela, eles mal cabiam. Precisei de toda a minha força para abri-la de um ângulo estranho, trabalhando de um lado e depois do outro. E eu ainda não conseguia realmente encaixar meus dedos.

      O que eu precisava era um pé-de-cabra ou algo que pudesse deslizar naquele minúsculo ponto.

      E Jason estava convencido de que seria fácil arrombar aquela janela para me roubar.

      Com um suspiro de alívio, a janela cedeu e se abriu apenas o suficiente para eu passar.

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