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tinha metido a pata na poça, pôs outra gamba na boca.

      – Ninguém. Esquece.

      – Alguém te preveniu contra mim?

      A repentina tensão no seu tom de voz fez com que se sentisse incómoda.

      – A minha família preocupa-se comigo – respondeu Ashley. – São muito protetores, demasiado – concluiu.

      – A tua família avisou-te para teres cuidado comigo?

      – Bom, não exatamente. O meu pai não, claro. Ele acha que podes tocar a lua. A minha mãe também concorda com a relação, mas acho que é porque o meu pai a aprova.

      Devon relaxou-se na sua cadeira.

      – Então, quem?

      – O meu irmão quer que tenha cuidado, mas tens de entender que sempre que tenho saído com alguém ele me diz o mesmo.

      Uma vez mais, Devon arqueou uma sobrancelha enquanto levava o copo de vinho à boca.

      – Pois.

      – Sim, tu sabes, és um mulherengo. Tens uma mulher diferente em cada semana. Acha que a única coisa que queres é levar-me para a cama.

      Ashley sentiu as faces arderem e inclinou a cabeça.

      – Parece o típico irmão mais velho – disse Devon. – E tem razão numa coisa: quero meter-te na minha cama. O detalhe é que assim que te apanhar nela, não sais mais.

      Ashley ficou surpreendida. Ele sorriu serenamente.

      – Acaba de comer. Quero que te deleites com o jantar. Mais tarde, deleitar-nos-emos um com o outro.

      Continuou a comer mecanicamente, sem reparar no sabor. Que faziam as mulheres em situações como aquela? Estava com um homem decidido a levá-la para a cama. Deveria mostrar-se fria ou pôr-se à defesa?

      Conteve o riso. Estava a começar a perder a cabeça.

      Umas mãos fortes agarraram-na pelos ombros. Ashley jogou a cabeça para trás e viu Devon nas suas costas. Como tinha ido até ali?

      – Relaxa, Ashley – disse suavemente. – Estás muito tensa. Vem cá.

      Com as pernas a tremer, pôs-se em pé. Ele acariciou-lhe o rosto com um dedo e depois afastou-lhe uma madeixa de cabelo da testa. Por fim, desenhou uma linha pela cara dela até chegar aos lábios enquanto aproximava o seu corpo do dela.

      Agarrou-a pela cintura com um braço e com a outra mão segurou-lhe a nuca. Desta vez, quando a beijou, não teve a contenção que vira outras vezes. O beijo foi ardente e intenso. Como podia um beijo provocar-lhe aquele efeito?

      Com a língua, roçou os lábios de Ashley, suavemente ao princípio e com mais força depois, fazendo pressão para que abrisse a boca. Ela relaxou e deixou-se levar pelo seu abraço. Ouvia o latejar nas têmporas, no pescoço e no mais profundo do seu corpo. Desejava aquele homem. Às vezes, dava-lhe a sensação de que levara toda a vida à sua espera. Era perfeito.

      – Devon – sussurrou. – Há algo que tenho de dizer-te, algo que tens de saber.

      Ele franziu o sobrolho e procurou os seus olhos.

      – Podes dizer, conta-me o que quiseres.

      Ashley engoliu em seco, mas sentiu crescer o nó na garganta. Nunca tinha imaginado que fosse tão difícil dizê-lo e sentiu-se como uma parva. Talvez não devesse dizer nada e deixar apenas que as coisas acontecessem. Mas não, aquela ia ser uma noite especial e Devon precisava de sabê-lo.

      – Eu… Nunca fiz isto – disse nervosa, agarrando-se ao seu braço. – O que quero dizer é que nunca fiz amor com um homem. És o primeiro.

      Algo escuro e primitivo brilhou nos seus olhos. Ao princípio não disse nada. Depois, beijou-a com ansiedade, devorando-lhe os lábios. A seguir, afastou-se e uma expressão de satisfação surgiu-lhe no rosto.

      – Fico contente. Depois desta noite serás minha, Ashley. Alegro-me por ser o primeiro.

      – Eu também – murmurou ela.

      A intensidade da sua expressão suavizou-se. Inclinou-se para a frente e beijou-a na sobrancelha. Ficou assim durante longos segundos antes de agarrar-lhe os ombros.

      – Não quero que tenhas medo. Serei muito suave contigo, querida. Quero que gozes de cada momento.

      Ela pôs-se em pontas de pés e abraçou-o pelo pescoço.

      – Então, faz amor comigo, Devon. Estou há muito tempo à tua espera.

      Ashley ficou a olhar para Devon, sem saber o que fazer. Ele não tinha aquele problema. Deu-lhe outro beijo na testa antes de lhe pegar ao colo e levá-la até ao quarto principal do apartamento. Ela suspirou e apoiou a cabeça no seu ombro.

      – Sempre sonhei que me levassem ao colo para a cama quando chegasse o momento. Certamente, pareço uma tola.

      – Fico contente por poder cumprir as tuas fantasias antes mesmo de te despir.

      Ela corou face à ideia de ele a despir.

      Após ouvir muitas raparigas na escola e na universidade falarem sobre como tinham sido medíocres as suas primeiras vezes, Ashley prometera a si própria que a sua experiência seria diferente. Talvez tivesse acabado por ser muito exigente, mas empenhara-se em escolher o momento e o homem certo. Portanto, estava contente porque não podia ser alguém mais perfeito que Devon Carter.

      Deixou-a junto à porta e ela olhou, nervosa, em redor. O quarto era grande. A cama também era enorme. Parecia feita à medida. Quem precisava de uma cama tão grande?

      – Vou despir-te, querida – disse ele com voz sensual. – Vou fazê-lo lentamente. Se te sentires desconfortável em algum momento, interrompe-me. Temos toda a noite. Não há nenhuma pressa.

      O seu coração derreteu perante a doçura da sua voz. Parecia paciente e, embora lhe agradecesse, estava desejosa que se apressasse.

      «Só há uma primeira vez», disse-se, repreendendo-se.

      – Volta-te para que possa despir-te o vestido.

      Lentamente, voltou-se e fechou os olhos, enquanto ele lhe afastava o cabelo para o lado para abrir-lhe o fecho. Uns segundos depois, o som do zipper a descer foi a única coisa que se ouviu no quarto.

      Ashley agarrou no vestido sem alças mesmo antes de este cair ao chão. Devon segurou-a pelos ombros nus e beijou-lhe o pescoço.

      – Relaxa.

      Era fácil para ele dizê-lo. Decerto, já o tinha feito centenas de vezes. Aquela ideia não lhe agradava e prometeu não pensar em quantas amantes teria tido.

      Devon fê-la voltar-se e esboçou um sorriso que a derreteu por dentro. Lentamente, fê-la largar o vestido até este cair ao chão, deixando-a em cuecas.

      Corou. Por que não tinha posto um sutiã sem alças? Sentia-se uma oferecida por não levar nada, mas também não tinha assim tanto peito e o vestido assentava-lhe como uma luva.

      Também não sabia que ia seduzi-la naquela noite. Desejara-o em todas as vezes que Devon a convidara para sair, mas tinha deixado de profetizar sobre quando chegaria o momento.

      – Muito sexy – disse, percorrendo-a com o olhar de alto a baixo.

      Por sorte tinha vestido umas cuecas sensuais de renda e não as brancas de algodão branco que costumava usar.

      – Estás muito bonita.

      O seu tremor atenuou-se, absorvida pela expressão do seu olhar. Os olhos não mentiam e conseguia ver a excitação e o desejo nos dele.

      Devon segurou-a pelos ombros e, suavemente, puxou-a para si para voltar a beijá-la. Em segundos, o beijo passou de feroz a terno, como se lhe estivesse a dizer que não ia magoá-la.

      Embora fosse virgem, o desejo e a excitação

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