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A noiva escolhida pelo xeque. Дженни Лукас
Читать онлайн.Название A noiva escolhida pelo xeque
Год выпуска 0
isbn 9788413752501
Автор произведения Дженни Лукас
Жанр Языкознание
Серия Sabrina
Издательство Bookwire
Enquanto admirava as suas curvas, pensou que o vestido que levava deveria ser proibido. Não se admiraria se a peça se rompesse pelas costuras e ela ficasse nua à frente do vizir. Era uma bomba, uma verdadeira provocação. Vestida assim, conseguia fazer o que quisesse de qualquer homem; ou, pelo menos, dele.
Não conseguia pensar noutra coisa que não fosse levá-la para a cama. Só lhe tocara uma vez, no jardim, quando lhe pôs uma mão no ombro; mas a sua pele parecera-lhe suave como seda, e ardia de desejo de comprovar se o resto do corpo era igual.
Lamentavelmente, não a conseguiria seduzir. Um mercado de noivas não era um lugar adequado para isso, por muito que a ela lhe parecesse uma espécie de reality show. Era uma tradição tão antiga quanto séria.
Se queria que ela fosse dele, teria de pedi-la em casamento; mas não por poderia fazê-lo por ela ter um corpo pecaminoso, mas pelas suas habilidades. E, nesse sentido, também se destacava das outras. Afinal, a doutora Farraday estava a tentar curar o mesmo tipo de leucemia infantil que matara o seu irmão mais velho.
No entanto, a mulher com quem tinha estado a conversar não encaixava com a descrição do seu currículo. Não parecia a pessoa que se licenciara em Harvard aos dezanove anos e que, aos vinte e seis, já estava a dirigir uma equipa de investigadores em Houston. Não parecia a profissional que, segundo lhe tinham contado, nunca saía do seu laboratório.
Comportava-se como se fosse outra pessoa. Era divertida, amável e calorosa. Era-o de tal maneira que a desejava com toda a sua alma. Ou talvez a desejasse pela simples e pura razão de que não tinha nada a ver com as mulheres a que estava habituado.
De repente, ouviu-se um rumor de cochichos, o que só podia significar uma coisa: que o resto das candidatas o tinha visto e reconhecido. Omar deu meia volta então e, sem dizer uma palavra, voltou ao jardim e foi para os seus aposentos.
Já entrada a noite, Khalid bateu à porta e entrou. Omar estava à janela, a olhar para as vinte mulheres que, nesse preciso momento, entravam nas suas limusinas para regressarem ao luxuoso hotel Campania, da avenida Montaigne.
– As coisas que tenho de fazer por si, Majestade – disse o recém-chegado. – Já tomou a decisão certa? Casar-se-á com a Laila?
Omar ignorou a pergunta e respondeu com outra.
– Já escolheu as dez?
– Sim, mas não foi fácil – respondeu o vizir. – Todas são igualmente perfeitas. Todas menos a última que entrevistei, a menina Farraday. Não acho que seja o seu tipo de mulher.
– O meu tipo de mulher? – perguntou Omar, incomodado. – Por que toda a gente acha que tenho um tipo de mulher?
– Porque tem.
– E a menina Farraday não encaixa nele?
– Bom, é uma jovem linda, mas demasiado banal para si. Além disso, é óbvio que ganhou algum peso desde que nos enviou as suas fotografias. O vestido ficava-lhe ridiculamente justo, não lhe parece?
Omar virou-se para a janela no preciso instante em que a doutora Farraday abria a janela da sua limusina e lançava um olhar triste à mansão, como se pensasse que não voltaria a vê-la.
Enquanto olhava para ela, ele recordou-se do que tinha dito no jardim sobre o falhanço. Tinha-lhe parecido um comentário estranho, vindo de uma cientista mundialmente famosa. Por que se sentia uma fracassada? Seria por ainda não ter encontrado a cura que estava a procurar?
Fosse como fosse, Omar pensou que tinham algo importante em comum. Os dois conheciam o peso da responsabilidade. Ela, pelas consequências da sua investigação médica e ele, pelo dever de dirigir uma nação.
No entanto, Khalid estava certo ao afirmar que era demasiado banal. Não tinha nem o carácter dominante nem a formalidade nem a arrogância que seria de esperar de uma rainha. Era pouco ortodoxa e nada solene. Era demasiado sincera, demasiado direta, demasiado sensual. Era a única das vinte candidatas pela qual um homem como ele se poderia apaixonar.
Mas não podia correr esse risco. A experiência dizia-lhe que o preço de amar era inadmissivelmente alto, e não só para ele, mas para muitas pessoas inocentes.
Apesar disso, recordou a sua voluptuosa figura e os seus grandes seios, que ameaçavam saltar do decote e destroçar qualquer traço de recato. Como não se iria lembrar, se teria dado qualquer coisa por beijar os seus grandes e vermelhos lábios?
Aquela mulher era como um raio de sol depois de um longo e escuro inverno.
– Majestade? Que faço então? – perguntou o vizir. – Devolvo a menina Farraday ao seu país?
Omar olhou para Khalid e disse:
– Não. Ela que fique outra noite.
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