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Não esperes isso de mim. Não sou tua subordinada. Vivi demasiado tempo na América para ignorar a igualdade entre homem e mulher!

      – Como te atreves a falar assim ao teu governante? – inquiriu ele, incrédulo. – Quando casarmos, ocuparás naturalmente o papel de esposa subordinada!

      – Eu gosto do meu cabelo assim. É mais confortável. Posso sair do duche com o cabelo molhado e ir directamente para a Universidade. Como um homem, na realidade!

      – Vais para a Universidade de cabelo molhado?

      Ela supôs que aquilo deveria ser estranho para um homem cuja posição na vida o obrigara a manter-se afastado das preocupações quotidianas, mas Rashid falava como se se tratasse de algum desvio sexual.

      – Claro! Quando estou atrasada!

      – Bom, não terás de te preocupar com essas coisas no futuro… Porque não vais estudar mais, Jenna!

      Jenna olhou para ele, alarmada. Aquilo não era o que ela planeara que acontecesse!

      Jenna teve consciência do género de esposo que lhe esperava se tivesse cedido.

      – Mas não me posso casar contigo, Rashid. Não seria… justo.

      – O quê? – inquiriu ele, com interesse repentino.

      Ela engoliu em seco.

      – Porque eu não reúno as condições necessárias para ser a tua esposa – concluiu Jenna. – Sabes, tive um amante antes de ti, Rashid. Já não sou pura. E, por isso, não me posso casar contigo.

      Capítulo 4

      Rashid praguejou na sua língua e depois acrescentou umas quantas palavras em francês e em espanhol. Depois, aproximou-se de Jenna, furioso.

      A dama de companhia aproximou-se.

      – Excelência! – exclamou.

      – Silêncio! – gritou Rashid.

      A dama de companhia voltou ao seu lugar.

      – Quero o nome desse homem! – gritou Rashid, fora de si.

      – Bom, não o saberás – replicou Jenna. Afastou-se dele e acrescentou: – Rashid, sei que isso significa que não poderás casar comigo… que não quererás casar comigo… e lamento que isto estrague os teus planos, mas acho que será melhor que eu volte para a América e…

      – Silêncio! – rugiu Rashid. – Trata-se de Brad?

      – Não!

      Ele anuiu. A reacção de Jenna tinha sido muito espontânea para ser uma mentira.

      – Então, quem?

      Ela abanou a cabeça, desejando ter novamente a sua longa cabeleira para dissimular o seu rosto ruborizado.

      – Rashid, tenho que me ir embora – acrescentou, com desespero.

      – Ainda não – ficou calado um momento. Depois comentou: – É inconcebível que te vás embora sem veres o teu pai. E deverias refrescar-te um pouco ante de ires embora – fitou-a de cima a baixo. – Não achas?

      Ela estranhou que Rashid a deixasse ir-se embora tão facilmente. Talvez lhe tivesse dado a desculpa que lhe fazia falta para seguir com a sua vida de playboy, sem ter uma esposa ciumenta que observasse todos os seus movimentos.

      E tinha razão. Tinha feito uma longa viagem. Estava calor e ela estava transpirada e pegajosa. Depois de tomar um banho iria ver o seu pai.

      Estremeceu. Contaria Rashid ao seu pai o que acontecera?

      – Sim, gostaria de tomar um banho e trocar de roupa e depois afastar-me da tua vida para sempre.

      Rashid sorriu quase cruelmente. Era muito ingénua se pensava que podia deitar uma bomba como aquela e ir-se embora sossegadamente depois de ter causado uma devastação tão grande.

      Ela pensara que o orgulho de Rashid se sentiria ofendido e aquela reacção dele tão descontraída quase que a magoava.

      Rashid ordenou algo à dama de companhia e ela fez com que Jenna a seguisse.

      Jenna seguiu-a pelos corredores e quartos do palácio até um quarto onde encontrou a sua mala fechada em cima de uma cama. E pôde respirar mais normalmente.

      – Quer que fique para a ajudar? – inquiriu a mulher.

      Jenna abanou a cabeça. Precisava de ficar sozinha para ordenar as suas ideias e emoções.

      – Não, obrigada. Estou habituada a valer-me por mim mesma.

      Jenna afundou-se na majestosa cama quando a mulher se foi embora.

      Lembrou-se da expressão de fúria do rosto de Rashid e teve saudades da ternura com a qual olhara para ela antigamente.

      Mas era demasiado tarde. Ela selara a sua sorte com as palavras que tinha dito e só tinha a esperança de que Rashid não as repetisse ao seu pai.

      Fez um esforço para se levantar. Quanto antes acabasse com tudo aquilo, melhor.

      Abriu a mala e retirou um fato tradicional de Quador. Ao vê-lo, relembrou velhos tempos. De certa maneira tinha tido saudades daquela ampla túnica de seda e daquelas calças que se vestiam por baixo da túnica.

      Preparou um banho e submergiu-se na água da banheira. Fechou os olhos e descontraiu-se.

      Quando acabou, voltou para o quarto envolta numa toalha.

      – Ra…Rashid? O que é que estás a fazer aqui? – inquiriu, sobressaltada, ao vê-lo.

      Ele tinha ido dizer-lhe que a ideia de que tivesse estado com outro homem tinha estragado a imagem que ele tinha dela, mas ao ver o seu delicioso corpo os seus sentidos tinham-se perturbado.

      – Prefiro deixar à tua imaginação o motivo da minha visita – replicou Rashid.

      E pensar que ele tinha rejeitado os favores de Chantal, enquanto que Jenna tinha estado com outro homem noutro lugar do mundo!

      – Tenho a certeza de que a tua imaginação se sentiu muito estimulada nestes dias! Aprendeste muito com o teu amante americano? Talvez tenhas aprendido tantas coisas que as queiras partilhar comigo? – acrescentou Rashid.

      – Já chega! – exclamou ela, perturbada pela expressão de desejo de Rashid e pela sua própria excitação.

      – Porquê «chega»? Estou só a imaginar o que me acabaste de contar…

      – Será melhor que te vás embora, Rashid. Vou vestir-me.

      Rashid fitou-a com malícia.

      – Mas isso seria opores-te aos desejos do teu governante, Jenna.

      Ela levantou os olhos horrorizada.

      – Não estarás a pensar…?

      – Sim, claro… Não te quero ver vestida. O teu corpo nu é o que desejo. Desejo-te, Jenna… desejo-te agora. Já fiz de cavalheiro nobre durante demasiado tempo! Que parvo que fui!

      Rashid movimentou-se na direcção dela e Jenna ficou imóvel, petrificada.

      – Se tivesse sabido… – Rashid estendeu a mão e deslizou-a pelo pescoço nu de Jenna.

      – V…vai-te embora – pediu ela, mas o seu corpo movimentou-se instintivamente para ele.

      – Mas tu não queres que me vá embora… Desejas-me, Jenna. Sempre me desejaste. E vais desejar-me para sempre a partir de agora… Vais lamentar o que perdeste para o resto da tua vida! Essa vai ser a tua maldição.

      Rashid puxou pela toalha e, ao ver o seu corpo nu, estremeceu. Era mais bonita do que sonhara!

      Puxou por ela, abraçou-a e beijou-a.

      Jenna sentiu

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