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Obra

      A obra foi escrita por Paolo Diacono no mosteiro beneditino de Montecassino nos dois anos depois do seu retorno da corte francesa de Carlo Magno junto à qual desenvolvia as funções de gramático. A História relata os acontecimentos por parte do povo chamado Winili, que tomará depois o nome de Lombardos depois da heróica e mítica batalha contra os Vândalos. Assim, seguindo os acontecimentos dos vários reis, a história nos leva em Pannonia e de lá para a Itália. A este ponto, o autor nos conta da Itália no momento da conquista Lombarda, de Alboino e Rosmunda, dos dez anos de anarquia aos quais segue a eleição de um rei. Daqui, a História retoma a narrativa dos acontecimentos da corte. Entram em cena Autari, Teodolinda, Rotari, o excitante evento de Grimoaldo e o último rei de quem nos fala Paolo, o famoso Liutprando, aquele da tão discutida doação de Sutri ao Papa, o presumido início do poder temporal dos papas, mas esta doação é, de fato, uma restituição, a verdadeira doação é anterior à Liutprando.

      O autor não falta ao alargar o seu olhar, contando também os casos eclesiásticos do ponto de vista estritamente católico, não deixando de contar-nos sobre os imperadores Bizantinos e dos acontecimentos do próximo e fatal reino Franco. A história é frequentemente imprecisa e, às vezes, claramente errada, mas dá um quadro de conjunto corretamente filo-Lombardo que realça a parcialidade Franco-Papal nos acontecimentos itálicos.

      Uma outra particularidade da ocorrência é a nota friulana, Paolo, originário de Cividale, nos mantém constantemente informados sobre o que acontece no nordeste da Itália, e também em Benevento, seu lugar de residência, Ducado estritamente ligado à Friuli e à coroa Lombarda.

      As fontes históricas de Paolo são: Origo gentis Longobardorum, um antigo canto que narra a lenda da origem escandinava. Segundo Non, Gregorio di Tours, Isidoro de Sevilha, Beda o Venerável e os Anais do Benevento.

      

      

      O livro I (Primeiro) nos conta as origens dos Lombardos, descrevendo-nos as várias etapas de aproximação à Itália, até a vitória de Alboino sobre os Gepidi e a partida para a península, além das ocorrências de San Benedetto.

      

      

      O livro II (Segundo) nos conta a entrada na Itália (com uma descrição da península), a conquista de Pavia por parte de Alboino, a trama da mulher Rosmunda e o assassinato do amador e a morte dos reis.

      

      

      O livro III (Terceiro) começa narrando-nos algumas ocorrências dos dez anos de anarquia do duques. Ele nos narra parte das travessias do Império de Constantinopla, das três invasões francas, de Autari que casa a católica Teodolinda, em segundas núpcias desta com Agilulfo.

      

      

      O livro IV (Quarto) o reino de Agilulfo e Rotari, da seção de Cividale em obra dos Avari, a breve história da família de Paolo, até o golpe de estado de Grimoaldo.

      

      

      O livro V (Quinto) continua com a narrativa detalhada do difícil período do reino, Grimoaldo derrota Francos e Bizantinos, engana os Avari e consolida o Reino. O capítulo termina com a batalha entre os Cuniperto e Alachis.

      

      

      O livro VI (Sexto) reparte de Cuniperto, conta-nos sobre seu reino, mas fala também sobre o reinado Franco, o Império e os Sarracenos. Depois chega o despótico mas capaz Ariperto, a longa luta com o nobre Ansprando, pai de Liutprando, o último de quem o autor nos conta, porque Paolo, desiludido, deixará a obra inacabada.

      Devo acrescentar que o copista, aquele que copiava manualmente o texto original

      provavelmente adicionou muitos erros ao texto já por si só impreciso, ou melhor, a nova cópia de uma cópia produzia um número incontável de erros. Este inconveniente será resolvido com a invenção da imprensa. O mesmo Paolo confunde locais e povos, erra os anos, enfim, não é um texto científico, mas tem a sua importância histórica, porque nos mostra aqueles séculos do ponto de vista Lombardo.

      

      

      â€‹O que é o Origo Gentis Langobardorum

      O Origo é um breve texto que é inserido no Decreto de Rotari, nos conta as origens do Povo Lombardo, em particular, narra a origem do nome "longas barbas". A mesma lenda nos é narrada também por Paolo, onde porém é definida ridícula. Foi também incluída uma lista parcial dos Reis Lombardos.

      

      

      Origens dos Longobardos

      Origo Gentis Langobardorum

      Em nome de Deus, começo aqui a história das origens do povo Longobardo.

      

      

      1. Existe uma ilha nas áreas setentrionais chamada “Scadanan” (Escandinávia), palavra que literalmente tem o significado de "massacre”. Nesta ilha, vivem muitos povos, entre os quais havia um pequeno chamado Winnili. Entre eles vivia uma mulher de nome Gambara mãe de dois filhos, o primeiro de nome Ybor, o outro Aio. Eles junto à mãe, comandavam os Winnili.

      Acontece que os chefes dos Vândalos, ou seja, Ambri e Assi colocaram-se em marcha com o seu exército contra os Winnili e os intimaram: «Ou nos pagam tributos ou terão que se preparar para a guerra contra nós». Então Ybor e Aio junto com a mãe Gambara responderam assim: «É melhor para nós nos preparar para combater em vez de pagar tributos aos Vândalos».

      Assim, Ambri e Assi, chefes do Vândalos, rezaram ao deus Godan para lhes conceder a vitória sobre os Winnili. Godan respondeu dizendo: «Concederei a vitória aos primeiros que vir pela manhã ao surgir do sol». Assim, Gambara e os seus dois filhos Ybor e Aio chefes dos Winnili invocaram Frea, mulher de Godan, para que levasse ajuda aos Winnili.

      Frea os aconselhou a se apresentarem ao surgir do sol e levar junto aos maridos também as mulheres com os cabelos soltos em torno do rosto como se fosse uma barba. Aos primeiros raios do sol, enquanto se fazia dia, Frea girou o leito onde dormia o marido e o voltou para o Oriente, depois o acordou. Ele ao abrir os olhos viu os Winnili e as suas mulheres com os cabelos soltos e em volta ao rosto como uma barba e disse: «Quem são estes com as barbas longas?». Assim Frea lhe respondeu: «Assim, como deu a eles um nome, conceda-lhes também a vitória». Assim aconteceu que daquele momento, os Winnilos tomaram o nome de Longobardos.

      

      

      2. Os Longobardos deslocando-se daqueles lugares, chegaram em Golaida, depois ocuparam Aldonus, Anthaib, Banaib e a terra dos Burgundos. Diz-se que nomearam como Rei Agilmundo, filho de Aio, da família dos Gugingos. Depois dele reinou Lamissone, da família dos Gugingos; a ele seguiu Leti, de quem se diz que reinou por aproximadamente quarenta anos.

      A ele seguiu Ildeoc, filho de Leti; depois reinou Godeoc.

      

      

      3. Naquele tempo, o Rei Odoacre saiu de Ravenna com um exército de Alani, foi para Rugilandia, combateu contra os Rugi e matou o seu Rei Feleteo, trazendo para a Itália muitos prisioneiros. Então os Longobardos se deslocaram das suas regiões para se estabelecer na terra dos Rugi e alí permaneceram por diversos

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