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História Dos Lombardos. Paolo Diacono – Paulus Diaconus
Читать онлайн.Название História Dos Lombardos
Год выпуска 0
isbn 9788873043164
Автор произведения Paolo Diacono – Paulus Diaconus
Издательство Tektime S.r.l.s.
Fim do Primeiro Livro
âSegundo Livro
1. Enquanto a fama das contÃnuas vitórias dos Longobardos se difundia em todos os lugares, Narsete, âCartulário imperialâ e governador na Itália, estava ocupado preparando a guerra contra o Goto Totila. Já tendo sido os Longobardos federados do Império, Narsete mandou embaixadores para Alboino pedindo-lhe de colocar-lhe à disposição um contingente auxiliar para a iminente guerra contra os Gotos. Alboino enviou um contingente de homens escolhidos que chegaram na Itália atravessando o golfo do mar Adriático. Estes aliados dos Romanos participaram das batalhas derrotando e exterminando os Gotos, matando também o Rei Totila, honrados e cheios de presentes, voltaram para as suas terras.
Por todo o tempo em que ficaram separados em Pannonia, os Longobardos foram Federados da República Romana e os ajudaram contra os seus inimigos.
2. Naqueles anos, iniciou uma guerra contra o Duque Buccellino. O Rei Franco Teodeberto, no momento de voltar para a Gália, o tinha deixado na Itália junto a um outro Duque, Amingo; tinham o dever de submeter toda a penÃnsula. Buccellino mandou ricos presentes ao seu Rei, estas eram parte do grande saque acumulado e enquanto se preparava para passar o inverno na Campania, foi alcançado e vencido, por Narsete em uma dura batalha na localidade conhecida com o nome de Tanneto. Na batalha, o mesmo Buccellino é morto. Em seguida, Amingo tentou levar ajuda à Windin, um Conde Goto que tinha se rebelado a Narsete, ambos foram derrotados pelo general Romano, Windin foi enviado em exÃlio em Constantinopla enquanto Amingo foi assassinado pela espada de Narsete. Um terceiro Duque, Leutario, irmão de Buccellino, carregado com muito produto de saque, tentou voltar para a pátria, mas entre Verona e Trento, perto do lago Benaco, morreu de doença.
3. Narsete teve que arcar com ainda uma guerra contra Sindualdo Rei dos Brionos, uma parte daquela estirpe de Eruli que Odoacre levou consigo no tempo da sua vinda na Itália. Em Sindualdo, Narsete tinha dado muitos privilégios na qualidade de aliado de Roma, mas depois Sindualdo, tomado pelo orgulho e pelo Ãmpeto de reinar se rebelou a Narsete. Ele o derrotou em batalha e o capturou, depois Sindualdo acabou enforcado em uma alta trave.
Além disso, o PatrÃcio Narsete, para o trâmite do general Digisteo, homem forte e belicoso, ocupou toda a Itália. Narsete foi para a Itália como Cartulario mas graças ao seu valor obteve o Patriciado. Era um homem pio, de religião católica, generoso com os pobres e cuidadoso na restauração das igrejas. Tão fervoroso nas vigÃlias e nas orações que obteve a vitória mais com as súplicas a Deus do que com as armas.
4. No tempo em que Narsete governava a Itália, explodiu uma gravÃssima epidemia de peste na provÃncia da Ligúria. Inesperadamente apareceram manchas nas casas, nas portas, nos vasos e nas roupas, quando alguém tentava limpá-las estas se tornavam ainda mais evidentes. Passado um ano, aos homens apareceram glândulas grandes como uma noz ou uma tâmara nas áreas inguinais e em outras partes delicadas do corpo. A isto seguia uma forte febre que em três dias levava à morte. Quem conseguia superar os três dias tinha boas esperanças de sobreviver. Em todos os lugares havia luto e lágrimas e como entre o povo tinha se espalhado a voz de quem se afastava das casas podia sobreviver, elas eram abandonadas, vazias, só os cães ficavam para guardá-las. Permaneceram sozinhos nos pastos os rebanhos, sem pastores para vigiá-los. Onde antes se avistavam vilas e acampamentos cheios de gente, agora eram desertos e abandonados pois todos tinha fugido. Fugiam os filhos deixando sem sepultar os cadáveres dos pais, fugiam os pais deixando os filhos tomados pelas fortes febres. Quem persista e continuava oferecendo piedosa sepultura como por antigos costumes, era contagiado e ficava por sua vez sem ser sepultado. Ao oferecer a última honraria ao cadáver do defunto deixava o seu cadáver sem a honra da sepultura.
Os locais voltaram ao silêncio primordial, nenhuma voz nos campos, nenhum apito de pastores, nenhum perigo de feras para o gado, nenhum para os pássaros domésticos. As colheitas que já tinham que estar sendo colhidas, esperavam o colhedor, a vinha já sem folhas e com a uva avermelhada permanecia ilesa na videira enquanto já o inverno começava.
O silêncio reinava soberano onde antes se ouviam as trombetas de guerra e o estrondo das armas, nenhum viajante e nenhum combatente, mas mesmo assim havia cadáveres até onde o olhar pudesse alcançar. Os abrigos dos pastores tinham se tornado tumbas para os homens e as habitações para as feras. Mas esta desventura golpeou só os Romanos no território italiano até a fronteira com os Alemães e os Bavaros.
Enquanto isso acontecia na Itália, morria Giustiniano e em Constantinopla Giustino II (Segundo) assumiu o comando do estado. Narsete capturou Vitale, bispo da cidade de Altino, que muito tempo antes tinha fugido para Agunto no Reino dos Francos e o condenou ao exÃlio na SicÃlia.
5. Narsete, vencida cada estirpe Gota na Itália e também os outros que falamos antes, colocou junto riquezas de ouro, prata e outras coisas preciosas, suscitando grande inveja naqueles Romanos que ele tinha defendido e protegido dos muitos inimigos. O seu ódio produziu uma mensagem que mandou escondido para Augusto Giustino e sua mulher Sofia, uma mensagem que recitava assim: «Aos Romani é agradável ser escravo tanto dos Gotos quanto dos Gregos, do momento que nos governa um eunuco, Narsete, e nos mantém oprimidos em escravidão e que o nosso pio PrÃncipe o ignora. Libere-nos das suas mãos ou certamente entregaremos a cidade de Roma e com ela nós mesmos, aos pagãos.». Ao saber disso, Narsete respondeu com estas palavras: «Se agi mal com os Romanos, mal terei». O imperador, indignado com Narsete, mandou Longino para a Itália como Prefeito para tomar o lugar.
Narsete, amedrontado por estas coisas e sobretudo pela princesa Sofia, não ousou voltar para Constantinopla. A propósito disso, conta-se que a mulher do Imperador, ao saber que Narsete era um eunuco, disse que a teria colocado com as moças no gineceu para separar os novelos de lã. E parece que Narsete tenha respondido: «Irei tecer uma trama tal que enquanto for viva não poderá liberá-la». Mas depois, amedrontado e aborrecido pelo ódio da princesa, se afastou para Nápoles, uma cidade da Campania e ali enviou mensageiros ao povo Longobardo convidando-o a deixar a pobre terra de Pannonia para vir conquistar a bem rica Itália. Para seduzi-los à conquista, enviou muitos tipos de fruta e outros produtos dos quais a Itália é rica. Os Longobardos acolheram com favor aquela mensagem também porque já há tempo a esperavam e desejavam fazer isto, antecipando as muitas vantagens. E logo no céu da Itália apareceram à noite espadas de fogo, presságio daquele sangue que será versado para este acontecimento.
6. Alboino decidiu partir para a Itália com os Longobardos, pediu ajuda aos seus velhos amigos, os Saxões, pois queria ter o máximo de guerreiros possÃvel para levar ao fim a conquista. E os Saxões vieram até ele, vinte mil guerreiros com mulheres e filhos, como acertado, decididos a participar da conquista.
Ao tomarem conhecimento disso, Clotario e Sigiberto colheram a ocasião para distribuir Svevi e outros povos nos territórios deixados livres pelos Saxões.
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