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A meio da noite - Segura nos seus braços. Margaret Way
Читать онлайн.Название A meio da noite - Segura nos seus braços
Год выпуска 0
isbn 9788413752679
Автор произведения Margaret Way
Жанр Языкознание
Серия Omnibus Bianca
Издательство Bookwire
Não podia falhar, como tal, teria de usar todos os trunfos possíveis. Não podia fazer nenhum mal preparar um pouco o caminho… com cafeína, sorrisos e covinhas.
Ligou a cafeteira e sentou-se à mesa, à frente da porta. Ela apareceria a qualquer momento.
No entanto. Adele não apareceu. E a paciência não era um dos pontos fortes de Nick.
Talvez a sua mulher quisesse o pequeno-almoço na cama? Ou isso seria levar as coisas demasiado longe?
Encostou-se na cadeira de madeira, abatido. Sentira a sua falta. Muito. Ao regressar à Califórnia depois da sua primeira viagem, surpreendera-o perceber o tempo que deixara que a fúria bulisse no seu interior. Não fora capaz de a desterrar como de costume. Embora isso fosse compreensível, ou não?
Qualquer homem estaria zangado se a sua esposa o tivesse deixado ao primeiro inconveniente. Poderiam ter chegado a um compromisso em relação ao seu emprego e ao seu contrato de seis meses em Hollywood, porém, ela nem sequer se incomodara em considerá-lo.
Estivera demasiado ocupada a gritar com ele a respeito de como o seu trabalho, a sua vida e os seus amigos eram importantes para ela. Fora uma surpresa desagradável descobrir que era o último da lista… se é que figurava nela.
O seu trabalho era igualmente importante para ele, contudo, Adele nunca o encarara a sério, nem sequer quando alguém lhe apresentara um contrato, oferecendo-lhe uma oportunidade de último momento de trabalhar com o aclamado produtor Tim Brookman. Fora uma oportunidade que não pudera rejeitar, e magoava-o mais do que gostava de reconhecer que ela não tivesse tido fé suficiente nele para o apoiar na sua decisão.
A irritação começou a apoderar-se da sua mente. Espantou-a e olhou para o relógio. Eram oito e meia. Adele não podia estar ainda a dormir. Talvez fosse melhor ir comprovar que estava bem.
Subiu as escadas. Ao aproximar-se da porta do quarto dela, abrandou. Sorriu ao recordar como por vezes roncava suavemente. Era tão doce… E era estranhamente gratificante saber que a perfeita Adele tinha um defeito ínfimo.
No entanto, não se ouvia nenhum ronco naquele momento. De facto, não se ouvia nenhum som.
Abriu um pouco a porta e pestanejou ao ver o quarto anormalmente brilhante. As cortinas estavam abertas e o frio sol de Fevereiro iluminava a cama vazia. Estava perfeitamente feita e as almofadas, à frente da cabeceira, impecavelmente colocadas.
Sentiu um nó no estômago, tal como lhe acontecera ao entrar no quarto há quase um ano e ver o armário vazio, com os cabides nus como ramos outonais.
Depois, encontrara o bilhete seco e breve que o informava de que ia ficar em casa de Mona e que não queria vê-lo. Ele dera meia volta e regressara para os Estados Unidos, consternado pelo facto de a sua esposa o ter abandonado com tanta facilidade. Pelo menos, conseguira convencer Mona de que a aconselhasse a voltar para casa depois de ele ter partido.
Aproximou-se do armário e abriu a porta. Soltou o ar contido ao ver a sua roupa pendurada e agrupada por tipo e cores.
Então, sentiu-se simplesmente confuso ao ver a roupa, mas não Adele.
Virou-se e regressou ao andar de baixo. Estava no último degrau quando ouviu a porta da entrada a abrir-se.
Adele recuou, assustada, e ele perguntou-se o que raios estava a acontecer.
O seu rosto estava vermelho e parecia agitada, algo que raramente acontecia.
Então, um pensamento horrível formou-se na mente de Nick.
– Estiveste a noite toda fora, Adele?
Ela baixou o jornal de domingo que tinha debaixo do braço.
– Acho que isso entra na categoria de «não te diz respeito».
Não lhe dizia respeito? Aquela mulher não existia!
– Continuas a ser a minha esposa!
Ela dedicou-lhe um olhar duro.
– Bom, sempre podemos fazer alguma coisa a respeito disso.
Nick experimentou uma actividade sísmica que pensou que Adele já não pudesse provocar-lhe depois de tanto tempo. Saiu de casa furioso, atravessou o atalho do jardim e entrou no seu atelier, fechando a porta com força.
Não lhe dizia respeito!
Deveria ter ficado para resolver aquele assunto, porém, os seus pés tinham começado a andar antes que o seu cérebro se activasse. E, naquele momento, não tinha vontade de voltar para casa.
– Quais achas que são as minhas possibilidades, Ethel? – perguntou ao manequim que salvara da rua e que ainda mantinha a sua pose num canto do atelier. – Preciso da perspectiva de uma mulher.
Ethel continuou com os olhos azuis cravados na direcção da janela.
Nick suspirou.
– Sim. Obrigado por nada, querida.
Adele trabalhava à frente do computador portátil quando Nick foi ter com ela. Continuava nervosa devido ao confronto do hall. Estivera quase a ceder… quase. Contudo, no final conseguira manter a compostura e Nick nunca saberia como estivera perto de desterrar a sua fúria com um beijo.
Tentou fingir que não tinha consciência da sua presença à porta da pequena sala que usavam como escritório.
– Estou ocupada, Nick – acabou por dizer, sem virar a cabeça.
– Em algum momento vamos ter de falar.
Ela encolheu os ombros e tentou concentrar-se nas palavras que apareciam no ecrã. Nenhuma lhe foi reconhecível. Leu uma frase pela terceira vez e acabou por deixar de tentar.
– Está bem. Falemos – virou a poltrona e cruzou os braços. – Podes começar.
Nick abanou a cabeça.
– Assim não. Vamos para um terreno neutro. O que achas de eu te convidar para almoçar?
Há muito tempo, adorava os longos e ociosos almoços de domingo com Nick. No Verão, sentavam-se no terraço do pub e, no Inverno, faziam-no no interior, à frente da acolhedora lareira. Não queria que nada lhe recordasse dias mais felizes, porém, ele tinha razão. Teriam de falar em algum momento e seria melhor que fosse o quanto antes.
– Está bem, mas pagas tu.
– Certamente.
Nick exibiu as suas covinhas e Adele teve a impressão de que estava a aceitar muitos problemas.
– Então, porquê tudo isto, Nick?
Tinham estado quase o almoço todo a conversar sobre nada em especial. Não tinha a certeza de isso ser um bom ou mau sinal. A única coisa que sabia era que a conversa transcendente começava a irritá-la e que tinha de saber imediatamente o que se passava.
Nick brincou com uma batata assada no seu prato.
– Este ano a minha mãe faz sessenta e quatro anos.
Adele assentiu.
– Eu sei – depois franziu o sobrolho.
O que estaria a tramar? Tentou olhar para ele nos olhos, porém, ele parecia concentrado em juntar todas as ervilhas no seu prato, num canto.
– Como está Maggie?
Fora um pouco cobarde nessa frente depois de ele ter partido. Escondera-se atrás da sua incapacidade para manter correspondência para que o contacto com a família de Nick fosse mínimo. Enviara algumas mensagens de outro correio electrónico e o cartão de Natal habitual, contudo, evitara