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a bússola de volta no bolso do macacão. "Mas tem a ver com encontrar meus pais".

      Esther pegou a mão dele e sorriu. "Então vamos".

      "Você vem comigo?"

      "Sim". Ela sorriu timidamente. "Se você quiser".

      "Claro".

      Oliver sorriu. Embora não conseguisse entender como Esther estava tão calma sobre o fato de que ela poderia ficar presa na linha do tempo errada para sempre, sua presença o alegrou. De repente, tudo parecia muito mais promissor, muito mais parecido com o Universo que o guiava. Sua busca para encontrar seus pais seria muito mais agradável com Esther ao seu lado.

      Eles desceram os degraus na saída do Colégio Campbell e foram na direção da estação de trem, andando lado a lado. A pele macia de Esther era muito reconfortante.

      Embora fosse um dia frio de outubro, Oliver não sentia frio. Apenas estar com Esther o mantinha aquecido. Era tão bom vê-la novamente. Ele achou que nunca mais voltaria. Mas não podia deixar de pensar que ela era uma miragem que poderia desaparecer a qualquer momento. Então, enquanto caminhavam, continuou olhando para ela apenas para ter certeza que ela era real. Toda vez, ela lhe dava seu doce sorriso tímido e ele sentia outra onda de calor em seu peito.

      Eles chegaram à estação de trem e se dirigiram para a plataforma. Oliver nunca havia comprado uma passagem de trem antes e a máquina de bilhetes parecia muito intimidante. Mas então se lembrou de que tinha desativado uma bomba atômica. Certamente poderia descobrir como usar uma máquina de passagens de trem.

      Ele comprou dois bilhetes para Cambridge, em Boston, selecionando a opção só ida, já que não tinha ideia se voltaria a Nova Jersey ou não. O pensamento o preocupou.

      O trem levaria pouco mais de quatro horas para chegar em Cambridge. Observaram os vagões pararem na plataforma e depois embarcaram, encontrando um vagão silencioso onde pudessem se acomodar para a longa viagem.

      "Como estão todos na escola?" Oliver perguntou. "Ralph? Hazel? Walter? Simon?"

      Esther sorriu. "Eles estão bem. Todos sentimos sua falta, é claro. Walter sente muito, na verdade. Ele diz que jogar zástrás não é a mesma coisa sem você".

      Oliver sorriu com tristeza. Ele sentia muita falta de seus amigos também.

      "E a escola?" ele perguntou. "Está segura? Houve novos ataques?"

      Ele estremeceu ao lembrar quando Lucas levou os Videntes vampiros a atacar a Escola. E apesar de ele ter frustrado Lucas naquela linha do tempo, tinha a sensação de que ainda teria lidar com aquele homem maligno.

      "Não houve mais ataques de morcegos de olhos azuis brilhantes", disse ela com um sorriso.

      Oliver pensou naquele momento terrível durante o encontro deles. Estavam caminhando pelos jardins... Esther falava sobre sua própria vida e família, sobre crescer em Nova Jersey na década de 1970, quando o ataque os interrompeu.

      Oliver percebeu agora que eles nunca terminaram a conversa. Ele nunca mais teve a chance de descobrir quem era Esther Valentini antes de entrar na Escola de Videntes.

      "Somos do mesmo bairro, não somos?" ele perguntou.

      Ela pareceu surpresa por ele se lembrar. "Sim. Só com uns trinta anos de diferença".

      "Isso não é estranho para você? Estar em um lugar que conhece tão bem, mas ver como é no futuro?"

      "Depois da Escola de Videntes, nada mais me parece estranho", ela respondeu. "Só tenho medo de esbarrar em mim mesma por aí. Tenho certeza de que esse é o tipo de coisa que poderia fazer o mundo implodir".

      Oliver ponderou suas palavras. Ele lembrou que Lucas tinha envenenado a mente do jovem Lucas por vários anos para fazê-lo fazer o que ele queria. "Eu acho que não seria tão ruim, desde que você não percebesse que é você mesma, se é que isso faz sentido?"

      Ela cruzou os braços firmemente. "Prefiro não arriscar".

      Oliver observou seu rosto ficar sério. Parecia estar escondendo algo.

      "Você não está curiosa?" ele perguntou. "Para ver sua família? Para ver a si mesma?"

      Ela balançou a cabeça. "Eu tenho sete irmãos, Oliver. Tudo o que fazíamos era brigar, especialmente porque eu era a aberração. E tudo que mamãe e papai faziam era discutir sobre mim, sobre o que havia de errado comigo". Sua voz ficou baixa e melancólica. "Estou melhor longe de tudo".

      Oliver se sentiu mal por ela. Por mais terrível que fosse sua vida doméstica, ele tinha profunda compaixão por qualquer pessoa com dificuldades.

       Pensou em como todas as crianças da escola se sentiam sozinhas, tiradas de suas famílias para desenvolver seus poderes. Na época, ele se perguntou por que nenhum deles parecia solitário ou com saudades de casa. Talvez fosse porque ninguém tinha vindo de lares felizes. Talvez houvesse alguma coisa em ser um Vidente que os diferenciasse dos demais, algo que preocupava os pais e tornava os lares infelizes.

      Esther olhou para ele. "Seus pais verdadeiros. Tem certeza de que eles aceitarão você como você é?"

      Oliver percebeu então que ele nem tinha pensado nisso. Eles o haviam abandonado, não foi? E se tivessem ficado tão aterrorizados com seu bebê peculiar que o haviam abandonado e fugido?

      Mas então ele se lembrou das visões em que seus pais apareciam. Eles eram acolhedores. Gentis. Receptivos. Disseram que o amavam e que estariam sempre com ele, observando-o, guiando-o. Ele tinha certeza de que ficariam felizes em se reunirem.

      Ou não tinha?

      "Tenho certeza", disse ele. Mas, pela primeira vez, ele não tinha tanta certeza. E se toda aquela missão fosse mal concebida?

      "E o que você fará quando os encontrar?" Esther acrescentou.

      Oliver ponderou suas palavras. Tinha que haver algum bom motivo para que eles tivessem desistido dele quando bebê. Alguma razão pela qual eles nunca vieram buscá-lo. Alguma razão pela qual eles não estavam atualmente em sua vida.

      Ele olhou para Esther. "Boa pergunta. Sinceramente, não sei".

      Eles ficaram em silêncio, enquanto o trem sacolejava suavemente, atravessando a paisagem.

      Oliver olhou pela janela quando a cidade histórica de Boston surgiu. Parecia maravilhosa, como saída de um filme. Sentiu uma onda de animação. Apesar de não saber o que faria quando visse seus pais verdadeiros, mal podia esperar para encontrá-los.

      Nesse momento, surgiu uma voz pelo alto-falante.

      "Próxima parada: Boston".

      CAPÍTULO SETE

      Quando o trem parou na estação, Oliver sentiu o coração acelerar. Nunca tinha viajado antes, pois os Blues nunca saíam de férias, portanto, estar em Boston era muito emocionante.

      Desceram do trem e entraram na movimentada estação. Era grandiosa, com seus pilares e esculturas de mármore. Homens de terno e mulheres executivas passavam apressados, falando alto em seus celulares. Tudo parecia bastante opressivo para Oliver.

      "Daqui até a Universidade de Harvard são cerca de três quilômetros", explicou ele. "Precisamos ir para o norte e atravessar o rio".

      "Como você sabe?" Esther perguntou. "Sua bússola também dá esse tipo de instruções?"

      Oliver riu e balançou a cabeça. Ele apontou para um grande mapa de cores vivas pendurado na parede da estação. Mostrava todos os pontos turísticos, incluindo a Universidade de Harvard.

      "Ah", disse Esther, corando.

      Quando saíram da estação, uma suave brisa de outono agitou as folhas caídas na calçada. O céu apresentava uma leve cor dourada.

      Eles começaram a caminhar na direção de Cambridge.

      "Parece

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