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para as outras, as raparigas anuíram nervosamente.

      “E por agora, não usem os telefones,” Acrescentou Hintz.

      Todas assentiram novamente e ali ficaram a olhar para as mãos, para o chão ou para o espaço.

      Hintz e Frisbie conduziram Heather até à cozinha adjacente enquanto o agente White vigiava relaxadamente Riley, Trudy, Cassie e Gina.

      Alguns momentos depois, Trudy quebrou o silêncio. “Riley, mas que raio… ?”

      White interrompeu, “Fica calada. Ordens do chefe.”

      Seguiu-se o silêncio novamente, mas Riley percebeu que Trudy, Cassie e Gina estavam a olhar para ela. Riley virou o rosto.

      Elas pensam que eu tenho culpa por estarem aqui, Apercebeu-se.

      Então pensou – talvez seja verdade, talvez ela não tivesse dado os seus nomes. Mas o que é que ele podia ter feito? Mentir a uma agente da polícia? Ainda assim, Riley não suportava a desconfiança com que as amigas a encaravam. E não podia censurá-las por isso.

      Afinal de contas, em que tipo de sarilhos é que estamos metidas? Pensou. Só por sairmos juntas?

      Riley estava especialmente preocupada com Heather que ainda estava na cozinha a responder a perguntas. A pobre rapariga era particularmente próxima da companheira de quarto, Rhea. É claro que aquilo era um pesadelo para toda a gente, mas Riley nem conseguia imaginar quão duro estaria a ser para Heather.

      Dali a nada, ouviram a voz do reitor a gaguejar desconfortavelmente no sistema sonoro do dormitório.

      “Daqui fala o Reitor Trusler. Eu… eu tenho a certeza de que todos vocês já sabem que aconteceu algo terrível no piso das raparigas. Têm ordens do chefe da polícia Hintz para ficarem nos vossos quartos esta noite e não saírem do dormitório. Um agente da polícia ou um responsável do campus pode ir ao vosso quarto para falar com vocês. Respondam a todas as perguntas colocadas. Por agora, não planeiem sair do campus amanhã. Receberão mais informações em breve.”

      Riley lembrou-se de algo que o chefe dissera…

      “O mais certo é termos perguntas a colocar a muitos de vocês.”

      Riley e as outras quatro raparigas eram as primeiras.

      Começava a fazer sentido para ela. No final de contas, tinham estado com Rhea pouco antes da sua morte. Mas o que é que Hintz pensaria que elas sabiam?

      O que é que ele pensa que eu possa saber? Interrogou-se.

      Riley não fazia ideia.

      Por fim, Heather saiu da cozinha acompanhada pela agente Frisbie. Heather parecia pálida e doente, como se estivesse prestes a vomitar novamente. Riley questionou-se – onde é que Heather ia passar a noite? Não podia voltar para o quarto que partilhara com Rhea.

      Como se tivesse ouvido os pensamentos de Riley, a agente Frisbie disse, “A Heather vai passar o resto da noite no quarto do AR.”

      Heather saiu abalada da sala comum. Riley ficou feliz por ver que a assistente residente fora ter com ela à entrada.

      A agente Frisbie chamou Gina para entrar na cozinha onde Hintz estava à espera. Gina levantou-se e seguiu a mulher, deixando Riley, Trudy e Cassie envoltas num silêncio desconfortável. Parecia a Riley que o tempo tinha abrandado enquanto esperavam.

      Por fim, Gina regressou. Sem dizer uma palavra às outras, atravessou a sala comum e saiu. Então a agente Frisbie chamou Cassie que foi até à cozinha.

      Agora só restavam Riley e Trudy. Enquanto esperavam, Trudy não parava de lançar olhares zangados e de reprovação a Riley que gostava de poder explicar o que dissera na breve conversa que tivera com a agente Frisbie. Ela limitara-se a responder a uma pergunta simples. Não acusara ninguém de nada.

      Mas o agente White ainda estava atento a elas e Riley não pode dizer nada.

      Por fim, Cassie saiu da cozinha e voltou para o seu quarto, e Trudy foi a próxima a ser chamada.

      Agora Riley estava sozinha com o agente White, sentindo-se isolada e com medo.

      Sem nada com que se distrair, continuava a lembrar-se do corpo de Rhea, dos seus olhos abertos e da poça de sangue. Agora aquelas imagens estavam misturadas com memórias da sua própria mãe morta – há tanto tempo, mas ainda assim tão vívido na sua mente.

      Como é que algo assim poderia estar a acontecer ali naquele momento no dormitório de uma faculdade?

      Isto não pode estar a acontecer, Pensou.

      Com certeza que não estava ali sentada a preparar-se para responder a perguntas cujas respostas não sabia.

      Com certeza que uma das suas melhores amigas não tinha acabado de ser selvaticamente assassinada.

      Já quase se convencera da irrealidade do momento quando a agente Frisbie saiu com Trudy da cozinha. Com uma expressão soturna, Trudy saiu da sala comum sem sequer olhar para Riley.

      A agente Frisbie fez um gesto com a cabeça e Riley levantou-se e seguiu-a até à cozinha.

      Isto não pode estar a acontecer, Continuava a dizer a si própria.

      CAPÍTULO QUATRO

      Riley sentou-se à mesa na cozinha, de frente para o chefe Hintz. Durante um momento, o chefe limitou-se a olhá-la, segurando no lápis sobre um bloco de notas. Riley interrogou-se se era suposto dizer alguma coisa.

      Olhou para cima e viu que a agente Frisbie se tinha encostado a uma bancada. A mulher ostentava uma expressão amarga no rosto, como se não estivesse muito satisfeita com as entrevistas. Riley questionou-se se Frisbie estaria aborrecida com as respostas das raparigas ou com a forma como o chefe fazia as perguntas.

      Por fim, o chefe disse, “Antes de mais nada, alguma vez a vítima lhe deu a entender que temia pela vida?”

      Riley ficou impressionada com a palavra…

      Vítima.

      Porque é que ele não se limitava a tratá-la por Rhea?

      Mas ela tinha que responder àquela pergunta.

      Tentou recordar-se de conversas recentes, mas apenas se lembrou de conversas sem grande importância como aquela que tinham tido sobre a toma da pílula.

      “Não,” Respondeu Riley.

      “Alguém lhe desejava mal? Alguém se aborreceu com ela recentemente?”

      A simples ideia parecia estranha a Riley. A Rhea era – tinha sido – tão agradável e amigável que Riley não conseguia imaginar que alguém pudesse ficar zangado com ela por mais de alguns minutos.

      Mas pensou…

      Será que me escapou alguma coisa?

      E será que as outras raparigas tinham contado algo a Hintz que Riley desconhecia?

      “Não,” Disse Riley. “Que eu saiba, ela dava-se bem com toda a gente.”

      Hintz fez uma pequena pausa.

      Então disse, “Diz-nos o que é que aconteceu quando tu e as tuas amigas chegaram ao Centaur’s Den.”

      Riley foi inundada por uma imensidão de sensações – Rhea e Trudy a empurrarem-na para dentro do recinto onde pairava um nevoeiro denso de fumo de tabaco e a música ensurdecedora…

      Teria que falar nesses pormenores?

      Não, com certeza que Hintz apenas queria saber os factos simples.

      Ela disse, “A Cassie, a Heather e a Gina foram diretamente para o bar. A Trudy queria que eu dançasse com ela e com a Rhea.”

      Hintz revia as notas que tirara durante as entrevistas às outras raparigas que lhe tinham contado o que sabiam das ações de Riley, incluindo o facto de

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