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que tinha no seu computador.

      “Porque é que o último crime foi diferente?” Perguntou Jake.

      Riley leu o texto. Não reparou em nada que ainda não soubesse.

      “Tilda Steen estava vestida quando ele a enterrou. Parecia que não tinha sequer tentado ter relações sexuais com ela.”

      Jake disse, “Agora diz-me o que aí está como causa de morte das três vítimas.”

      Riley encontrou o que procurava rapidamente.

      “Estrangulamento,” Disse ela. “Igual para as três.”

      Jake resmoneou desanimado.

      “Foi aí que a polícia local errou,” Disse ele. “As duas primeiras, Melody Yanovich e Portia Quinn foram sem dúvida estranguladas. Mas eu descobri pelo médico-legista – não havia nódoas negras no pescoço de Tilda Steen. Fora sufocada, mas não estrangulada. O que é que isto te diz?”

      O cérebro de Riley começou a processar aquela nova informação.

      Fechou os olhos novamente, tentando imaginar a cena.

      “Algo aconteceu quando ele levou Tilda para aquele quarto de motel,” Disse Riley. “Ela confiou-lhe alguma coisa, talvez algo que nunca tinha dito a ninguém. Ou talvez ele lhe tenha dito algo a seu respeito que ela quisesse saber. Subitamente ela tornou-se…”

      Riley parou.

      Jake disse, “Força. Di-lo.”

      “Humana para ele. Ele sentiu-se culpado pelo que ia fazer. E de uma forma distorcida…”

      Riley demorou um momento para ordenar os pensamentos.

      “Ele decidiu matá-la como um ato de misericórdia. Não a estrangulou com as mãos. Fê-lo de forma mais suave. Ele dominou-a na cama e sufocou-a com uma almofada. Sentiu-se com tantos remorsos que…”

      Riley abriu os olhos.

      “… não voltou a matar.”

      Jake soltou um som de aprovação.

      Ele disse, “Foi a essa mesma conclusão que eu cheguei naquele dia. E ainda assim penso. Acredito que ele ainda está na região e ainda vive assombrado pelo que fez há tantos anos atrás.”

      Uma palavra começou a ecoar na mente de Riley…

      Remorso.

      De repente algo lhe pareceu óbvio.

      Sem parar para pensar, ela disse, “Ele ainda tem remorsos Jake. E quase aposto que deixa flores nas campas das mulheres.”

      Jake riu com satisfação.

      “Bem pensado,” Disse ele. “Por isso sempre gostei de ti Riley. Tu entendes a psicologia e sabes como transformá-la em ação.”

      Riley sorriu.

      “Aprendi com o melhor,” Disse ela.

      Jake esboçou um agradecimento pelo elogio. Ela agradeceu-lhe e terminou a chamada. Ficou no gabinete a pensar.

      É comigo.

      Ela tinha que apanhar o assassino de uma vez por todas.

      Mas sabia que não o poderia fazer sozinha.

      Precisava de ajuda para a UAC reabrir o caso.

      Dirigiu-se ao corredor e caminhou na direção do gabinete de Bill Jeffreys.

      CAPÍTULO OITO

      Bill Jeffreys estava a aproveitar uma manhã invulgarmente tranquila na UAC quando a sua parceira irrompeu pelo seu gabinete adentro. Ele imediatamente reconheceu a expressão no seu rosto. Era assim que Riley Paige ficava quando estava entusiasmada com um novo caso.

      Ele fez um gesto na direção da cadeira do outro lado da mesa e Riley sentou-se. Mas ao escutar atentamente a sua descrição dos homicídios, Bill ficou algo intrigado com o seu entusiasmo. Ainda assim, não fez qualquer comentário enquanto ela lhe fornecia a descrição completa da conversa que tivera ao telefone com Jake.

      “Então, o que te parece?” Perguntou ela a Bill quando terminou.

      “Sobre quê?” Perguntou Bill.

      “Queres trabalhar neste caso comigo?”

      Bill olhou-a de forma incerta.

      “Claro que gostaria, mas… bem, o caso não está aberto. Está fora do nosso controlo.”

      Riley respirou fundo e disse cautelosamente, “Esperava que eu e tu tratássemos disso.”

      Bill demorou alguns instantes a perceber o que ela queria dizer. Depois os seus olhos abriram-se muito e ele abanou a cabeça.

      “Oh, não Riley,” Disse ele. “Este já tem muito tempo. O Meredith não vai estar interessado em abri-lo outra vez.”

      Bill percebeu que também Riley tinha as suas dúvidas, mas tentava escondê-la.

      “Temos que tentar,” Disse ela. “Nós podemos resolver este caso. Eu sei que sim. Os tempos mudaram, Bill. Agora temos novas ferramentas à nossa disposição. Por exemplo, os testes de ADN quase não existiam na altura. Agora as coisas são diferentes. Não estás a trabalhar noutro caso agora, pois não?”

      “Não.”

      “Nem eu. Porque não tentarmos?”

      Bill olhou para Riley com preocupação. No espaço de um ano a sua parceira tinha sido chamada à atenção, suspensa e até despedida. Ele sabia que a sua carreira às vezes estava por um fio. A única coisa que a salvara fora a sua habilidade inata para encontrar a sua presa, por vezes de formas pouco ortodoxas. Essa capacidade e a sua cobertura ocasional tinham-na mantido na UAC.

      “Riley, estás a pedi-las,” Disse ele. “Não te ponhas a jeito.”

      Bill percebeu que ela não gostara da sua reação e de imediato se arrependeu do que dissera.

      “OK, se não o queres fazer,” Disse ela, levantando-se da cadeira, virando-se e dirigindo-se para a porta.

      *

      Riley não suportava a expressão “Pôr-se a jeito.”

      No final de contas, agitar as águas era o que ela mais fazia. E sabia perfeitamente bem que era uma das coisas que a tornava numa boa agente.

      Riley estava a sair do gabinete de Bill quando ele a chamou, “Espera um segundo. Onde é que vais?”

      “Onde é que achas que vou?” Disse Riley.

      “OK, OK! Estou a ir!”

      Ela e Bill percorreram o corredor em direção ao gabinete do Chefe de Equipa Brent Meredith. Riley bateu à porta e ouviu uma voz dizer, “Entre.”

      Riley e Bill entraram no espaçoso gabinete de Meredith. Como sempre, o chefe de equipa revelava uma presença impressionante. Estava debruçado sobre a secretária a mergulhado em relatórios.

      “Seja rápidos,” Disse Meredith sem tirar os olhos do seu trabalho. “Estou ocupado.”

      Riley ignorou o olhar preocupado de Bill e de forma arrojada sentou-se ao lado da secretária de Meredith.

      Riley disse, “Chefe, eu e o Agente Jeffreys queremos reabrir um antigo caso e estávamos a pensar se…”

      Ainda concentrado nos seus papéis, Meredith interrompeu.

      “Nem pensar.”

      “Huh?” Disse Riley.

      “Pedido recusado. Agora se não se importam, tenho trabalho a fazer.”

      Riley permaneceu sentada. Sentiu-se momentaneamente bloqueada.

      Depois

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