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      “Havias de ter gostado,” Disse Jilly.

      “Sí, eu gosto de futbol.” Disse Gabriela. “Vou numa próxima oportunidade.”

      Aquela parecia uma boa altura para Riley dar uma notícia.

      “Tenho boas notícias,” Disse ela. “Falei com a minha corretora de imóveis hoje e ela pensa que a venda da cabana do avô pode render bastante. Pode ajudar muito para a faculdade – de ambas.”

      As miúdas ficaram agradadas e conversaram sobre o assunto durante algum tempo. Mas passado pouco tempo a disposição de Jilly pareceu ensombrecer.

      Por fim, Jilly perguntou a Riley, “Quem era aquele homem que estava no jogo contigo?”

      April disse, “Oh, era o Blaine. Foi nosso vizinho. É o pai da Crystal. Já a conheceste.”

      Jilly comeu em silêncio durante alguns instantes.

      Depois disse, “Onde está o Ryan? Porque é que ele não foi ao jogo?”

      Riley engoliu em seco. Ela já notara que Ryan tinha ido lá a casa durante o dia para levar as suas coisas. Chegara o momento de dizer a verdade às miúdas.

      “Há uma coisa que quero dizer a todas vocês,” Começou.

      Mas teve dificuldades em encontrar as palavras certas.

      “O Ryan… diz que precisa de espaço. Ele….”

      Não foi capaz de dizer mais nada. Percebeu pelos rostos das miúdas que não precisava. Compreenderam perfeitamente o que ela queria dizer.

      Depois de alguns segundos de silêncio, Jilly desatou a chorar e saiu da mesa, correndo escadas acima. April seguiu-a para a consolar.

      Riley percebeu que April estava acostumada aos desequilíbrios de Ryan. Estas desilusões ainda deviam doer, mas ela conseguia lidar com elas melhor do que Jilly.

      Sentada à mesa apenas com Gabriela, Riley começou a sentir-se culpada. Seria ela completamente incapaz de manter uma relação séria com um homem?

      Como se tivesse lido os seus pensamentos, Gabriela disse, “Pare de se culpar. A culpa não é sua. Ryan é um pateta.”

      Riley sorriu tristemente.

      “Obrigada Gabriela,” Disse ela.

      Era precisamente aquilo que ela precisava de ouvir.

      Depois Gabriela acrescentou, “As miúdas precisam de uma figura de pai, mas não de alguém que vai e vem daquela forma.”

      “Eu sei,” Disse Riley.

      *

      Mais tarde nessa noite, Riley foi ver como estavam as miúdas. Jilly estava no quarto de April, a fazer os trabalhos de casa em silêncio.

      April olhou para cima e disse, “Nós estamos bem mãe.”

      Riley sentiu-se aliviada. Por muito triste que se sentisse pelas filhas, estava orgulhosa por April estar a confortar Jilly.

      “Obrigada querida,” Disse ela e fechou a porta silenciosamente.

      Pensou que April falaria com ela sobre Ryan quando se sentisse preparada. Mas para a Jilly podia ser mais complicado.

      Ao descer as escadas, Riley deu por si a pensar no que Gabriela tinha dito.

      “As miúdas precisam de uma figura de pai.”

      Olhou para o telefone. Blaine tornara claro que queria retomar a sua relação.

      Mas o que esperaria ele dela? A sua vida resumia-se às miúdas e ao trabalho. Poderia ela incluir mais alguém nela naquele momento? Será que o iria apenas desiludir?

      Mas, Admitiu ela, Eu gosto dele.

      E era óbvio que ele gostava dela. Na vida devia haver lugar para…

      Pegou no telefone e ligou o número da casa de Blaine. Ficou desapontada ao ser recebida pelo atendedor de chamadas, mas não surpreendida. Ela sabia que o seu trabalho no restaurante muitas vezes o mantinha fora de casa à noite.

      Ao sinal, Riley deixou uma mensagem.

      “Olá Blaine. É a Riley. Ouve, desculpa se agi de forma um pouco distante no jogo desta tarde. Só quero dizer que se o teu convite de jantar se mantiver, podes contar connosco. Liga-me quando puderes para combinarmos.”

      Riley sentiu-se imediatamente melhor. Foi para a cozinha e serviu-se de uma bebida. Ao sentar-se no sofá da sala, lembrou-se da conversa que tivera com Paula Steen.

      Paula parecia estar em paz com o facto de o assassino da filha nunca vir a ser julgado.

      “Não é culpa de ninguém e eu não culpo ninguém,” Dissera Paula.

      Essas palavras agora perturbavam Riley.

      Parecia tão injusto.

      Riley terminou a sua bebida, tomou um banho e foi para a cama.

      Mal tinha adormecido quando os pesadelos começaram,

      *

      Riley era apenas uma menina.

      Atravessava um bosque de noite. Tinha medo, mas não sabia muito bem porquê.

      Afinal, ela não estava propriamente perdida no bosque.

      O bosque fica perto de uma autoestrada e ela conseguia ver carros a passar. O brilho de um poste de iluminação e a lua cheia iluminavam o seu caminho entre as árvores.

      Então os seus olhos pousaram numa fila de três campas rasas.

       A terra e pedras que cobriam as campas eram instáveis.

      Mãos de mulheres irrompiam das campas.

      Ela conseguia ouvir as suas vozes abafadas dizer…

      “Ajuda-nos! Por favor!”

      “Mas eu sou apenas uma menina!” Respondia Riley chorosa.

      Riley acordou a tremer.

      É só um pesadelo, Disse a si mesma.

      E não era propriamente surpreendente que tivesse sonhado com as vítimas do assassino da caixa de fósforos na noite a seguir a ter falado com Paula Steen.

      Respirou profundamente. Passado pouco tempo sentiu-se novamente descontraída e voltou a adormecer.

      Mas então…

      Ela era apenas uma menina.

      Estava numa loja de doces com a mãe e a mãe estava a comprar-lhe muitos doces.

      Um homem assustador com uma meia na cabeça veio na sua direção.

      Apontou uma arma à mãe.

      “Dê-me o seu dinheiro,” Disse à mãe.

      Mas a mãe estava demasiado amedrontada para se conseguir mexer.

      O homem disparou contra o peito da mãe e ela caiu mesmo em frente a Riley.

      Riley começou a gritar. Virou-se à procura de alguém que pudesse ajudar.

      Mas de repente, estava novamente no bosque.

      As mãos das mulheres ainda remexiam nas campas.

      As vozes ainda zurziam…

      “Ajuda-nos! Por favor!”

      Então Riley ouviu outra voz a seu lado. Uma voz familiar…

      “Ouviste-as Riley. Elas precisam da tua ajuda.”

      Riley virou-se e viu a mãe. O peito sangrava do disparo e o rosto tinha uma palidez mortal.

      “Não as posso ajudar mãe!” Declarou Riley. “Eu sou só uma menina!”

      A mãe sorriu.

      “Não,

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