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Capa do livro

      © Editora Gato-Bravo 2021

      Não é permitida a reprodução total ou parcial deste livro nem o seu registo em sistema informático, transmissão mediante qualquer forma, meio ou suporte, sem autorização prévia e por escrito dos proprietários do registo do copyright.

      editor Marcel Lopes

      coordenação editorial Paula Cajaty

      revisão e adaptação Inês Carreira

      projecto gráfico 54 Design

      imagem da capa Shutterstock

      Título

      Um objeto cortante

      Autor

      Alexandra Maia

      e-isbn 978-989-8938-55-8

      1a edição: janeiro, 2021

      gato·bravo

      rua de Xabregas 12, lote A, 276-289

      1900-440 Lisboa, Portugal

      tel. [+351] 308 803 682

      [email protected]

      editoragatobravo.pt

      Sumário

       UM DRAGÃO

       DEPOIS

       BIÓPSIA

       CREIO QUE FOI

       O NÃO DITO

       POR UM MOMENTO

       BRANCO E PRETO

       NADA EM CÍRCULOS

       NÃO?

       MACHU PICCHU

       UMA FEBRE EM FLOR

       ERA TARDE

       UTI

       UMA HISTÓRIA

       OUTRA HISTÓRIA

       FIM

       EXÍLIO

       DIFÍCIL SABER

       DAS MIL PALAVRAS

       PRECISO FALAR

       NO QUADRO NEGRO

       ESTOU

       UM POEMA POR DIA

       ALGUM FRUTO

       EM UMA CARTA

       ENCONTRARAM-SE

       IMAGINA

       UM RASGO

       SECA

       NO MEIO DA FESTA

       POR FAVOR

       REVELAÇÃO

       AINDA ASSIM

       COM LICENÇA POÉTICA 2

       POEMA PRESO

       DIANTE DE TANTO

       HÁ LIVROS QUE FALAM

      “De vez em quando Deus me tira a poesia.

      Olho pedra, vejo pedra mesmo.”

      Adélia Prado

      “Quem és? Perguntei ao desejo.

      Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.”

      Hilda Hilst

      “O vazio caminha em seus espaços vivos”

      Sophia de Mello Breyner Andresen

      “Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.”

      Hilda Hilst

      para Antonia, Francisco e Marco

      – esteio e luz –

      meu lar onde quer que eu vá

      Fazia noite

      como se o azul reinasse

      Só depois veio o escuro

      UM DRAGÃO

      Um dragão domesticado passeia pela sala

      Onde o fogo, o brilho?

      Onde a força, a fome, o céu?

      E pensar que voo

      e lembrar que garras, asas, ímpeto

      Preso à coleira

      meu dragão morre de tédio e tristeza

      como um leão de circo do interior

      Domesticar

      uma ideia que amedronta

      DEPOIS

      Depois

      muito depois

      num mergulho de peito

      ela imerge em busca do que a fundou

      e

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