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lençóis neste momento.

      —Que maus lençóis?— Jabina perguntou, interessada.

      O Duque olhou para ela com a intenção de responder secamente, mas percebeu que o olhar dela era muito inocente.

      Ela não entendia mesmo, ele pensou, não fazia ideia do perigo que podia enfrentar se tivesse subido para a carruagem de um daqueles dândis que frequentavam os clubes de St. James. Muitos deles, sem dúvida, considerariam uma jovem sozinha, presa fácil.

      O Duque nada disse e Jabina esperou um instante.

      —Conte— ela pediu.

      —Seu comportamento é ridículo!— o Duque ralhou, severo—, e permita que lhe diga mais uma vez, Jabina, que não pode viajar para Londres sozinha e ir até a França desacompanhada. É uma ideia impossível. E, além disso, não vou permitir que você tente uma coisa tão perigosa e condenável.

      —Como pretende me deter?— Jabina desafiou.

      —Vou entregá-la ao Xerife, na primeira cidade por onde passarmos— o Duque respondeu—, entrego-a aos cuidados dele e ele se encarregará de levá-la de volta a seu pai.

      Ela soltou um grito.

      —Não! Não vai fazer isso! Como pode ser tão cruel? Tão traiçoeiro?

      —Não estou sendo nada disso, mas sim, apenas razoável e, na verdade, penso apenas em seu próprio bem.

      —Não acredito!— ela gritou rudemente—, está é com medo de se envolver.

      —Está sendo infantil— disse o Duque—, mas posso lhe garantir que é para seu próprio bem.

      —Eu odeio as coisas que são para o meu próprio bem: mingau, pão com manteiga e leite quente! Por que é que você não podia ser um jovem alegre e excitante, realmente interessado em me ajudar?

      —Lamento, Jabina. Eu compreendo o seu problema, apesar de você achar que não. Mas sei um pouco mais da vida do que você e posso lhe garantir que seria uma negligência criminosa de minha parte permitir que você se lançasse nessa viagem maluca absolutamente sozinha.

      Fez-se um silêncio.

      —Quer dizer... que vai mesmo me entregar para o Xerife?— Jabina perguntou num fio de voz.

      —Vou, sim— a resposta foi firme—, e pode ter certeza, Jabina, que um dia vai me agradecer por isso.

      —Ele vai me levar de volta para o meu pai e vou ter de casar com Lorde Domach e vou odiar você para o resto da minha vida! Está ouvindo? Odeio você! Odeio você!

      —Lamento, mas não há nada que eu possa fazer.

      —Vou fazer um boneco com a sua cara e encher de alfinetes espetados— Jabina ameaçou—, e espero que sofra todos os castigos do inferno.

      O Duque nada respondeu e viajaram algum tempo em silêncio.

      —Por favor, não me entregue ao Xerife— Jabina suplicou, depois de algum tempo—, se me deixar na estalagem, eu consigo alguma outra pessoa que possa me… ajudar. Eu sempre tenho sorte e as pessoas gostam de mim.

      O Duque achava que havia a forte possibilidade de gostarem mesmo dela, talvez até demais e de uma maneira que ela não esperava.

      —Desculpe, Jabina— ele disse—, mas vai ter de ser o Xerife. Se eu a deixar sozinha e desprotegida, isso vai pesar muito na minha consciência.

      —Monstro!— ela exclamou, desesperada—, eu não fazia ideia de que pudesse haver gente tão horrível, tão cruel. Se eu me atirar no precipício para não casar com Lorde Domach, a culpa vai ser sua e isso sim é que vai pesar na sua consciência pelo resto da vida!

      O Duque nada respondeu e de novo viajaram algum tempo em silêncio.

      O vento amainara um pouco, mas a neve caía ainda pesadamente, depositando-se nas janelas, tornando impossível ver a estrada.

      O solo parecia ter-se tornado mais irregular e a carruagem sacudia de um lado para o outro. Os cavalos, porém, prosseguiam.

      O Duque inclinou-se para a frente e limpou o vidro, tentando enxergar em que ponto se encontravam.

      Já estava quase escuro e ele preocupou-se em chegar à estalagem antes de a noite fechar.

      —Talvez nos percamos na neve e venhamos a morrer congelados. Então, quando nos descobrirem, vão pensar quem poderia ser a estranha sentada a seu lado.

      Jabina riu.

      —Já pensou que escândalo seria? O pomposo Duque de Warminster encontrado morto nos braços de uma beleza escocesa desconhecida!

      —Como já lhe disse antes— o Duque disse, calmo—, você é convencida demais.

      —Talvez o senhor não aprecie cabelos vermelhos.

      —Não especialmente.

      —Eu sei exatamente qual é o tipo de mulher que o senhor gosta. Uma criatura sossegada, cabisbaixa que diga: «Sim, Sua Graça!», «Não, Sua Graça!». Que concorde com tudo o que disser e que nunca arrede o pé do seu devido lugar.

      —Uma moça assim, pelo menos, não criaria uma situação destas— o Duque replicou.

      —Claro que não. Mas já imaginou como seria maçante viver ao lado dela? Igual a ter de ler e reler um desses livros empoeirados.

      Ela riu e continuou:

      —Não haveria surpresas e não faria a menor diferença passar para o capítulo seguinte ou continuar lendo o mesmo capítulo, porque nunca haveria nada novo.

      O Duque suspirou, olhando pela janela.

      —Posso lhe garantir, Jabina, que não tenho a menor curiosidade pelas aventuras que parecem excitá-la tanto. Tudo que quero é chegar em segurança à estalagem postal.

      —Não adianta nada ficar só pensando nisso— Jabina respondeu—, o senhor devia era arranjar um cocheiro em quem pudesse confiar ou então dirigir os cavalos o senhor mesmo.

      —Higman está comigo faz quinze anos e…— interrompeu-se.

      Mas de repente riu.

      —Sabe, Jabina, acho que você está me provocando. Nunca em toda a minha vida encontrei uma mocinha tão irritante quanto você.

      —Sorte sua! Se a sua namorada sem graça e bem comportadinha estivesse aqui agora, com certeza estaria toda chorosa, agarrada a seu braço como uma planta medrosa.

      O Duque ia responder quando a carruagem deu um solavanco e as rodas atolaram na neve ou na lama.

      Ela parou num ângulo principal e o Duque abriu a janela.

      Imediatamente flocos de neve entraram soprados pelo vento que, apesar de ter diminuído de intensidade, era ainda bastante forte.

      O Duque debruçou-se para fora.

      —Qual é o problema, Higman?— ele perguntou, alto—, atolamos?

      Mas antes mesmo que terminasse a pergunta a carruagem capotou.

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