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de Chicago que se dedica a investimentos bancários e ele tem informação confidencial sobre Smythe… não vai vender.

      – E supõe-se que devemos acreditar no teu colega? – replicou Max.

      Nathan encolheu os ombros.

      – A questão é que, se Smythe vendesse, não teríamos a mesma margem de lucro do que com a petrolífera Montgomery. E se vocês deixassem de agir como duas velhas, talvez entendessem o valor do risco.

      – Não nos dês lições – replicou Max. – Não passas de um recém-chegado que não estaria aqui se não fosse porque…

      Sebastian interrompeu-o com um gesto. Max sempre tinha sido muito direto. Ele, por outro lado, era mais calado e mais ofensivo.

      – Tenho a certeza que o Nathan entende qual é a sua posição na empresa.

      Sim, ele entendia muito bem a sua posição: era o estranho. Era indiferente que tivessem o mesmo apelido. A sua mãe tinha sido a amante de Brandon Case e tanto Sebastian como Max odiavam ter de partilhar o seu pai com ele. Além da empresa familiar, claro.

      – Não deixem de lado o possível acordo com Montgomery – insistiu Nathan. – Disse-vos que tenho de solucionar umas quantas coisas antes de o assinar, deem-me mais umas semanas.

      – Esquece – disse Max. – Tentaste e não saiu bem. Fim do assunto.

      – Não sejas idiota. Tu viste os números e sabes quanto poderíamos ganhar – Nathan inclinou-se para a frente. – Sei que estás chateado porque o nosso pai não te consultou sobre a minha vinda para a empresa, tal como sei que queres que me vá embora. Mas isso não vai acontecer, portanto podes deixar de fazer esses joguinhos.

      – Que joguinhos? – exclamou Sebastian.

      – Desde que éramos crianças que vocês decidiram unir-se contra mim. E eu entendo, eu era o filho ilegítimo, a prova de que nosso pai tinha enganado a vossa mãe. Mas a minha mãe já morreu há vinte anos. Não acham que já vai sendo hora de esquecer tudo?

      Os dois irmãos olharam-se, surpreendidos pela sua veemência. Nathan odiava que o deixassem de fora continuamente e isso renovava a sua determinação de ficar com o controlo da empresa.

      – O que sabemos dessa tecnologia em que queres investir? – murmurou Max. – Nós não sabemos nada sobre tecnologia de ponta.

      – Eu sim.

      – Desculpa, mas não acredito em ti.

      Sebastian silenciou o seu irmão mais novo com um gesto.

      – Até falarmos com Smythe, tínhamos decidido dar-lhe a oportunidade de negociar com Montgomery sobre essa possível joint venture. O Silas ainda não tomou uma decisão e acho que deveríamos dar-lhe até meados de fevereiro.

      – E eu acho que é melhor deixar esse tipo de investimentos para os peritos – replicou Max, sarcástico.

      Nathan conteve o desejo de replicar como gostaria. Ele não tinha um mestrado em Gestão de Empresas nem as credenciais que tinham os seus meios-irmãos, mas ganhara muito dinheiro graças à sua habilidade para investigar companhias novas e descobrir o seu potencial.

      – Porque é que não falam entre vocês? – sugeriu, levantando-se. – Eu tenho um encontro agora mesmo. Mais tarde contam-me o que decidiram.

      Nathan agarrou no seu casaco e saiu do escritório. O café Carlhey’s ficava a três quarteirões dali e deixou que o frio acalmasse a sua fúria. Pela primeira vez em meses, talvez em anos, tinha um projeto no qual podia ferrar o dente e não o abandonaria por causa da timidez dos seus meios-irmãos, nem pela falta de imaginação.

      Não estava de bom humor quando entrou no café, mas o seu pulso acelerou-se ao pensar que ia ver Emma. Um tempo depois, quando a empregada lhe perguntou se queria outro café, Nathan olhou para o relógio. Onde se teria metido? Eram dez e meia.

      Chateado, tirou uma nota e deixou-a sobre a mesa, pôs o casaco e saiu.

      Cody tinha-lhe dado a sua morada umas semanas antes porque, depois da festa de Clark, tinha pensado enviar-lhe flores, balões, algo tolo e romântico. E esse impulso perturbava-o porque ele não era dado a gestos românticos. Afinal não tinha feito nada e, depois ao ver que Emma não lhe devolvia as chamadas, alegrava-se por não o ter feito.

      Nathan dirigiu-se ao seu loft e entrou sem ter que tocar à campainha graças a uma mulher que saía nesse momento, imaginando a surpresa de Emma quando o visse.

      Quando chegou ao quarto andar, tocou à campainha mas não obteve resposta. Quase sem se aperceber, empurrou a porta e ficou surpreendido ao ver que cedia.

      – Emma?

      Ela não respondeu mas pareceu-lhe ouvir algo na casa de banho.

      Nathan atravessou o salão, observando distraidamente a abundância de projetos de remodelação que parecia ter deixado a meias. E o que encontrou ao final do corredor deixou-o gelado.

      Alguém tinha destruído a casa de banho com um martelo pneumático, destruindo as paredes e parte do teto, deixando à vista os cabos e a canalização. Não havia chuveiro nem banheira e só estavam de pé o lavatório e a sanita. E aí era onde estava Emma, inclinada sobre a sanita, a vomitar.

      – Estás doente?

      – Nathan! – exclamou ela, levantando a cabeça. – O que estás aqui a fazer?

      – Tinha vindo para perguntar porque é que me tinhas voltado a deixar pendurado, mas agora entendo.

      – Pronto, agora que já me viste, podes ir embora.

      – E deixar-te assim? Nem pensar – Nathan olhou à sua volta, à procura de uma toalha. – Volto já.

      Foi até ao corredor e entrou numa cozinha diminuta. Os velhos armários e os eletrodomésticos antiquados deixavam claro que o seu projeto de obra não tinha chegado muito longe. Por fim encontrou um pano de cozinha e, depois de o pôr sob a torneira, voltou à casa de banho, onde Emma estava na mesma posição.

      – Toma, põe isto na testa – disse. – O que é que estiveste a celebrar?

      – Nada, isto não é uma ressaca. É uma gastroenterite ou algo parecido.

      Nathan sentou-se ao seu lado, sem se preocupar em sujar o fato. Incomodava-o vê-la a viver nessas condições… era lógico que o seu pai quisesse casá-la porque, evidentemente, necessitava que alguém cuidasse dela.

      Mas então lembrou-se de algo… algo que o deixou preocupado.

      – Vai-te embora, Nathan. Não tenho vontade de falar com ninguém neste momento – insistiu Emma.

      – De certeza que é uma gastroenterite?

      – Que outra coisa poderia ser? – perguntou ela, franzindo a sobrancelha.

      – Bom, passou quase um mês desde que estivemos juntos… – Nathan não disse mais nada, olhando para ela nos olhos.

      – E? – perguntou ela, afastando o cabelo da cara.

      – Estás grávida?

      Capítulo Quatro

      Grávida? Que loucura era essa? Tinha um vírus, mais nada.

      – Usámos preservativo – lembrou-lhe Emma.

      – Não são efetivos a cem por cento – replicou Nathan.

      Ah, e isso seria ótimo para ele, claro. Assim teria mais razões para fazer com que se casasse com ele.

      – Vai-te embora, por favor.

      – Não penso deixar-te assim – disse ele. – Vou buscar um copo de água.

      – Não, por favor – Emma reconhecia que o seu corpo precisava de líquidos, mas não queria que Nathan

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