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era alta, com um metro setenta e sete pelo menos… sem os saltos.

      Enquanto o encanto eterno da música os envolvia, ela relaxara o suficiente para se deixar levar. O seu cabelo cheirava a bergamota e a tomilho, a sua pele era suave e quente como a pétala de uma gardénia acariciada pelo sol.

      Dario pôs uma mão nas suas costas e apertou-a contra o seu corpo para que sentisse a erecção que não se incomodava em esconder… e, ao fazê-lo, sentiu a respiração de Maeve sobre o colarinho da camisa, o toque das suas pestanas na sua face.

      A música acabou e, levantando a sua cara com um dedo, procurou os seus olhos, deixando que o silêncio os envolvesse; a tensão sexual entre eles era tão poderosa que, quando por fim a beijou, Maeve derreteu-se entre os seus braços.

      Como ele nunca apressava os seus prazeres, e sem a menor dúvida Maeve era a promessa de um prazer extraordinário, voltou a beijar a sua têmpora, o seu nariz, a sua garganta. E quando voltou a procurar a sua boca, sentindo que se rendia perante a dele, soube que tinha a vitória na mão.

      Mesmo assim, não tinha pressa. De que serviria apressar-se a comer o bolo todo de uma vez, se tinha a noite toda pela frente?

      Dario voltou a beijá-la, mais profundamente desta vez, passando a língua pelos seus lábios que se abriram para ele. Tinham o sabor do champanhe, embriagadores, irresistíve. Mas ele queria mais. Muito mais.

      Lentamente desabotoara o seu vestido, que caiu ao chão, ao redor dos seus pés. Não usava sutiã e as cuecas eram tão pequenas que até ele, que julgava conhecer todos os mistérios da roupa interior feminina, não podia imaginar como se seguravam. Mas, colocando um dedo sob o elástico, livrou-se da roupa com um simples puxão.

      Obedientemente, Maeve levantou os pés para se libertar do vestido. Vestida era linda, nua era de cortar a respiração: pernas longas, cintura estreita e curva suaves, pura simetria, com uma pele tão suave como o seu colar de pérolas.

      E, de repente, olhá-la não era suficiente. Desejava-a toda e desejava-a com uma urgência que deveria havê-lo envergonhado.

      O desejo de seduzi-la a pouco e pouco mergulhou nas profundezas do mar e Dario tirou a roupa com toda a pressa, atirando-a ao chão. Pensara beijar cada centímetro da sua pele até que ela lhe suplicasse que fizessem amor, em vez disso, encontrou-se a si mesmo a suplicar-lhe a ela, a sua voz estava rouca de desejo enquanto a urgia a tocá-lo intimamente.

      Maeve fê-lo, os seus dedos fechavam-se sobre o seu membro com tal suavidade que esteve prestes a explodir… quando planeava levá-la ao orgasmo com a língua.

      Isso não ia acontecer. Estava demasiado perto do final para adiar o inevitável. De modo que, ou se arriscava a fazer uma figura ridícula ou faziam amor imediatamente, rezando para se aguentar o suficiente.

      Escolheu a última opção. Sentando-a sobre um banco acolchoado, Dario pôs-se sobre ela, abrindo-lhe as suas pernas com um joelho. Num momento de loucura roçou-a entre as pernas com a ponta, mas foi tão excitante sentir o seu calor que apenas teve tempo de colocar um preservativo antes de entrar nela.

      Inesperadamente, encontrou-se com uma barreira e sentiu que Maeve se agarrava convulsivamente aos seus ombros. Isso dizia-lhe tudo o que precisava de saber e, se tivesse alguma integridade, ter-se-ia afastado. Mas Dario tinha passado o ponto de retorno e, esquecendo a decência, empurrou com mais força e tremeu dentro dela uns segundos depois.

      E ela? Maeve tremia, os seus olhos eram como dois lagos escuros na penumbra.

      – Mi dispiace – murmurou quando voltou a falar, acariciando o seu cabelo. – Maeve, lamento… Eu não fazia ideia…

      Ela virou a cara para beijar a sua mão.

      – Não deves lamentar. Fico feliz que tu tenhas sido o primeiro.

      Amaldiçoando-se a si mesmo em voz baixa, Dario levantou-se e voltou pouco depois com dois roupões de banho.

      – Como estás? – perguntou, envolvendo-a num deles. – Magoei-te?

      – Não, não – Maeve enterrou a cara no seu peito como uma menina.

      – Quantos anos tens?

      – Vinte e oito.

      Ele deixou escapar um suspiro de alívio… e de surpresa.

      – E continuas virgem aos vinte e oito anos?

      – Nunca tive tempo para uma relação séria.

      Dario começou a ouvir o alarme a disparar na sua mente. Pensaria Maeve que fazer amor equivalia a uma relação? Não, certamente que não. Aos vinte e oito anos não podia estar tão afastada da realidade.

      – A primeira vez de uma mulher deveria ser uma coisa especial. Imagino que eu te decepcionei.

      – Não, pelo contrário – ela sorriu. – Recordarei esta noite enquanto viver.

      E assim seria, mas não pelas razões que ele imaginara.

      Um relógio nalguma parte do iate bateu as horas e Dario deixou escapar um suspiro antes de procurar os seus lábios num beijo cheio de ternura.

      – Foi uma noite muito longa e deves estar esgotada – sorriu, inclinando-se para apanhar o vestido do chão. – Anda, vou mostrar-te onde te podes vestir e depois levo-te ao hotel.

      – Ah, claro.

      A desilusão que havia na sua voz era evidente, mas Dario levou-a a um dos camarotes.

      – Não precisas de ter pressa. Espero-te na coberta.

      O motor da lancha já estava a trabalhar quando ela saiu do camarote e ele não perdeu um segundo a levá-la ao porto. Desejava despedir-se. Não porque depois de fazer amor com ela não quisesse voltar a vê-la, mas porque se sentia como um verme e não se atrevia a olhá-la na cara.

      Dario acompanhou-a à porta do hotel Splendido Mare, mas não entrou com ela. Porque se Maeve o convidasse a entrar não seria capaz de recusar.

      – Obrigada por esta noite tão especial – murmurou, beijando-a em ambas as faces. – Dorme bem, Maeve. Buona notte.

      – A que horas é que nos encontramos amanhã?

      – Amanhã? – repetiu ele.

      – Disseste que me ias levar a navegar, lembras-te?

      Infelizmente tinha-o feito. Se fosse outra mulher ter-lhe-ia ocorrido alguma desculpa, mas Maeve olhava para ele com tanta expectativa que não teve coragem para lhe dizer que não.

      – Às duas no porto?

      – Óptimo. Vemo-nos então.

      – Sim – murmurou Dario. – A domani.

      No dia seguinte, às duas, tinha reunido um grupo de amigos e a tripulação do iate andava de um lado para o outro a servir copos e aperitivos.

      Uma vez superada a sua timidez inicial, Maeve misturou-se com os convidados, conversando alegremente com todos… apesar das suas humildes origens, movia-se e agia como se fizesse parte da alta sociedade.

      – São muito simpáticos os teus amigos – disse depois de jantar, quando o resto dos convidados, talvez para lhes dar um pouco de intimidade, tinham saído para a coberta. – Obrigada por me os teres apresentado. Agora tenho a impressão de te conhecer melhor.

      – Eles também gostaram muito de ti, especialmente Eduardo. Não te surpreendas se te pedir que saias com ele antes de te ires embora de Itália.

      – Como se eu aceitasse!

      – Porque não? Ele conhece a história da zona muito melhor do que eu e pode mostrar-te lugares que não aparecem nos guias turísticos.

      – E não te importarias que saísse com ele?

      – Eu não tenho o direito de dizer nada… não és propriedade minha.

      Maeve não pôde disfarçar a sua

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