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mais do que convincente, que era impossível casar-se com um homem bem mais velho que ela. Além disso, não o amava, portanto o melhor que poderia fazer era mandá-lo “passear”.

      –Seria idiotice de minha parte– ela dizia–, casar-me com um homem que não amo. Quero ter um marido que eu possa amar e com ele aproveitar a vida. O pobre James já nem ânimo tem, coitado!

      Algumas pessoas logo perceberam a verdade, a maioria, porém, concordava em que Magnólia, linda e jovem que era, teria muito tempo para encontrar alguém que fosse realmente digno dela.

      Somente Magnólia sentia que o tempo estava passando e, se não fosse esperta, acabaria ficando “encalhada”.

      Ela sabia muito bem que muitos homens preferiam casar-se com uma jovem inocente, pois acreditavam que tornavam-se esposas perfeitas. Era alguém assim que Magnólia queria conquistar.

      Outros homens preferiam algo mais que uma “jovem inocente” para esposa e procuravam as belas e sofisticadas mulheres que frequentavam Marlborough House. Elas viviam nas colunas sociais e eram aplaudidas e admiradas principalmente nos círculos masculinos.

      Quando Magnólia conheceu Warren estava desesperada, pois logo completaria vinte e um anos.

      Warren Wood reunia o que ela mais apreciava em um homem. Ele era belo, muito bem-educado e frequentava os mais altos círculos sociais.

      O pai de Warren, Lord John Wood, era o irmão mais jovem do Marquês de Buckwood e, Magnólia sabia, não podia haver em todo o Reino Unido família mais respeitada e admirada do que a do Marquês .

      A casa da qual o primeiro Marquês havia tirado seu nome ficava em uma propriedade imensa, presente da Rainha Elizabeth a sir Walter Wood, em reconhecimento por ele haver afundado três galeões espanhóis.

      Sir Walter Wood havia trazido para a rainha não somente os espólios da vitória, mas também pérolas finíssimas que ele havia tirado de seus prisioneiros.

      Assim que Magnólia viu Warren, disse a si mesma que aquele homem seria seu.

      Todavia, mesmo quando se certificou de que ele não tinha muito dinheiro, pensou em como todas as portas se abririam para ela e em como seria um sucesso socialmente falando. Casando-se com Warren seria também uma das beldades que frequentavam Marlborough House.

      Warren, com vinte e oito anos, havia tido muitos romances com as mais lindas mulheres e era considerado por elas um homem encantador. Entretanto, ao conhecer Magnólia ficou estonteado com a beleza dela.

      Havia em Magnólia, ele pensava, algo irresistível. Seus olhos escuros e expressivos, sua pele clara e macia faziam-na muito semelhante à flor que lhe emprestava o nome.

      Infelizmente, para Magnólia, quando Warren pensou em que deveriam ficar noivos oficialmente, a mãe dela morreu. Seria considerado muito impróprio se eles anunciassem seu noivado estando Magnólia de luto. Deviam esperar, também, depois do noivado, mais uns meses para anunciar o casamento.

      Magnólia queria fazer tudo conforme os costumes da sociedade e o noivado de ambos ficou sendo um segredo precioso dos dois.

      –Compreendo suas razões, minha querida– disse Warren–, mas só quero que saiba que não vejo a hora de torná-la minha esposa.

      –Eu o amo muito! Muito!– Magnólia respondeu–, se é difícil para você esperar, para mim é muito mais!

      Ele pensava, ao beijá-la apaixonadamente, que ninguém podia ser mais adorável, principalmente quando se mostrava ligeiramente tímida.

      Depois de se libertar dos braços de Warren, mas ainda segurando-lhe a mão, ela disse, parecendo encabulada:

      –Devemos ser cautelosos e evitar que nos vejam assim nos beijando. . . por causa dos comentários. Também queria lhe dizer, querido e adorável Warren, que seria maravilhoso se eu pudesse conhecer sua família.

      Ele sorriu.

      –Acho que está ansiosa para conhecer Buckwood! É a propriedade mais linda do mundo! Só sinto que não seja minha, pois você é mais do que digna de viver em um lugar como aquele!

      Então Warren explicou a Magnólia, que apesar de Buckwood pertencer ao tio, este, um homem boníssimo, adorava a presença do sobrinho na propriedade.

      Warren podia montar os cavalos do tio, cavalgar por toda a propriedade e caçar nos bosques. A mãe de Warren morava em uma encantadora mansão antiga, também nas terras do tio. Essas terras eram divididas em diversas fazendas, mas a principal delas era Buckwood.

      –Nossa família é muito unida– disse Warren–, tenho certeza de que tio Arthur vai ficar encantado com você, como meu pai também ficaria se estivesse vivo.

      Lord John morrera há quinze meses e Warren sentia desesperadamente a falta dele; instintivamente ele havia posto o tio no lugar do pai.

      Tinha certeza de que o tio iria achar Magnólia tão encantadora e adorável como ele mesmo a achava. Ao mesmo tempo, queria que o tio aprovasse seu casamento. Assim, na primeira oportunidade levou Magnólia para Buckwood.

      Eles ficaram, claro, na mansão com Lady John, mãe de Warren.

      Ele notara que Magnólia estava mais fria e reservada com ele, ali em Buckwood, mas atribuiu isso ao fato de ela estar um pouco tímida e talvez ansiosa demais por estar conhecendo a família do homem que iria tornar-se seu marido.

      O Marquês, como Warren havia esperado, encantou-se com Magnólia.

      Como o noivado era mantido em segredo, Warren disse ao tio apenas, que estava pensando em um compromisso mais sério com Magnólia e que gostaria de ouvir a opinião dele a respeito.

      –Magnólia é uma encantadora moça, meu caro rapaz! Só espero que ela goste do campo, pois se não gostar, não serve para você.

      –Ela foi criada no interior e o seu pai cria e treina cães de raça.

      –É, você me disse mesmo. Acho que conheci o pai dela… sim, conheci-o. Ótima pessoa. Então a filha dele deve, certamente, saber seguir os cães numa caçada.

      –Claro que sabe!– disse Warren com entusiasmo.

      Ao mesmo tempo pensava consigo mesmo, embora detestasse admiti-lo, que, quando vira Magnólia montando um cavalo, não ficara bem impressionado como pensou que ficaria.

      Naquele dia havia atribuído a falta de jeito dela ao seu nervosismo.

      Jamais lhe passara pela cabeça que ela estava com medo de cair e ferir seu lindo rosto.

      Todavia, ele nem se preocupava se Magnólia sabia ou não cavalgar. Isso era uma falta muito pequenina em uma pessoa que parecia ser perfeita em tudo.

      Como de costume, havia muitos hóspedes em Buckwood, todos amigos do Marquês. Logo depois que Warren e Magnólia chegaram, Raymond também chegou com mais três colegas de escola.

      Os quatro vinham diretamente de Oxford, eram muito alegres, barulhentos e sempre dispostos a se divertirem.

      Suas brincadeiras incluíam desde descer escorregando pelo corrimão da escada, sentando-se sobre bandejas de chá, até a pregar peças nas pessoas, inclusive em Magnólia.

      Ela participava das brincadeiras de um modo que fez Warren admirá-la ainda mais. Ficou encantado com o espírito esportivo de Magnólia, que se divertia com os rapazes, sorria das provocações que lhe faziam, como se ela fosse um gatinho, e preferia a companhia deles à das pessoas mais velhas.

      Estava muito frio e, no dia seguinte, quando o gelo sobre o lago já estava bem sólido e espesso, todos foram patinar. Surpreso, Warren constatou que Magnólia era uma excelente patinadora.

      Ela era uma figura maravilhosa que se destacava das demais por seu porte elegante, seu corpo ágil e esguio. Um gorro de pele de raposa prateada emoldurava-lhe o rosto. Magnólia estava corada pela atividade intensa que o esporte exigia, e seus grandes olhos escuros, de longos cílios,

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