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era um cara legal, um idealista de verdade, e Riley gostava muito dele. Eles haviam trabalhado juntos para resolver o caso do Palhaço Assassino, comunicando-se secretamente com o assassino para tirá-lo de seu esconderijo.

      Parada perto dele e apreciando aquele sorriso e a conversa, Riley imaginou como a amizade entre os dois aumentaria na Academia.

      Definitivamente, eles passariam muito tempo juntos.

      E eu vou estar longe do Ryan...

      Alertou a si mesma para não deixar que sua imaginação fosse tão longe. Provavelmente, os problemas com Ryan eram apenas temporários. Talvez o que eles precisavam era de um tempo separados, para lembrá-los porque haviam se apaixonado lá no início.

      Os estagiários terminaram de comer e começaram a ir embora. John acenou para Riley ao sair, e ela sorriu e devolveu o aceno. Ainda ao lado de Rollin, Natalie seguiu mostrando seu anel no caminho para a porta.

      Riley disse tchau para Hoke Gilmer, o supervisor do treinamento, e para o diretor assistente Marion Connor. Ambos haviam discursado para os alunos um pouco antes. Depois, ela saiu da sala de recepções e seguiu para o vestiário, para pegar sua mala.

      Encontrou-se sozinha no vestiário grande e vazio. Olhou em volta, melancólica. A sala era onde todos os alunos juntavam-se para as reuniões durante o verão. Duvidou que voltaria a pisar naquele lugar.

      Ela sentiria falta do programa? Não tinha certeza. Havia aprendido muito, e gostara da experiência como estagiária. Mas sabia que com certeza era hora de dar um passo a frente.

      Então por que estou triste? Perguntou-se.

      Rapidamente, deu-se conta de que o motivo era como as coisas estavam com Ryan. Lembrou-se de suas palavras ríspidas na noite anterior, antes de ir para a cama.

      Aproveite o resto do jantar. Tem cheesecake na geladeira. Estou cansada. Vou tomar banho e deitar.

      Eles não haviam conversado desde então. Ryan acordara e saíra para trabalhar antes que Riley tivesse aberto os olhos naquela manhã.

      Riley desejou nunca ter falado com ele daquela maneira. Mas qual escolha ele havia lhe deixado? Ele não tinha sido muito sensível com os sentimentos e sonhos dela.

      O peso do anel de noivado parecia estranho em seu dedo. Riley segurou sua mão em frente ao rosto e olhou. Ao ver a joia modesta, porém linda, brilhando sob a luz fluorescente do teto, lembrou-se do momento lindo em que Ryan a pedira em casamento.

      Parecia ter sido há tanto tempo.

      Depois da discussão da noite anterior, Riley perguntou-se—eles ainda estavam noivos? A relação tinha acabado? Eles haviam terminado sem dizer essas palavras? Seria hora dela seguir em frente, como já havia feito com outros caras? Ryan estaria pronto para seguir em frente?

      Por um momento, brincou com a ideia de não pegar o táxi e o trem para Quantico—pelo menos não naquele momento. Talvez não fosse atrapalhá-la chegar um dia atrasada para as aulas. Talvez ela pudesse conversar com Ryan novamente quando ele chegasse do trabalho. Talvez eles pudessem deixar tudo certo.

      Mas então, ela rapidamente percebeu...

      Se eu voltar para o apartamento agora, talvez eu nunca vá para Quantico.

      Teve um calafrio só de pensar.

      De certa forma, ela sabia que seu destino a esperava em Quantico, e ela não ousaria perdê-lo.

      É agora ou nunca, pensou.

      Pegou sua mala e saiu do prédio, para então pegar um táxi com destino à estação de trem.

      CAPÍTULO QUATRO

      Guy Dafoe não gostava de acordar cedo de manhã. Mas pelo menos agora, ele estava trabalhando duro para cuidar do seu próprio gado, e não do rebanho de outros donos. Acordar cedo pelo menos parecia ser um esforço que valia a pena agora.

      O sol estava nascendo, e ele sabia que aquele seria um lindo dia. Amava o cheiro do campo e os sons do gado.

      Passara muitos anos trabalhando em fazendas e rebanhos maiores. Mas aquela era sua própria terra, seus próprios animais. E ele estava alimentando os animais do jeito certo, sem criá-los artificialmente, com hormônios. Aquilo era um desperdício, e os gados criados assim viviam vidas miseráveis. Ele se sentia bem com o que estava fazendo.

      Juntara todas as suas economias para comprar aquela fazenda e alguns gados para começar. Sabia que o risco era grande, mas tinha fé em um futuro próspero na venda de gados alimentados à base de mato. Aquele era um mercado em crescimento.

      Os bezerros novos estavam agrupados ao redor do celeiro, onde ele havia os colocado na noite anterior para verificar sua saúde e desenvolvimento. Eles o olhavam e mugiam baixo, como se esperassem pelo dono.

      Ele tinha orgulho de sua pequena leva de Black Angus, e às vezes precisava resistir à tentação de apaixonar-se por eles, como se fossem animais de estimação. Aqueles eram animais para consumo, afinal de contas. Seria uma má ideia desenvolver um sentimento individual por qualquer um deles.

      Naquele dia, ele queria levar os bezerros ao pasto na beira da estrada. O campo onde eles estavam estava com a grama baixa, e o pasto na beira da estrada estava pronto para ser consumido.

      Assim que abriu o portão, percebeu algo estranho do outro lado do pasto. Parecia algum tipo de emaranhado ou pacote perto da estrada.

      Resmungou em voz alta...

      - Seja o que for, provavelmente não é coisa boa.

      Passou pelo portão e voltou a fechá-lo, deixando os bezerros onde estavam. Não queria tirar seus animais dali até descobrir o que ela aquele objeto estranho.

      Ao cruzar o campo, ficou mais intrigado. Aquilo parecia um grande emaranhado de arame farpado, pendurado em um poste. Aquele rolo teria batido no caminhão de alguém e terminado ali de alguma forma?

      Mas ao chegar mais perto, ele viu que não se tratava de um rolo novo. Era um emaranhado de arame velho, apontado para todas as direções.

      Não fazia sentido nenhum.

      Quando chegou ao pacote e olhou de perto, percebeu que havia algo dentro.

      Inclinou-se em direção ao objeto, olhou, e sentiu um arrepio aterrorizante.

      - Cacete! – Gritou, pulando para trás.

      Mas talvez fosse só sua imaginação. Forçou-se a olhar novamente.

      E ali estava—o rosto de uma mulher, branco e machucado, contorcido em agonia.

      Pegou o arame para tirá-lo do rosto dela, mas rapidamente parou.

      Não vai adiantar nada, percebeu. Ela está morta.

      Cambaleou até o poste seguinte, encostou-se e vomitou.

      Seja forte, disse a si mesmo.

      Ele precisava ligar para a polícia—já.

      Cambaleando, começou a correr em direção a sua casa.

      CAPÍTULO CINCO

      O agente especial Jake Crivaro estava sentado quando o telefone de seu escritório tocou.

      As coisas estavam muito calmas em Quantico desde que ele voltara, no dia anterior.

      Naquele momento, sua intuição imediatamente lhe disse...

      É um caso novo.

      De fato, quando atendeu o telefone, escutou a sonora voz do Agente Especial em Comando Erik Lehl.

      - Crivaro, preciso de você no meu escritório agora.

      - É para já, senhor – Crivaro disse.

      Ele desligou o telefone e pegou sua bolsa, que sempre deixava pronta. O Agente Lehl fora mais

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