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à solta. Foram estúpidos em comprar um telefone pré-pago e não se livrarem dele depois de o utilizarem. Mas calculo que não estivessem à espera que alguém o encontrasse.”

      Jake olhou para Riley e acrescentou, “Estavam enganados.”

      Riley continuou a olhar para ele como se não compreendesse o que ele estava a dizer.

      Jake resistiu ao impulso de dizer…

      “Peço desculpa por ter sido tão rígido.”

      Em vez disso disse, “Mas tem que seguir as instruções. E tem que respeitar os procedimentos.”

      “Eu compreendo,” Disse Riley. “Obrigada por me dar uma segunda oportunidade.”

      Jake grunhiu algumas palavras impercetíveis. Sabia que não podia encorajar em demasia a miúda.

      Mas sentia-se mal pela forma como a tratara no dia anterior.

      Estou a exagerar, Pensou.

      Ele aborrecera alguns colegas de Quantico ao abrir as portas para Riley entrar no programa. Um agente em particular, Toby Wolsky, queria que o sobrinho Jordan entrasse para o programa naquele verão, mas Jake encaixara Riley em vez dele. Empenhara as suas consideráveis credenciais para o conseguir e pedira alguns favores que lhe deviam.

      Jake não tinha Wolsky em grande consideração enquanto agente e não tinha qualquer razão para pensar que o sobrinho tivesse potencial. Mas Wolsky tinha amigos em Quantico que agora estavam insatisfeitos com Jake.

      De certa forma, Jake compreendia porquê.

      Tanto quanto sabiam, Riley era apenas uma licenciada e psicologia que nunca pensara em integrar o FBI.

      E a verdade era que Jake também não sabia muito mais a seu respeito – exceto que tinha visto os seus instintos em ação. Lembrava-se nitidamente de como Riley entrara tão facilmente nos pensamentos do assassino em Lanton apenas co uma pequena ajuda sua. À parte ele próprio, Jake raramente encontrara alguém com aquele tipo de instinto – perceções que poucos agentes sequer compreendiam.

      É claro que ele não podia descartar a possibilidade de que o que ela fizera em Lanton fosse pouco mais do que um acaso.

      Talvez naquele dia conseguisse ter uma ideia mais aproximada daquilo de que ela era capaz.

      Riley perguntou novamente…

      “Para onde vamos?”

      “Para uma cena de crime,” Disse Jake.

      Não lhe queria dizer mais nada até lá chegarem.

      Queria observar como é que ela reagia a uma situação bastante bizarra.

      E pelo que ouvira, esta cena de crime era do mais bizarro que podia haver. Fora chamado há pouco e ainda lhe custava acreditar no que lhe tinha sido relatado.

      Vamos ver o que há para ver.

      *

      Riley começava a sentir-se melhor.

      Ainda assim, gostava que ele lhe tivesse dito de que se tratava.

      Uma cena de crime, Dissera ele.

      Isso era muito mais do que desejava para o programa de verão – quanto mais logo no segundo dia. O dia anterior já tinha sido suficientemente inesperado.

      Não sabia muito bem como reagir.

      Mas tinha a certeza de que a ideia não agradaria a Ryan.

      Ela apercebeu-se que ainda não tinha dito a Ryan que estava a observar Jake Crivaro. Ryan tabé não gostaria disso porque desconfiara de Crivaro desde o início, sobretudo pela forma como ajudara Riley a entrar na mente do assassino.

      Lembrou-se o que Ryan dissera sobre um desses episódios…

      “Estás-me a dizer que o tipo do FBI – Crivaro – entrou em jogos mentais contigo? Porquê? Só pelo divertimento?”

      É claro que Riley sabia que Crivaro não o fizera só por “divertimento”.

      Ele levara aquilo muito a sério. Aquelas experiências tinham sido absolutamente necessárias.

      Tinham ajudado a apanhar o assassino.

      Mas em que é que estou metida agora? Interrogou-se Riley.

      Crivaro parecia estar a ser deliberadamente críptico.

      Quando estacionou o carro com casas de um lado e um campo aberto do outro, Riley viu alguns carros de polícia e uma carrinha oficial estacionados nas imediações.

      Antes de saírem do carro, Crivaro disse-lhe…

      “Agora não se esqueça das regras. Não toque em nada. E não fale a não ser que lhe dirijam a palavra. Está aqui apenas para observar os outros a trabalhar.”

      Riley anuiu. Mas algo na voz de Crivaro fê-la suspeitar que ele esperava algo mais dela do que apenas passividade.

      Ela gostava de saber o que seria.

      Riley e Crivaro saíram do carro e caminharam na direção do campo. Tinha imensos destroços espalhados como se ali tivesse decorrido algum grande acontecimento público.

      Havia outras pessoas no local, algumas de uniforme, junto a um aglomerado de árvores e arbustos. Uma vasta área à sua volta estava circunscrita com fita amarela.

      Quando Riley e Crivaro se aproximaram do grupo, ela apercebeu-se que os arbustos escondiam algo que se encontrava no chão.

      Riley nem acreditou no que viu.

      E novamente foi acometida por uma intensa náusea.

      Deitado no chão estava um palhaço de circo morto.

      CAPÍTULO SETE

      Riley sentiu-se tão tonta que temeu desmaiar.

      Conseguiu manter-se de pé, mas depois começou a ter a sensação de vómito tal como tivera no apartamento.

      Isto não pode ser verdade, Pensou.

      Isto tem que ser um pesadelo.

      Os polícias e outras pessoas estavam à volta do corpo vestido com um fato de palhaço. O fato era inchado e colorido com grandes pompons no lugar de botões. Um par de sapatos enormes completava o traje.

      O duro rosto branco tinha um sorriso bizarro pintado, um nariz vermelho, olhos e sobrancelhas exagerados. O rosto era emoldurado por uma grande peruca vermelha. Uma lona encontrava-se ao lado do corpo.

      Ocorreu a Riley que o corpo seria de uma mulher.

      Agora que começava a recuperar do choque inicial, reparou num cheiro evidente e desagradável no ar. Ao observar a área, duvidou que o odor viesse do corpo – ou pelo menos não a sua totalidade. Havia lixo espalhado por todo o lado. O sol da manhã fazia sobressair o cheiro de vários tipos de resíduos humanos.

      Um homem com um casaco branco estava ajoelhado junto ao corpo, estudando-o cuidadosamente. Crivaro apresentou-o como sendo Victor Dahl, o médico-legista de DC.

      Crivaro abanou a cabeça e disse a Dahl, “Isto ainda é mais estranho do que eu estava à espera.”

      Levantando-se, Dahl disse, “Pois é, estranho. E é tal como a última vítima.”

      Riley pensou…

      A última vítima?

      “Acabei de ser informado há pouco,” Disse Crivaro a Dahl e aos polícias. “Talvez possam colocar a minha estagiária a par do que se passa. Eu próprio não tenho conhecimento de todos os detalhes deste caso.”

      Dahl olhou para Riley e hesitou durante um momento. Riley perguntou-se se pareceria tão agoniada como se sentia. Mas então o médico-legista começou a explicar.

      “Na manhã de

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