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ele gritou, esperando, rezando por uma resposta.

      Não havia nenhuma. O seu pavor aprofundava-se.

      Ele escolheu um corredor e correu por ele fora, rezando para que aquele fosse o caminho certo. Ao passar a correr, um homem, de repente, abriu uma porta e espreitou. Era um nobre, um homem baixo e gordo, com um nariz largo e cabelo fino.

      Ele fez má cara para Royce, claramente por ver o seu traje de camponês; ele torceu o nariz como se algo desagradável o tivesse invadido.

      "Ei!", gritou. "O que é que estás a fazer no nosso…"

      Royce não hesitou. Quando o indignado nobre se lançou para ele, Royce deu-lhe um soco na cara, derrubando-o de costas no chão.

      Royce, rapidamente, espreitou pela porta aberta, esperando vislumbrá-la. Mas não estava lá.

      Ele continuou a correr.

      "GENEVIEVE!", gritava Royce.

      De repente, ele ouviu um grito, ao longe, em resposta.

      Ele ficou ali quieto e alerta a ouvir, perguntando-se de onde tinha vindo. Ciente de que o seu tempo era limitado, que um exército inteiro estaria em breve atrás dele, ele continuou a correr, com o coração bater com força, chamando por ela repetidas vezes.

      Mais uma vez, ouviu um grito abafado. Royce sabia que era ela. Ficou inquieto. Ela estava aqui em cima. E ele estava a aproximar-se.

      Royce chegou finalmente ao fim do corredor e, ao fazê-lo, por trás da última porta à esquerda, ele ouviu um grito. Ele não hesitou. Baixou o ombro e embateu contra a porta de carvalho antigo.

      A porta partiu-se e Royce entrou de rompante. Ele estava numa opulenta câmara, trinta pés por trinta pés, com tetos altos, janelas esculpidas nas paredes de pedra, uma enorme fogueira e, no centro, uma enorme e luxuosa cama de dossel, diferente de tudo o que já havia visto. Ele sentiu uma onda de alívio quando viu ali, numa pilha de peles, o seu amor, Genevieve.

      Ele ficou aliviado ao ver que ela estava completamente vestida, ainda a agitar-se, pontapeando, enquanto Manfor tentava agarrá-la por trás. Royce encolerizou-se. Ali estava ele, agarrando a sua noiva, tentando tirar-lhe as roupas. Royce estava aliviado por ter chegado a tempo.

      Genevieve contorcia-se, tentando corajosamente tirá-lo de cima de si, mas Manfor era demasiado forte para ela.

      Sem hesitar um momento, Royce explodiu em ação. Ele correu e atirou-se a ele, exatamente quando Manfor se virou para olhar. Os seus olhos arregalaram-se em choque. Royce agarrou-o pela camisa e atirou-o.

      Manfor foi atirado do quarto a voar, estatelando-se com força no chão, a gemer.

      "Royce!", gritou Genevieve, com uma voz de alívio ao vê-lo quando se virou.

      Royce sabia que não podia dar a Manfor a hipótese de se recuperar. Quando ele se tentou levantar, Royce saltou-lhe para cima, prendendo-o para baixo. Cheio de raiva pelo que ele tinha feito à sua esposa, Royce chegou o seu punho atrás e deu-lhe um muro com força no maxilar.

      Manfor foi projetado para trás. Porém, sentou-se e alcançou um punhal. Mas Royce arrancou-o da sua mão e bateu-lhe sem parar. Manfor caiu para trás e Royce atirou o punhal para longe, fazendo-o deslizar pelo chão.

      Ele imobilizou Manfor que sorria sarcasticamente para ele, sempre desafiante e superior.

      "A lei está do meu lado", Manfor fervilhava. "Eu posso ficar com quem eu quiser. Ela é minha."

      Royce olhava para ele com má cara.

      "Tu não podes ficar com a minha noiva."

      "Estás louco", Manfor contrapôs. "Louco. Vais ser morto de qualquer das formas. Não há lugar onde te possas esconder. Não sabes isso? Nós possuímos este país."

      Royce abanou a cabeça.

      "O que tu não entendes", disse ele, "é que eu não quero saber."

      Manfor franziu a testa.

      "Não te vais safar desta", disse Manfor. "Eu vou tratar disso."

      Royce agarrou os pulsos de Manfor ainda com mais força.

      "Não vais fazer nada do género. Genevieve e eu vamo-nos embora daqui hoje. Se vieres atrás dela novamente, eu mato-te."

      Para surpresa de Royce, Manfor sorriu maleficamente, com sangue a escorrer-lhe da boca.

      "Eu nunca a vou deixar", Manfor respondeu. "Nunca. Vou atormentá-la para o resto da sua vida. E vou perseguir-te como um cão com todos os homens do meu pai. Vou levá-la e ela será minha. E tu serás pendurado na forca. Portanto, foge agora e lembra-te da cara dela – dentro em breve, ela será minha."

      Royce sentiu uma quente onda de raiva. O pior daquelas palavras cruéis era que ele sabia que elas eram verdadeiras. Não havia para onde fugir; os nobres eram donos do território. Ele não podia lutar contra um exército. E Manfor, de facto, nunca iria desistir. Por puro desporto – por mais nenhuma razão. Ele tinha tanto e, ainda assim, não conseguia evitar privar as pessoas que não tinham nada.

      Royce olhou para os olhos daquele nobre cruel. Ele sabia que Genevieve seria possuída por aquele homem um dia. E ele sabia que não podia deixar que isso acontecesse. Ele queria ir-se embora, ele realmente queria. Mas não podia. Fazer isso significaria a morte de Genevieve.

      Royce, de repente, agarrou Manfor e atirou-o ao chão. Ele encarou-o e sacou da sua espada.

      "Saca da tua espada!", Royce ordenou-lhe, dando-lhe uma hipótese de lutar com honra.

      Manfor olhou para ele, claramente surpreendido por lhe estar a ser dada aquela oportunidade. De seguida, ele sacou da espada.

      Manfor atacou, dando balanço com força e Royce ergueu a sua espada e bloqueou-a. Voaram faíscas. Royce, sentindo que era mais forte, ergueu a sua espada, empurrando Manfor para trás. Depois girou com o cotovelo e bateu-lhe no rosto com o punho da espada.

      Royce partiu o nariz de Manfor, ouvindo-se um estalido. Manfor cambaleou para trás e olhou, claramente atordoado enquanto agarrava o seu nariz. Royce poderia ter aproveitado o momento para matá-lo, mas, novamente, deu-lhe mais uma hipótese.

      "Desiste", Royce propôs, "e eu deixo-te viver."

      Manfor, no entanto, soltou um gemido de fúria. Ergueu a sua espada e atacou novamente.

      Royce bloqueava-a, enquanto Manfor balançava furiosamente, cada um deles a golpear para a frente e para trás, com as espadas a ressoar quando as faíscas voavam. Os dois andavam de um lado para o outro por todo o quarto. Manfor podia ser um nobre, criado com todos os benefícios da classe real, porém, Royce tinha um talento superior para o combate.

      Durante a luta, ouviram-se cornetas ao longe e o som de um exército a aproximar-se do castelo, com os cascos dos cavalos a baterem calçada abaixo. Royce ficou preocupado. Ele sabia que o seu tempo estava a acabar. Algo tinha de ser feito rapidamente.

      Finalmente, Royce fez girar acentuadamente a espada de Manfor e desarmou-o, atirando-a pelo ar para o outro lado da sala. Royce encostou a ponta da sua espada à garganta de Manfor.

      "Recua, agora", Royce ordenou.

      Manfor afastou-se lentamente, de braços para cima. No entanto, quando chegou a uma pequena mesa de madeira, ele, de repente, girou, apanhou algo e atirou-a para os olhos de Royce.

      Royce gritou ao ficar, de repente, cego. Os olhos ardiam-lhe e o seu mundo ficou preto. Ele percebeu, tarde demais, ao tatear os seus olhos, que era tinta. Tinha sido uma jogada suja, um movimento impróprio de um nobre ou de qualquer lutador. Mas, mais uma vez, Royce sabia que não deveria ficar surpreendido.

      Antes de conseguir recuperar a sua visão, Royce, de repente, sentiu um pontapé forte no estômago. Desequilibrou-se, caindo para o chão, sem fôlego, e, ao olhar para cima, recuperou apenas a visão suficiente para ver Manfor a sorrir enquanto extraia um punhal escondido na sua capa – e ergueu-o na direção das costas de Royce.

      "ROYCE!", Genevieve gritou.

      No momento em que o punhal

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