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em tudo que Aiden a tinha ensinado, no poder de se unir ao universo, e de seu íntimo, ela sente um poder incomparável ao que já havia experimentado. Ela sempre havia encontrado forças em sua raiva, mas nada comparado a isso. Este poder é diferente, – algo novo, que surge em seus pés e sobe lentamente pelo seu corpo, passando pelos seus braços até chegar às pontas de seus dedos.

      É o poder da cura.

      Caitlin fecha os olhos e estende os braços, colocando as mãos gentilmente sobre as costas de Scarlet, em cima das cicatrizes. Ela respira profundamente, e invoca o poder do universo, e todas as coisas que Aiden tinha ensinado – concentrando-se em enviar energia da cura para a garota. Ela sente quando suas mãos ficam quentes e uma energia incrível atravessando seu corpo.

      Caitlin não sabe ao certo quanto tempo havia passado quando abre os olhos mais uma vez. Ela olha para cima, abrindo-os lentamente, e vê que Scarlet a encara, completamente espantada. Caleb também a encara, com igual surpresa.

      Caitlin olha para Scarlet, e vê que suas feridas estão completamente cicatrizadas.

      "Você é uma feiticeira?" Scarlet pergunta.

      Caitlin abre um largo sorriso. "Mais ou menos."

      CAPÍTULO SEIS

      Sam sobrevoa o interior britânico, com Polly ao seu lado, mantendo certa distância. Suas asas estão completamente abertas e muito próximas, mas não se encostam, pois ambos querem um pouco de espaço entre si. Sam prefere que as coisas sejam assim, e presume que ela também. Ele gosta de Polly de verdade, mas depois de seu problema com Kendra, Sam não se sente pronto para se aproximar de qualquer pessoa do sexo oposto por um bom tempo. Seria preciso algum tempo até que conseguisse confiar em outra pessoa novamente, mesmo em alguém que tinha sido amiga de sua irmã, como Polly parecia ser.

      Eles já estavam voando há horas; Sam olha para terra sob a luz da manhã, e vê intermináveis plantações, e algumas casas de fazenda com fumaça saindo pela chaminé, mesmo em um dia agradável como aquele. Às vezes ele pode ver um humano andando pelo jardim, cuidando das roupas, pendurando lençóis no varal. Mas não há muitas casas, a área parece ser inteiramente rural, e ele começa a se perguntar se havia cidades no período em que estavam – seja lá qual fosse.

      Sam não faz ideia par aonde ir, e Polly não havia ajudado. Ambos tinham usado seus sentidos vampiros para tentar localizar Caitlin, tentando usar a proximidade com ela para tentar determinar onde ela estava. Eles tinham concordado que ela estava em algum lugar naquela direção, e estavam voando desde então. Mas mesmo depois de horas, eles não tinham encontrado mais nenhuma prova ou pista concreta. Os instintos de Sam lhe diziam que ela estava em uma cidade grande, mas eles não tinham passado por nada remotamente parecido com uma cidade desde que tinham começado a voar.

      Justo quando Sam estava começando a se perguntar se estavam voando na direção certa, eles fazem uma curva e, assim que o fazem, Sam fica surpreso com o que vê a distância. No horizonte ao longe, uma cidade enorme se estende diante de seus olhos. Ele não consegue identificar qual cidade é aquela, e não tem certeza se poderia reconhecê-la mesmo se estivesse mais perto. Ele nunca tinha sido bom de geografia, e de história era ainda pior. Isso era o resultado de muitas mudanças de escola, das amizades erradas e da falta de atenção durante as aulas. Ele sempre tinha sido um aluno mediando, embora soubesse de seu potencial para ser um dos melhores. Mas com sua criação, havia sido difícil para ele encontrar um motivo para tentar, ou se importar – e agora ele se arrependia.

      "É Londres!" Polly grita, alegre e surpresa. "Ai meu Deus! Londres! Mal posso acreditar. Estamos aqui! Realmente estamos aqui! Que lugar incrível para estarmos!" ela grita, excitada.

      Ainda bem que Polly está aqui, pensa Sam, sentindo-se mais burro do que nunca, e percebendo o quanto pode aprender com ela.

      Quando se aproximam e conseguem ver os prédios, ele fica se espanta com a arquitetura. Mesmo à distância, ele pode ver os campanários das igrejas erguendo-se até o céu, e pontuando a cidade como um campo de lanças. Ao se aproximarem ainda mais, ele vê a real magnitude das igrejas – e fica surpreso que já pareçam tão antigas. Ao lado delas, o resto da cidade parece apenas uma miniatura.

      Quando começam a absorver tudo, ele sente a forte presença de Caitlin na cidade, e começa a se sentir entusiasmado.

      "Caitlin está aqui!" ele grita. "Posso senti-la.”

      Polly sorri para ele. "Eu também!" ela grita.

      Pela primeira vez desde que havia chegado naquele tempo e lugar, Sam finalmente se sente em casa, com um forte senso de direção e propósito. Finalmente, ele sente que está no caminho certo.

      Ele tenta se concentrar para ver se ela está em perigo, mas por mais que ele tente, não consegue ver nada. Ele pensa na última vez que tinha visto Caitlin, logo antes de sua fuga de Notre Dame. Ela estava na companhia daquele garoto – Caleb – e ele se pergunta se os dois ainda estariam juntos. Ele tinha visto Caleb apenas uma ou duas vezes, mas gostava bastante dele. Ele espera que Caitlin esteja com ele, e que Caleb esteja cuidando bem dela. A ideia dos dois juntos lhe parece certa.

      Polly de repente mergulha sem avisar, aproximando-se dos telhados. Talvez ela não faça questão que Sam a siga, ou talvez presuma que ele o faça. Isso irrita Sam, ele gostaria que ela o tivesse avisado, ou que pelo menos se importasse com ele o suficiente para dar algum sinal de que estava prestes a voar mais baixo. Ainda assim, uma parte dele sente que ela se importa. Ela estaria apenas se fazendo de difícil?

      E por que ele se importava tanto? Ele não havia acabado de dizer que não estava interessado em garotas naquele momento?

      Sam mergulha, se aproximando dela, e eles voam alguns metros acima da cidade. Mas ele faz questão de voar um pouco mais para a esquerda, de modo que fiquem ainda mais longe um do outro. Tome isso, pensa Sam.

      Ao se aproximarem do centro da cidade, Sam não consegue acreditar no que vê. Aquilo é tão diferente de tudo que ela já tinha visto e vivenciado em toda sua vida. Ele está tão perto dos telhados, que sente que se estendesse o braço poderia tocá-los. A maioria das construções é baixa, com apenas alguns andares, e eram construídas com telhados inclinados cobertos por algo que se parece com feno ou palha. Muitos dos prédios são pintados de branco, alguns com bordas de madeira escura. As igrejas – enormes , de mármore ou calcário, – erguem-se acima da cidade, dominando quarteirões inteiros, e aqui e ali algumas outras grandes estruturas parecendo palácios pontuam a paisagem. Ele imagina que sejam residências da realeza.

      Eles agora sobrevoam um grande rio, que divide a cidade. O rio é bastante movimentado pelo tráfego de barcos de todos os formatos e tamanhos e, ao olhar paras as ruas, Sam vê que elas também estão repletas de gente. Na verdade, ele mal consegue acreditar no movimento que vê nas ruas; há pessoas andando para todos os lados, e ele não consegue imagina pra quê tanta pressa. Não é como se tivessem internet, e-mails, faxes ou até mesmo telefones.

      Ainda assim, outras partes da cidade parecem relativamente calmas. As ruas de terra, o rio, e todos os barcos transmitem uma sensação de tranquilidade. Não há carros em alta velocidade, ônibus, caminhões, ou motos costurando o trânsito. Tudo é relativamente calmo.

      Isto é, até que ouvem o grito de uma multidão.

      Sam olha na direção do barulho, e Polly faz o mesmo.

      Afastado, à direita deles, eles veem um grande estádio, construído como um círculo perfeito e com diversos andares. O prédio o faz pensar no Coliseu de Roma, embora seja bem menor.

      De onde está, ele vê o que parece ser um animal de grande porte no centro do estádio, correndo em círculos com vários outros animais menores correndo em volta dele. Ele não consegue entender exatamente o que está acontecendo, mas pode ver que o estádio está repleto de espectadores, todos em pé, aplaudindo e gritando.

      Seu corpo começa a formigar de repente, não por que ele percebe o que está acontecendo, mas por que sente a presença certa de Caitlin naquele lugar.

      "Minha irmã!" ele grita na direção de Polly. "Ela está lá dentro," ele diz, apontando. “Tenho certeza.”

      Polly

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