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nunca deve ser mais velha que os filhos mais velhos do marido. Tratei disso com todas as minhas esposas.”

      Riley agora sentia o mesmo arrepio que sentira naquela época.

      Morgan obviamente tinha sido nada mais do que uma bugiganga cara para Andrew Farrell se exibir em público – não um ser humano.

      Finalmente, Riley lembrou o que acontecera com a anterior esposa de Andrew Farrell.

      Ela tinha cometido suicídio.

      Quando Riley tinha dado a Morgan seu cartão do FBI, estava preocupada que a mulher pudesse ter o mesmo destino – ou morrer sob outras circunstâncias sinistras. A última coisa que imaginara era que Morgan mataria seu marido ou qualquer outra pessoa.

      Riley começou a sentir um formigueiro familiar – o tipo de formigueiro que sentia sempre que seus instintos lhe diziam que as coisas não eram o que pareciam.

      Normalmente, esse formigueiro era um sinal para ela investigar o assunto mais profundamente.

      Mas agora?

      Não, não é da minha conta, Disse a si mesma.

      Ou era?

      Enquanto se interrogava, o telefone tocou novamente. Desta vez viu que a ligação era de Bill. Mandou uma mensagem para ele dizendo que tudo estava bem e que estaria em casa naquele dia à noite.

      "Oi, Riley" Disse ele quando ela atendeu. “Apenas checando. Então tudo deu certo em Phoenix?”

      "Obrigada por ligar, Bill" Respondeu. "Sim, a adoção é final agora."

      "Espero que tudo tenha corrido sem problemas," Bill perguntou.

      Riley não pôde deixar de rir.

      "Não exatamente" Disse ela. "De fato, longe disso. Houve alguma violência envolvida. E um cachorro.”

      Ouviu Bill rir também.

      “Violência e um cachorro? Estou intrigado! Me conte mais!"

      "Conto quando nos encontramos" Disse Riley. "É mais interessante se contar pessoalmente."

      "Estou ansioso. Então nos vemos amanhã em Quantico.”

      Riley ficou em silêncio por um momento enquanto se sentia à beira de uma estranha decisão.

      Disse a Bill, "Não me parece. Acho que vou tirar mais alguns dias de folga.”

      “Bem, você certamente merece isso. Parabéns novamente."

      Terminaram a ligação e Riley subiu para o seu quarto. Ligou o computador.

      Então reservou um voo para Atlanta para a manhã do dia seguinte.

      CAPÍTULO OITO

      No começo da tarde do dia seguinte, Riley estava sentada no escritório do chefe de polícia de Atlanta, Elmo Stiles. O homem grande e rude não parecia nada feliz com o que Riley lhe estava dizendo.

      Ele finalmente rosnou, “Deixe-me ver se entendi, Agente Paige. Você veio até aqui de Quantico para entrevistar privadamente Morgan Farrell, que temos sob custódia pelo assassinato de seu marido. Mas nós não pedimos a ajuda do FBI. Na verdade, o caso agora está encerrado. Temos uma confissão. Morgan é culpada e pouco mais há a dizer. Então, o que a traz aqui?

      Riley tentou projetar um ar de confiança.

      "Eu já tinha dito" Disse ela. “Preciso falar com ela sobre um assunto completamente separado – um caso completamente diferente".

      Stiles piscou os olhos com ceticismo e disse, "Um caso diferente sobre o qual não pode me dizer nada".

      "Isso mesmo" Confirmou Riley.

      Era mentira, claro. Pela milésima vez desde que ela voara de DC naquela manhã, ela se perguntava o que estava fazendo. Estava acostumada a contornar as regras, mas estava a ultrapassar os limites, fingindo estar ali em trabalho oficial do FBI.

      Por que ela pensou que isso poderia ser uma boa ideia?

      "E se eu disser não?" Perguntou Stiles.

      Riley sabia perfeitamente bem que essa era a prerrogativa do chefe e se ele dissesse não, ela teria que obedecer. Mas não queria dizer isso. Teve que se preparar para fazer algum bluff.

      Disse, "Chefe Stiles, acredite em mim, eu não estaria aqui se não fosse uma questão de extrema importância e urgência. Mas não posso dizer de que se trata”.

      O chefe Stiles tamborilou os dedos na mesa por alguns instantes.

      Então disse, "Sua reputação precede você, Agente Paige."

      Riley se encolheu um pouco.

      Isso pode ser uma coisa boa ou ruim, Pensou.

      Ela era bem conhecida e respeitada entre os seus pares por seus instintos aguçados, sua capacidade de entrar na mente de um assassino e seu talento para resolver casos aparentemente insolúveis.

      Ela também era conhecida por às vezes ser um incômodo e as autoridades locais que tinham que trabalhar com ela muitas vezes não gostavam de seus métodos.

      Ela não sabia a qual dessas reputações o chefe Stiles poderia estar se referindo.

      Gostaria de poder ler melhor a expressão dele, mas ele tinha um daqueles rostos que provavelmente nunca pareciam satisfeitos com muita coisa.

      O que Riley realmente temia naquele momento era a possibilidade de Stiles fazer a coisa mais lógica – pegar o telefone e ligar para Quantico para confirmar que ela estava ali ao serviço do FBI. Se ele o fizesse, ninguém a cobriria. Na verdade, acabaria com muitos problemas.

      Bem, não seria a primeira vez, Pensou.

      Finalmente, o chefe Stiles parou de tamborilar e levantou-se da mesa.

      Resmungou, “Bem, longe de mim ficar no caminho de questões do FBI. Vamos lá, vou levá-la para a cela de Morgan Farrell.”

      Suprimindo um suspiro de alívio, Riley se levantou e seguiu Stiles para fora de seu escritório. Enquanto ele a conduzia pela movimentada delegacia, Riley se perguntou se algum dos policiais ao seu redor poderia ser Jared Ruhl, o oficial que lhe telefonara na noite anterior. Ela não o reconheceria se o visse. Mas poderia ele saber quem ela era?

      Riley esperava que não, tanto pelo bem dele quanto pelo dela. Ela se lembrou de lhe contar pelo telefone sobre a morte de Morgan Farrell…

      "Francamente, não é da minha conta."

      Tinha sido exatamente a coisa certa a dizer e seria melhor para Ruhl se ele achasse que Riley estava se agarrando à sua decisão. Poderia ser um grande problema para ele se o chefe Stiles descobrisse que ele estava a fazer consultas fora do departamento.

      Enquanto Stiles a levava para a parte feminina da prisão, Riley quase ensurdecia com o barulho. Prisioneiros estavam batendo em barras e discutindo em voz alta uns com os outros, e começaram a gritar com Riley enquanto ela passava por suas celas.

      Finalmente, Stiles ordenou que um guarda abrisse a cela ocupada por Morgan Farrell e Riley entrou. A mulher estava sentada na cama olhando para o chão, aparentemente sem saber que alguém tinha chegado.

      Riley ficou chocada com sua aparência. Morgan, como Riley lembrava, era extremamente magra e de aparência frágil. Ela parecia ainda mais agora, vestida com um macacão laranja que parecia grande demais para ela.

      Também parecia estar profundamente exausta. A última vez que Riley a tinha visto, ela estava maquiada e parecia a modelo que tinha sido antes de se casar com Andrew Farrell. Sem maquiagem, ela parecia chocantemente desleixada. Riley pensou que alguém que não sabia nada sobre ela poderia confundi-la com uma sem-abrigo.

      Em um tom bastante educado, o chefe Stiles disse a Morgan, “Senhora, há uma visitante aqui para ver você. Agente Especial Riley Paige do FBI.”

      Morgan olhou para Riley e fixou o olhar nela, como se não tivesse certeza se estaria sonhando.

      O chefe Stiles então se virou para Riley e disse, "Avise-me quando você terminar."

      Stiles

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