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para começar."

***

      Vinte minutos depois, Mackenzie e Ellington estavam sentados frente a frente em uma pequena lanchonete. Enquanto tomavam café, olhavam pelos arquivos sobre o Padre Costas que pegaram do escritório de McGrath e pelos arquivos digitais sobre o Reverendo Tuttle que foram enviados para o telefone de Mackenzie.

      Além de estudar as fotografias, não havia muito que estudar. Mesmo no caso do Padre Costas, onde havia papelada para revisar, não havia muito a dizer. Ele morreu devido à perfuração no seu pulmão ou a uma incisão profunda na nuca que se foi fundo o suficiente para revelar vislumbres brancos da sua espinha.

      "Então, de acordo com esse relatório," disse Mackenzie, "as feridas no corpo do Padre Costas foram, provavelmente, o que o matou. Provavelmente, ele estava morto antes de ser crucificado."

      "E isso significa alguma coisa?" perguntou Ellington.

      "Acho que há uma boa chance. Está claro que há algum ângulo religioso aqui. O mero assunto de crucificação suporta isso. Mas há uma grande diferença entre usar o ato de crucificação como uma mensagem e usar a imagem de crucificação."

      "Acho que estou seguindo," disse Ellington. "Mas pode continuar explicando."

      "Para os cristãos, a imagem de crucificação seria realmente apenas uma má representação. Nos nossos casos, morte como um resultado da crucificação não parece ser o objetivo. Se esse fosse o caso, os corpos provavelmente estariam quase livres de lesões. Pense sobre isso… toda a cristandade seria bem diferente se Cristo já estivesse morto quando ele foi pregado a cruz."

      "Então você acha que o assassino está crucificando esses homens apenas para exibição?"

      "Muito cedo para dizer," disse Mackenzie. Ela fez uma pausa longa o suficiente para tomas um gole bem aventurado de café. "Estou inclinada para o não, contudo. Ambos os homens eram chef… líderes de uma igreja de uma forma ou de outra. Exibi-los pendurados como a figura cristã ao redor da qual as igrejas giravam ao redor é um grande sinal. Há algum motivo por trás de tudo".

      "Você se referiu a Jesus Cristo como uma figura cristã. Achei que você acreditasse em Deus."

      "Acredito," disse Mackenzie. "Mas não com a força e convicção que alguém como Ned Tuttle tem. E quando entra nas histórias da Bíblia─a cobra falante, a arca, o tintim por tintim da crucificação─eu acho que a fé tem que tomar o banco traseiro e se basear em algo mais próximo a crença cega. E eu não fico confortável com isso."

      "Uau," disse Ellington com um sorriso. "Isso é profundo. Eu… eu só prefiro ir com a resposta de não sei. Então… quanto o motivo que você mencionou. Como nós o encontramos?" perguntou Ellington.

      "Boa pergunta. Eu planejo começar com a família do Padre Costas. Não há muito para seguir nos relatórios. Além disso, eu acho—"

      Ela foi interrompida pelo toque do telefone de Ellington. Ele o pegou rapidamente e franziu a testa com o que viu no visor. "É McGrath," ele disse antes de responder.

      Mackenzie escutou o lado de Ellington da conversa, incapaz de colocar junto o que estava sendo ouvido. Depois de menos de um minuto, Ellington terminou a ligação e enfiou o celular de volta na bolsa.

      "Bem," ele disse. "Parece que você vai visitar a família Costas por conta própria. McGrath precisa de mim no escritório. Algum trabalho de detalhe em um caso que ele está mantendo segredo."

      "O que provavelmente significa que é trabalho braçal," disse Mackenzie. "Sortuda você.”

      "Ainda… parece estranho que ele me arranque disso tão cedo quando nós não temos nenhuma pista. Deve significar que ele tem uma confiança imensa em você de repente."

      "E você não?"

      "Você sabe o que eu quis dizer," disse Ellington sorrindo.

      Mackenzie tomou outro gole de café, um pouco decepcionada ao ver que já estava vazio. Ela jogou o copo no lixo e coletou os arquivos e seu celular, pronta para ir para a próxima parada. Primeiro, porém, ela se dirigiu ao balcão para pedir outro café.

      Parecia que seria um dia muito longo. E sem Ellington para mantê-la desperta, ela definitivamente precisava de café.

      Então, novamente, dias longos normalmente resultavam em pistas─em produtividade. E se Mackenzie achasse um caminho, ela encontraria o assassino antes que ele tivesse tempo suficiente para planejar outro assassinato.

      CAPÍTULO QUATRO

      Depois de deixar Ellington na garagem dos escritórios do FBI (e de dar um rápido, porém apaixonado beijo antes de sair), Mackenzie fez seu caminho para a Igreja Católica do Sagrado Coração. Ela não esperava encontrar muita coisa, então não ficou desapontada quando isso foi exatamente o que estava esperando por ela.

      As portas haviam sido trocadas, mas pareciam réplicas exatas daquelas que ela havia visto na foto da cena do crime. Ela subiu as escadas, estas muito mais sofisticadas e ornadas do que aquelas da Pedra Angular Presbiteriana, e foi até as novas portas. Então, deu as costas para as portas e olhou de volta para a rua. Ela não podia deixar de imaginar se havia algum simbolismo a mais em pregar os homens nas portas da frente.

      Talvez eles devessem estar olhando em direção a algo, pensou Mackenzie. Mas tudo que ela estava vendo eram carros estacionados, alguns pedestres e placas de trânsito.

      Ela olhou para seus pés ao longo das bordas do portal. Havia pequenas formas preenchidas que poderiam ser qualquer coisa. Mas ela havia visto essas cores antes─a cor de sangue uma vez que seca no concreto pálido.

      Olhou de volta para os degraus e tentou imaginar um homem trazendo um cadáver acima deles. Seria um trabalho, isso era certeza. É claro, ela não sabia ao certo se Costas estava morto quando foi pregado à porta, embora essa fosse a hipótese de trabalho.

      Enquanto ela ficava de pé às portas e olhava ao redor, ela percorreu os fatos que ela sabia pelos arquivos. Os mesmos tipos de pregos foram usados aqui e na cena de Tuttle. O único ferimento comum nos dois corpos era um grande corte que corria o comprimento de suas testas─talvez uma alusão à coroa de espinhos de Cristo.

      Imaginar tal terrível visão no alpendre no qual ela estava era difícil de imaginar. As pessoas normalmente não pensavam em morte e sanguinolência quando estavam de pé às portas de uma igreja.

      E talvez esse fosse o ponto. Talvez essa seja a ligação com o motivo do assassino.

      Sentido que poderia estar em alguma coisa, Mackenzie pegou as escadas de volta para a rua. Parecia estranho se deslocar nesse ritmo sem Ellington ao seu lado, mas pelo tempo que ela estava no carro e seguindo em frente, sua mente estava apenas no caso.

***

      Pela segunda vez no dia, Mackenzie se viu entrando em uma casa lotada. Padre Costas morava em uma casa agradável, uma residência de tijolos de dois andares logo ao redor da região central. Ela foi recebida por uma mulher que se apresentou como uma paroquiana do Sagrado Coração. Ela levou Mackenzie em uma área de espera e pediu que ela aguardasse por um momento.

      Em questão de segundos, uma mulher mais velha entrou na sala. Ela parecia exausta e profundamente triste quando se sentou em uma poltrona em frente ao assento que Mackenzie havia tomado no sofá ornado.

      "Sinto muito em incomodá-la," disse Mackenzie. Eu não sabia que você tinha tanta companhia.

      "Sim, eu também não fazia ideia," disse a mulher. "Mas o funeral é hoje a noite e há todas essas pessoas saindo da toca. Membros da família, conhecidos, queridos colegas da igreja." Então, ela sorriu sonolenta e acrescentou: "Sou Nance Allensworth, secretária da paróquia. Disseram-me que você é do FBI?"

      "Sim, senhora. Com risco de perturbá-la um pouco mais, houve outro corpo descoberto essa manhã, tratado da mesma maneira que o Padre Costas. Esse era um reverendo em uma pequena igreja Presbiteriana perto de Georgetown."

      Nancy Allensworth levou a mão a boca em um dramático gesto de oh, não. "Meu Deus," ela disse. Em seguido, entre lágrimas e dentes serrados,

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