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casal mais recente a ser assassinado.

      Elas desceram juntas em direção à porta da frente. Quando saíram, Kate desligou a luz da sala e pegou sua bolsa. Estava animada com o que poderia estar à frente, mas também se sentiu como se estivesse irracionalmente deixando sua casa. Afinal, apenas algumas horas atrás, sua neta de dois meses estava cochilando na cama. E agora, aqui estava ela, prestes a dirigir diretamente para uma cena de assassinato.

      Ela viu o sedan do FBI estacionado em frente à sua casa, bem ao lado do meio-fio. Parecia surreal, mas também convidativo.

      –Você quer dirigir? DeMarco perguntou.

      –Claro, disse Kate, imaginando se a Agente mais jovem estava oferecendo o papel como uma demonstração de respeito ou porque ela simplesmente queria uma pausa na direção.

      Kate ficou ao volante enquanto DeMarco puxava as direções do local do assassinato mais recente. Foi na cidade de Whip Springs, na Virgínia, uma pequena cidade encrustada na base das Montanhas Blue Ridge, nos arredores de Roanoke. Elas gastaram apenas um pouco de tempo com conversa fiada ─ Kate atualizou DeMarco sobre como se sentia como avó, enquanto DeMarco permaneceu em silêncio, mencionando apenas outro relacionamento fracassado depois que sua namorada a deixou. Isso foi uma surpresa, já que Kate não achava que DeMarco fosse gay. Isso mostrou que ela realmente precisava de mais tempo para conhecer a mulher que era mais ou menos a sua parceira. Pontualidade, ela tinha percebido. Homossexualidade, ela havia deixado passar. Que diabos isso dizia sobre ela como parceira?

      À medida que a cena do crime se aproximava, DeMarco leu os relatórios referentes ao caso que Duran lhes enviara. Enquanto os lia, Kate continuava procurando quaisquer vestígios do sol rompendo o horizonte, mas não viu qualquer sinal.

      –Dois casais mais velhos, disse Demarco. Desculpe… Um em seus 50 anos… Então, sem ofensas.

      –Tranquilo, Kate disse, sem ter certeza se havia sido uma estranha tentativa de piada por parte de DeMarco.

      –À primeira vista, eles parecem não ter nada em comum, além da localização. A primeira cena foi no coração de Roanoke e a mais recente não foi a mais de cinquenta quilômetros de distância, em Whip Springs. Parece não haver sinais de que o marido ou a esposa fossem os alvos anteriormente. Cada um dos assassinatos foi horrível e exagerado, indicando que o assassino gosta disso.

      –E isso normalmente aponta que essa pessoa sente que foi prejudicada pelas vítimas em alguns casos, destacou Kate. É isso ou algum distorcido desejo psicológico por violência e derramamento de sangue.

      –As vítimas mais recentes, os Nash, estavam casados há vinte e quatro anos. Eles têm dois filhos, um que mora em San Diego e outra que atualmente frequenta a UVA. Foi ela quem descobriu os corpos quando chegou na casa ontem.

      –E o outro casal? Kate perguntou. Eles têm filhos?

      –Não, de acordo com os relatórios.

      Kate refletiu sobre tudo isso e, por razões que não conseguia entender, se viu pensando na garotinha que passara na rua no começo do dia.

      O flashback que a menininha havia despertado em sua mente. Quando chegaram à casa dos Nash, o horizonte finalmente havia começado a captar um pouco da luz do sol nascente, mas ainda ausente. Espiou pela linha das árvores que cercava a maior parte do quintal dos Nash. Sob essa luz, podiam ver um único carro estacionado em frente à casa. Um homem estava encostado no capô, fumando um cigarro e segurando uma xícara de café.

      –Vocês são Wise e DeMarco? Perguntou o homem.

      –Somos nós, Kate disse, dando um passo à frente e mostrando sua identidade. Quem é você?

      –Palmetto, com a DP do estado da Virgínia. Forense. Recebi a ligação há algumas horas dizendo que vocês aceitariam o caso. Imaginei que eu poderia vir para entregar o que tenho. O que, a propósito, não é muito.

      Palmetto deu uma última tragada no cigarro e o jogou no chão, apagando-o com o pé. Os corpos foram obviamente movidos e havia poucas evidências no lugar. Mas entrem, de qualquer maneira. É… revelador.

      Palmetto falou com o tom sem emoção de um homem que vinha fazendo isso há algum tempo. Ele as conduziu pela calçada dos Nash e até a varanda. Quando abriu a porta e as levou para dentro, Kate podia sentir o cheiro: o cheiro de uma cena de crime onde muito sangue havia sido derramado. Havia algo químico nisso, não apenas o cheiro acobreado de sangue, mas de movimentos recentes e pessoas com luvas de borracha examinando a cena recentemente.

      Palmetto acendeu cada luz quando entraram na casa ─ pelo vestíbulo, passando por um corredor e até a sala de estar. No brilho das luzes do teto, Kate viu a primeira mancha de sangue no chão de madeira. E depois outra, e outra.

      Palmetto levou-as para frente do sofá, apontando para as manchas de sangue como um homem simplesmente confirmando o fato de que a água está de fato molhada.

      –Os corpos estavam aqui, um no sofá e outro no chão. Parece que a mãe foi morta primeiro, provavelmente devido ao corte no pescoço, embora um pareça ter acertado bem perto do coração, mas pelas costas. A teoria é de que houve uma luta com o pai. Havia hematomas em seus antebraços, um pouco de sangue saindo de sua boca e a mesa de centro estava torta.

      –Alguma ideia inicial do tempo que passou entre os assassinatos e a filha descobrindo-os? Perguntou Kate.

      –Não mais do que um dia, respondeu Palmetto. E foi provavelmente mais de doze ou dezesseis horas. Tenho certeza de que o legista terá algo um pouco mais concreto ainda hoje.

      –Mais alguma coisa digna de anotação? Perguntou DeMarco.

      –Sim, na verdade. É uma prova… Apenas uma única peça. Ele enfiou a mão no bolso interno de sua jaqueta e tirou um pequeno saquinho. Consegui permissão, então não fiquem assustadas. Eu imaginei que vocês gostariam de levá-lo e analisar. É a única evidência que encontramos, mas é bem desalentador.

      Ele ofereceu o saquinho de plástico transparente para Kate. Ela pegou e olhou o conteúdo dentro. Pelo que poderia dizer, era um simples pedaço de pano, cerca de um centímetro e meio. Era grosso, de cor azul, e tinha uma textura fofa. Todo o lado direito estava manchado de sangue.

      –Onde foi encontrado isso? Kate perguntou.

      –Enfiado na boca da mãe. Foi empurrado lá no fundo, quase abaixo de sua garganta.

      Kate ergueu-o para a luz. Alguma ideia de onde veio? Ela perguntou.

      –Nenhuma. Parece ser apenas um recado aleatório.

      Mas Kate não tinha tanta certeza disso. De fato, a intuição de avó começou a avançar. Este não era um pedaço aleatório de tecido. Não… Era macio, era azul claro e parecia bastante fofo.

      Isso fazia parte de um cobertor. Talvez o cobertor de uma criança.

      –Você tem alguma outra evidência surpresa para nós? DeMarco perguntou.

      –Não, isso é tudo, disse Palmetto, já voltando para a porta. Se vocês, senhoras, precisarem de alguma ajuda a partir de agora, sintam-se à vontade para nos telefonar na DP.

      Kate e DeMarco compartilharam um olhar irritado pelas costas dele. Sem ter que dizer nada, cada uma sabia que o termo vocês senhoras tinha irritado ambas.

      –Bem, isso foi breve, disse DeMarco quando Palmetto lhes deu um aceno evasivo da porta da frente.

      –E bom também, disse Kate. Dessa forma, podemos começar a examinar o caso com nossos próprios olhos, sem a influência do que os outros descobriram.

      –Você acha que precisamos falar com a filha em seguida?

      –Provavelmente. Aí então nós vamos olhar a primeira cena do crime e ver se podemos encontrar alguma coisa lá. Espero que encontremos alguém que seja um pouco mais sociável do que nosso amigo Palmetto.

      Elas saíram da casa, desligando as luzes enquanto iam. Enquanto se dirigiam para fora, com o sol finalmente aparecendo na borda do mundo, Kate cuidadosamente colocou o que ela pensava ser um pedaço de cobertor

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