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sua casa. Melissa havia morado nesta casa durante seus anos de ensino médio, então quando ela veio visitá-la (o que era bem raro na opinião de Kate), Kate não sentia a necessidade de estar com a casa impecável. Então, por que estava tão preocupada com a aparência do local para um bebê de dois meses?

      Talvez seja algum tipo estranho de comportamento de avó, ela pensou enquanto esfregava a pia do lavabo… Um cômodo que ela estava bem ciente de que sua neta nem veria, muito menos o usaria.

      Enquanto lavava a pia, a campainha tocou. Ela foi inundada com uma excitação para a qual ainda não estava pronta. Estava sorrindo de orelha a orelha quando atendeu a porta. Melissa estava do outro lado, carregando Michelle em sua cadeirinha de bebê. O bebê dormia profundamente, com um grosso cobertor ao redor das pernas.

      –Ei, mãe, Melissa disse quando entrou na casa. Ela deu uma olhada rápida ao redor e revirou os olhos. Limpou muito hoje?

      –Muito, Kate disse enquanto dava um abraço na filha.

      Melissa colocou a cadeirinha cuidadosamente no chão e, lentamente, desafivelou Michelle. Ela pegou-a e entregou-a suavemente para Kate. Fazia quase uma semana desde que Kate visitara Melissa e Terry, mas quando ela pegou Michelle em seus braços, pareceu muito mais tempo.

      –O que você e Terry planejaram para esta noite? Kate perguntou.

      –Nada demais, na verdade, disse Melissa. E essa é a beleza da coisa. Nós vamos sair para jantar e beber. Talvez dançar. Além disso, mudamos de ideia sobre pedir que você fique com ela durante a noite, porque percebemos que não estamos preparados para isso. Dormir sem interrupções é muito necessário, mas eu não posso ficar longe dela por tanto tempo.

      –Ah, acho que posso entender isso, disse Kate. Vocês saiam e se divirtam.

      Melissa sacudiu a bolsa de fraldas do ombro e colocou-a na cadeirinha. Tudo que você precisa está aqui. Ela vai querer comer novamente em cerca de uma hora e ela irá lutar contra o sono. Terry acha bonito, mas acho que é um inferno. Se ela ficar com gases, há remédio para gases no bolso de trás e…

      –Lissa… Vamos ficar bem. Eu criei uma filha, você sabe. Ela também ficou muito bem.

      Melissa sorriu e surpreendeu Kate dando-lhe um beijo rápido na bochecha. Obrigada, mãe. Eu venho buscá-la por volta das onze horas. É tarde demais?

      –Não, é perfeito.

      Melissa deu uma última olhada para seu bebê, um olhar que fez o coração de Kate inflar. Ela pôde se lembrar de como era ser mãe e ter aquele sentimento interno de amor a preenchendo ─ um amor que se traduzia em pura vontade de fazer qualquer coisa e tudo para garantir que esse ser humano que você gerou estivesse em segurança.

      –Se você precisar de alguma coisa, me ligue, Melissa disse, embora ela ainda estivesse olhando para Michelle e não para Kate.

      –Ligarei. Agora vá. Divirta-se.

      Melissa finalmente se virou e saiu pela porta. Quando ela a fechou, a pequena Michelle acordou nos braços de Kate. Ela deu a sua avó um sorrisinho sonolento e soltou um pequeno bocejo.

      –Então, o que faremos agora? Kate perguntou.

      A pergunta foi divertidamente dirigida a Michelle, mas ela sentiu um peso por trás disso que a fez se perguntar se estava simplesmente fazendo uma pergunta retórica para si mesma. Sua filha cresceu, agora ela tem sua própria filha. E aqui estava ela, chegando aos cinquenta e seis anos e com o primeiro neto nos braços. Então, o que fazemos agora?

      Ela pensou sobre essa atração para voltar a trabalhar, e talvez pela primeira vez, isso pareceu irrelevante.

      Algo bem menor que a menininha que agora ela segurava em seus braços.

***

      Às oito da noite, Kate se perguntava se Melissa e Terry haviam simplesmente criado o bebê mais bem-comportado da história. Michelle não chorou nem uma vez, nem chegou a ficar nervosa. Estava simplesmente contente em ser carregada. Depois de duas horas nos braços de Kate, Michelle acenou para adormecer. Cuidadosamente, Kate colocou Michelle no centro de sua cama queen-size e depois ficou parada na porta por um momento para observar sua neta dormir.

      Não tinha certeza de quanto tempo estava lá quando seu telefone tocou na mesa da cozinha atrás dela. Teve que tirar os olhos de Michelle, mas conseguiu chegar ao telefone em poucos segundos. Um único barulhinho significava que era um texto em vez de uma ligação e não ficou nem um pouco surpresa ao ver que era Melissa.

      Como ela está? Melissa perguntou.

      Incapaz de resistir, Kate sorriu e respondeu: Eu dei a ela apenas três cervejas. Saiu com um cara de moto há uma hora. Eu disse a ela para estar de volta às 11h.

      A resposta veio rapidamente: Ah, não tem graça.

      A brincadeira a fez quase tão feliz quanto o bebê dormindo em seu quarto. Depois que seu pai morreu, Melissa ficou retraída ─ especialmente com Kate. Ela culpou o trabalho de Kate pela morte de seu pai e, embora mais tarde tenha percebido que esse não era o caso, havia momentos nos quais Kate sentia que Melissa ainda se ressentia do tempo que passara na agência após a morte dele. Por mais estranho que pareça, porém, Melissa demonstrou algum interesse em seguir carreira no FBI… Apesar de ter uma atitude menos positiva em relação aos acontecimentos do ano anterior, em relação à aposentadoria interrompida de sua mãe.

      Ainda sorrindo, Kate levou o telefone para o quarto e tirou uma foto rápida de Michelle. Ela mandou para Melissa e depois, após pensar um pouco, ela também enviou para Allen, só que a dele tinha a mensagem: Esgotada da festa!

      Ela desejou que ele estivesse lá com ela. Ela havia sentido isso muitas vezes ultimamente. Não era ingênua o suficiente para pensar que o amava, mas podia se ver apaixonada por ele se as coisas continuassem do jeito que estavam. Ela sentia falta dele quando não estava por perto e sempre que ele a beijava a fazia se sentir cerca de vinte anos mais jovem.

      Ela se viu sorrindo novamente quando Allen respondeu com uma foto. Era uma selfie dele com dois homens mais jovens que pareciam exatamente com ele ─ seus filhos, supostamente.

      Enquanto estudava a foto, seu telefone tocou em suas mãos. O nome que apareceu na tela enviou uma onda de excitação através dela que ela foi incapaz de conter.

      O vice-diretor Vince Duran estava ligando para ela. Isso teria causado uma agitação de excitação, mas o fato de que era depois das oito horas da noite de sexta-feira disparou um alarme na cabeça dela ─ sinos de alerta que ela gostava de ouvir.

      Deu um tempo, ainda olhando para a pequena Michelle, e então respondeu.

      –Kate Wise, disse ela, mantendo sua excitação sob controle.

      –Wise, é Duran. É uma má hora pra conversarmos?

      –Não é absolutamente a melhor, mas tudo bem, ela respondeu. Está tudo bem?

      –Depende. Estou ligando para ver se você estaria interessada em aceitar um caso.

      –Estamos falando de um caso frio como o que estivemos discutindo?

      –Não. Este aqui… Bem, parece um que você resolveu bastante depressa lá atrás em noventa e seis. Atualmente, temos quatro corpos em dois locais diferentes em Whip Springs, na Virgínia. Parece que os assassinatos ocorreram em não mais do que dois dias de intervalo. No momento, a Polícia Estadual da Virgínia está comandando a cena, mas falei com eles. Se você quiser o caso, é seu. Mas você teria que começar agora.

      –Eu não acho que conseguiria, disse ela. Eu tenho um compromisso que preciso manter. Olhando para Michelle, isso era fácil de dizer. Mas quase todos os nervos de seu corpo lutavam contra seus recém-adquiridos instintos de avó.

      –Bem, escute as especificações de qualquer maneira, pode ser? Os assassinados são casados, um com cinquenta e poucos anos e outro com sessenta e poucos anos. Os mais recentes foram os de cinquenta e poucos anos. Sua filha descobriu seus corpos quando ela chegou em casa da faculdade hoje cedo. Os assassinatos ocorreram a trinta quilômetros um do outro, um em Whip

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