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homens por dia, o cafetão a punia dando choques com um fio elétrico solto. - Várias vezes eu me sentia tão cansada que eu não conseguia sair da cama. Os homens simplesmente vinham até mim, um depois do outro, como uma gangue de estupradores. - Ela disse. - Eu parecia estar morta, eu queria morrer.

      Aran olhou para Tess, suspirou e murmurou. - Esse é o Camboja.

      - Qual a obsessã por virgens? - Tess perguntou.

      - Alguns homens acreditam que o sexo com uma mulher virgem traz sorte ou boa saúde. Os estrangeiros que fazem isso, normalmente são pedófilos ou homens que querem por pra fora suas fantasias violentas. Eles sabem que podem ir embora sem serem punidos aqui. Prostituição e tráfico humano são proibidos, mas os policiais são pagos para olharem para o outro lado.

      Finalmente, Suchin disse que ela decidiu fugir. - Eu não me importave se o cafetão fosse me matar. Prefiro morrer do que viver daquele jeito. Uma noite, depois de um cliente ir ao banheiro, ela viu sua chance. Ela saiu correndo e chegou à entrada do prédio, onde o cafetão a pegou. Ele arrastou-a para a sala de tortura, onde a amarrou com braços abertos e chicoteou-a com uma bengala até que ela sangrasse, em seguida, esfregou pimentas quentes em suas feridas. Depois disso ele a vendeu para outro bordel.

      Enquanto ela falava, uma tempestade vespertina chegava, quebrando o calor. Ela olhou para o aguaceiro por um minuto e descreveu em silêncio sua segunda tentativa de fuga. As coisas aconteceram da mesma forma. Ela foi capturada, espancada e vendida para outro bordel.

      Tess perguntou, - O que lhe deu coragem para fugir de novo?

      - Eu sabia que se ficasse eu ficaria doente e morreria. - Ela disse. - Eu não tinha nada a perder. Então, uma noite, quando seu guarda tinha deixado a porta, ela fugiu de novo. Desta vez ela conseguiu chegar a rua. Ela correu o mais rápido que conseguia até que seu cafetão a alcançou e começou a bater nela. Isso foi quanto Tess interveio e sem dúvidas mandou o homem para o hospital.

      Jake pagou o tradutor e o acompanhou até a porta do quarto. Tess foi se sentar na varanda, com uma bebida na mão, chateada com tudo o que ela tinha acabado de ouvir de Suchin. Jake foi para o banheiro tomar um banho. Ele tirou sua roupa e se virou. Ele viu Suchin de pé, nua na frente dele.

      - O que você esta fazendo Suchin?

      - Eu sou sua senhor. É a única coisa que posso fazer para agradecer sua generosidade.

      - Suchin - Jake enquanto vestia seu roupão de banho. - Você não tem que fazer isso. Nós não estamos cuidando de você esperando algo em troca. Apenas queremos fazer o que for melhor para você.

      - Por favor, me aceite Sr. Jake - Suchin implorou. - Eu não tenho mais nada a oferecer.

      Jake colocou o roupão nela e pegou em suas mãos. Ele a levou até Tess, que continuava sentada na varanda.

      - Eu acho que temos um problema Tess. Ela acha que tem que nos pagar com seu corpo.

      Tess se levantou e abraçou a jovem desanimada.

      - Suchin, nós entendemos que nunca ninguém fez nada por você, mas agora é diferente. Você esta segura agora. Nós vamos garantir sua segurança e cuidado. Jake traduziu. Suchin chorou. Ela não conseguia entender o que estava acontecendo. Como alguém não iria querer algo em troca?

      Tess pegou a jovem pelas mãos e a sentou, tentando conforta-la. Era óbvio que a garota estava completamente desorientada e que talvez ela quisesse voltar para onde ela veio, sem nenhuma razão, mas porque era a única coisa que ela sabia fazer.

      - Eu acho que devemos achar um lugar para Suchin ficar para que ela possa escapar dessa situação. Deve haver um abrigo ou instituição que ajude as prostitutas deixar essa vida.

      - Isso não é a Europa ou os EUA. - Jake alertou. - Eu não tenho visto muitas evidências do funcionamento dos serviços sociais aqui. Jake, no entando, foi até seu computador e procurou por informações. Surpreso, ele achou algo que poderia ajudar. Ele descobriu uma propaganda de uma conferência católica no Camboja. Vários ministérios estavam no país, incluindo o Catholic Relief Services, os Jesuit Refugee Services e Jesuit Services, a Comunidade Maryknoll de irmãs, sacerdotes e missionários leigos, salesianos e a Escola Técnica Dom Bosco.

      Ele ligou para um dos números. Logo em seguida, eles levaram Suchin para um convento. Irmã Theresa, a Madre superior, recebeu eles e listou todos os serviços que as instituições religiosas estavam tentando realizar no país.

      Após uma xícara de chá, ela contou-lhes o que aconteceu. Durante a Guerra do Vietnã, os americanos que estavam perseguindo os Viet Cong, realizaram mais de 43.000 ataques aéreos dos EUA contra o Camboja, lançando dois milhões de toneladas de bombas. Alguns estudiosos atribuíram a ascensão do Khmer Rouge a devastação que os ataques causaram. A calamidade permitiu que eles atraíssem o apoio inicial dos aldeões rurais. O Khmer Rouge então desencadeou um reinado de terror e genocídio no país, além de iniciar sua própria guerra contra o Vietnã, provocando muitos anos de instabilidade e sofrimento até tempos recentes. O Khemer Rouge, como organização, eventualmente se auto-destruiu. A população no Camboja que sobreviveu só está começando agora a juntar os pedaços que restaram das cidades, vilarejos e famílias.

      - Você não deve se deixar distrair pelas belas fotografias dos templos antigos de Angkor Wat ou por algumas construções novas. - Irmã Theresa adicionou. - Embora a beleza do Camboja seja muito real, assim também é a vida dolorosa de muitas das pessoas pobres.

      Jake e Tess se sentiram envergonhados. Eles fizeram um acordo com o convento, em troca de prover abrigo e reabilitação para Suchin, eles receberam uma generosa doação. Eles disseram a Suchin que quando ela estivesse pronta, eles a ajudariam a começar uma vida normal. Tanto Tess quanto Jake estavam se virando para ir embora quando Suchin, com lágrima nos olhos, abraçou os dois.

      Jake e Tess tinham um voo marcado para manhã seguinte, por isso foram direto para o quarto arrumar as malas. Assim que passaram pela recepção, eles pegaram as mensagens deixadas pelos membros de suas equipes operacionais de todo canto do mundo. No topo estava um envelope. A elegante carta que estava dentro foi escrita por Laurent Belcour, convidando para se juntar a ele em uma pequena festa em sua suíte.

      - Jake, aquele cara me causa arrepios. Vamos ignorá-lo.

      - Eu acho que deveríamos ir Tess. Ele é muito importante para ser ignorado. Ele financia, pelo menos, metade dos nossos projetos. -

      Tess suspirou em desistência.

      Eles se vestiram para a ocasião e foram recebidos por uma assistente na suíte de Belcour, uma mulher muito atraente, que compartilhou que seu nome era Julie. Ela rapidamente os levou para dizer olá ao anfitrião. Ao vê-los, Belcour deu um sorriso caloroso, agarrou a mão de Tess e beijou-a galantemente. Desta vez, ele também fez questão de apertar a mão de Jake.

      Belcour estava animado. Ele os apresentou para várias pessoas, a maioria mulheres locais por volta dos seus vinte anos. Cada uma delas era de tirar o fôlego.

      As mulheres pareciam ser cultas e sofisticadas, facilmente conversavem em inglês e francês. Um por um, eles se retiraram com Belcour para um quarto, emergindo com smartphones nas mãos e conversando com seus contatos. Alguns homens asiáticos fizeram o mesmo: Alguns minutos a sós com Belcour e em seguida ligaram para alguém.

      Belcour finalmente voltou para reencontrar seus convidados. Seis casais ocidentais se juntaram à festa, parecendo notavelmente semelhantes: os homens eram de meia idade e as mulheres pareciam ser significativamente mais jovens. ‘Aquele um por cento com suas esposas troféus’,

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