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      A tia Florence é a tia humanóide da Mãe.

      Não tenho problemas em admitir que a tia Florence me adora.

      Ela é a única família que a Mãe tem para além de nós. A tia Florence costumava viver no chalé em que vivemos agora, em Kensigton, Londres. Neste momento a tia Florence vive na Provença, em França.

      E AGORA QUE JÁ CONHECEM A MINHA FAMILIA, VAMOS PASSAR A COISAS MAIS INTERESSANTES!

      Blá-blá-blá… Preâmbulo

      Numa manhã de sábado em princípios de Dezembro:

      A minha vida tornou-se tããããããoooo empolgante!

      Foi por esta altura que comecei a escrever um diário!

      E tu perguntas: porque é que um gato precisa de um diário???!!!

      É simples.

      Desde que deixámos Paris e chegámos a Londres que eu tive a minha primeira aventura de detectives.

      Desde essa altura que sonho em me tornar o melhor gato detective do mundo.

      Maior celebridade do mundo dos gatos detectives

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      O meu diário é importante para tornar o meu sonho realidade. Que melhor maneira podia haver de não perder de vista os meus casos resolvidos do que manter um registo das minhas aventuras?

      Decidi então que já era o melhor gato detective de Londres.

      Disso não havia dúvidas!

      A minha fama ia espalhar-se rapidamente para o resto do país e depois para além-fronteiras, até à cidade onde nasci, Paris, em França.

      Imaginei os meus amigos gatos em Paris a ouvirem histórias da famosa gata detective.

      Eles iam ficar admirados quado percebessem que era eu!

      Alguns diriam que “estava destinado a ser assim” e reconhecer-me-iam como um super especialista gato detective – um gato detective “par excellence”!

      Outros iam ficar invejosos e diriam que “foi sorte”.

      Mas não havia dúvida – até os gatos invejosos iam ter que reconhecer um gato detective mundialmente famoso!

      Esgueirar-me com um caderno em branco da secretária da Mãe enquanto ela estava distraída foi super fácil.

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      As aventuras de Inca, a Fantástica Gata Siberiana, o gato detective mais famoso do planeta, seria uma obra-prima – um grande sucesso – um best-seller!

      Quem é que conseguiria resistir a histórias felinas como as minhas?

      Sim – os meus poderes de dedução iriam levar-me ao estrelato.

      Esta era a melhor altura para começar, já que o Natal estava à porta. Havia um sentimento de excitação e antecipação no ar.

      Sem dúvida! O Natal era a minha festa preferida do ano. O cheiro a pinheiro cortado, as decorações brilhantes e, acima tudo, os nossos presentes debaixo das luzinhas brilhantes da nossa árvore de Natal.

      Eu contei à Cara e ao Fromage sobre o meu diário e eles só quiseram saber que papel é que ELES iam ter nele.

      “Veremos”, foi tudo o que lhes prometi.

      Ainda ouvi um murmúrio de “espertalhona!” da Cara, que fingi ignorar.

      Isto era o MEU diário e EU é que decidia o que escrever nele.

      Por isso, toma lá!

      Qual espertalhona, qual quê!

      Nem pensar que vou deixar a minha irmã e o meu irmão mandar no meu diário. Estou mesmo a ver no que ia dar:

       Do Fromage: um relambório interminável sobre o seu amado queijo francês!

       Da Cara: o último grito em cachecóis e como andar sempre na moda!!!!

      A sonhar acordada, imaginei como uma multidão de cães faziam uma vénia à minha inteligência superior.

      YESSS!

      Eu ia ser Inca, o gato detective par excellence!

      Nunca nenhum gato tinha sido tããão adorado pelo público.

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      Bravo, Inca!

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      Dezembro

      12 Dias Até Ao Natal

      Domingo, Já Muito Tarde:

      De repente, tive uma sensação estranha, como se alguém estivesse a observar-nos.

      Missy, a nossa Mãe, tinha acendido a lareira e a madeira estava a crepitar alegremente. A casa estava quente e confortável, mesmo com o frio tremendo que fazia lá fora.

      Era uma noite normal para a família Inca. A Cara, o Fromage, a Charlotte e eu estávamos sentados à volta da lareira com a Mãe, o jovem humanóide que nos pertence.

      Eu pensei que estivesse a imaginar coisas, que nos estivessem a observar, e sacudi a cabeça para me acalmar.

      Mas aquela sensação voltou.

      Como não queria assustar os outros, fui espreitar cuidadosamente pela janela. Não havia nada lá fora – só escuridão, com alguma luz vinda da enorme Lua lá em cima.

      Dei duas ou três voltas e sentei-me de novo, virada para a janela, para o caso de entrarem por lá EXTRATERRESTRES para nos atacar.

      Os meus olhos estavam a começar a fechar-se quando vi uma sombra a mover-se do lado de fora da janela. Abri-os logo muito outra vez e olhei lá para fora. Mas não vi nada. Só a calma de uma noite muito escura.

      De repente, vi dois olhos verdes brilhantes a fixar-me.

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      O meu coração parou!

       Seria um demónio?

       Seria um dragão que come fogo?

       Seria uma cobra rastejante?

       Estaria o meu maior pesadelo prestes a tornar-se realidade? Seriam os extraterrestres que nos iam atacar?

      O meu coração começou a bater furiosamente:

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      Vi uma pata cinzenta, grande e forte a esticar-se na minha direcção e o pelo das minhas costas eriçou-se como um porco-espinho prestes a atacar.

      E, depois, percebi que a aquela figura gorducha na janela, que aparecia e desaparecia, era só a cara do nosso amigo Monk!

      Expirei então lentamente e os batimentos do meu coração voltaram gradualmente ao seu ritmo normal.

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      Monk é um Russo Azul com pernas compridas

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