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      "Ela balançou a cabeça, achando a conversa muito desconcertante para continuar. Era estranho que ele estivesse se abrindo para ela de tal maneira, mas ela gostou. Algumas das coisas que ele tinha dito a ela fazia algum sentido, apesar de tudo. Bryers era um homem bastante solitário e isso se alinhava com o fato de ter tido uma relação tensa com os seus pais.

      A informação sobre as duas filhas com quem ele raramente falava, no entanto, tinha sido uma grande revelação. Fez algum tipo de sentido a respeito do porquê de ele estar tão aberto com ela e porque ele parecia gostar de trabalhar com ela.

      As duas horas seguintes foram preenchidas com pouca conversa, falou-se principalmente sobre o caso em questão e o período de Mackenzie na Academia. Foi bom ter alguém para conversar sobre essas coisas e isso fez com que se sentisse um pouco culpada por ter se fechado quando ele perguntou sobre o seu pai.

      Passaram-se mais uma hora e quinze minutos antes de Mackenzie começar a ver sinais que anunciavam a saída para Strasburg. Mackenzie praticamente podia sentir o ar dentro do carro mudando, pois ambos mudaram de rumo, colocando questões pessoais e lado e se concentrando exclusivamente no trabalho em mãos.

      Seis minutos depois, Bryers virou o sedan para a saída Strasburg. Quando eles entraram na cidade, Mackenzie sentiu-se tensa. Mas era um bom tipo de tensão, o mesmo tipo que ela sentiu quando entrou no estacionamento à noite antes da graduação com a arma de paintball em suas mãos.

      Ela tinha chegado. Não apenas em Strasburg, mas em uma fase de sua vida que ela tinha sonhado desde que assumiu o seu primeiro trabalho humilhante de escritório em Nebraska, antes de ter uma oportunidade adequada.

      Meu Deus, pensou. Foram apenas cinco anos e meio?

      Sim. E agora que ela estava literalmente sendo conduzida para a realização de todos os seus sonhos, os cinco anos que separavam o trabalho de escritório do momento atual no banco de passageiros do carro de Bryers pareciam uma espécie de barricada que mantinha esses dois lados dela separados. E isso foi tão bom quanto Mackenzie esperava. Seu passado nunca tinha feito outra coisa além de prendê-la, e agora que ela finalmente parecia fugir dele, ela estava contente de deixá-lo para trás, o passado estava morto e apodrecendo.

      Ela viu o sinal para Little Hill State Park, e quando ele diminuiu a velocidade do carro, seu coração acelerou. Ali estava ela. Seu primeiro caso, enquanto oficialmente no trabalho. Todos os olhos estariam sobre ela, ela sabia.

      Havia chegado a hora.

      CAPÍTULO CINCO

      Quando Mackenzie saiu do carro no estacionamento para visitantes do Parque Estadual Little Hill, preparou-se, sentindo imediatamente a tensão do homicídio no ar. Ela não entendia como podia senti-lo, mas podia. Era uma espécie de sexto sentido que ela, às vezes, desejava não ter. Ninguém mais com quem ela já tinha trabalhado parecia sentir o mesmo.

      De certa forma, ela percebeu, essas eram pessoas de sorte. Era uma bênção, mas também uma maldição.

      Atravessaram o estacionamento e foram para o centro de visitantes. Embora o outono ainda não tivesse totalmente dominado a Virginia ainda, ele estava se fazendo presente mais cedo. As folhas ao redor deles estavam começando a mudar, criando uma série de vermelhos, amarelos e dourados. Havia uma cabana de segurança atrás do centro e uma mulher com cara de tédio acenou mostrando ter notado a presença dos dois.

      O centro de visitantes era uma armadilha medíocre para turistas, na melhor das hipóteses. Algumas prateleiras de roupas exibiam camisetas e garrafas de água. Uma pequena prateleira no lado direito continha mapas da área e algumas publicações sobre dicas de pesca. No centro de tudo isso havia uma única mulher, com alguns anos além da aposentadoria, sorrindo para eles atrás de um balcão.

      "Vocês são do FBI, certo?" Perguntou a mulher.

      "É isso mesmo," disse Mackenzie.

      A mulher, sentada atrás do balcão, deu um aceno rápido e pegou o telefone fixo. Ela apertou um número que estava em um pedaço de papel ao lado do telefone. Enquanto esperava, Mackenzie virou-se e Bryers também.

      "Você disse que não falou diretamente com o Departamento Policial de Strasburg, certo?" Perguntou ela.

      Bryers sacudiu a cabeça.

      "Somos bem-vindos ou um obstáculo?"

      "Acho que vamos ter que ver isso."

      Mackenzie concordou quando voltaram para o balcão. A mulher tinha acabado de desligar o telefone e estava olhando para eles novamente.

      "O Xerife Clements estará aqui em cerca de dez minutos. Ele gostaria de encontrá-los no lado de fora da cabana.

      "Eles caminharam de volta para fora e se dirigiram para a cabana do vigia. Mais uma vez, Mackenzie encontrou-se quase hipnotizada pelas cores que floresciam nas árvores. Ela caminhou lentamente, absorvendo tudo.

      "Ei, White?" Disse Bryers. "Você está bem?"

      "Sim. Por que pergunta?”

      "Você está tremendo. Um pouco pálida. Como um agente experiente do FBI, meu palpite é que você está nervosa—muito nervosa.”

      "Ela apertou as mãos com força, ciente de que realmente havia um ligeiro tremor nas suas mãos. Sim, ela estava nervosa, mas ela esperava estar disfarçando isso. Aparentemente, ela estava fingindo muito mal.

      "Veja. Você está na coisa real agora. Pode ficar nervosa. Mas aprenda a lidar com isso. Não lute contra isso ou esconda esse sentimento. Eu sei que soa contra-intuitivo, mas você tem que confiar em mim."

      Ela concordou com a cabeça, sentindo-se um pouco sem graça.

      Eles continuaram sem dizer uma palavra, as cores selvagens das árvores ao redor deles parecendo pressioná-los. Mackenzie olhou para a frente para a cabine do guarda, olhando para a barra que pendia da cabine ao outro lado da estrada. Parecia brega , mas ela não pôde deixar de sentir que seu futuro estava esperando por ela do outro lado dessa barra e ela encontrou-se igualmente intimidada e ansiosa para atravessá-la.

      Em poucos segundos, os dois ouviram o barulho de um pequeno motor. Quase imediatamente depois disso, um carrinho de golfe apareceu, vindo ao redor da curva. Parecia estar indo em alta velocidade e o homem atrás do volante estava praticamente debruçado sobre ele, como se quisesse ir mais rápido.

      O carro acelerou para frente e Mackenzie conseguiu seu primeiro vislumbre de um homem que assumiu ser o Xerife Clements. Ele era um homem durão de quarenta e poucos anos. Ele tinha o olhar vítreo de um homem que tinha sentido a mão áspera da vida. Seu cabelo negro estava apenas começando a ficar grisalho nas têmporas e ele tinha um a sombra de barba ao redor do rosto que parecia sempre ter estado lá.

      Clements estacionou o carro, mal notando o guarda na cabana e caminhou para encontrar Mackenzie e Bryers.

      "Agentes White e Bryers," Mackenzie disse, oferecendo-lhe a mão.

      Clements pegou a mão dela e a apertou de forma passiva. Ele fez o mesmo com Bryers antes de voltar a sua atenção para a trilha pavimentada por onde tinha acabado de descer.

      "Sendo honesto," disse Clements, "embora eu certamente aprecie o interesse do FBI, eu não tenho tanta certeza de que precisamos de ajuda."

      "Bem, estamos aqui também para ver se nós podemos dar uma mão," disse Bryers, sendo o mais amigável possível.

      "Bem, então, pegamos o carro e vamos ver", disse Clements. Mackenzie estava tentando avaliá-los quando eles carregaram no carro. Sua principal preocupação desde o início era tentar determinar se Clements estava simplesmente sob um estresse imenso ou se ele era tão estúpido por natureza.

      Ela estava ao lado de Clements na frente do carrinho, enquanto Bryers se agarrou à parte de trás. Clements não disse uma única palavra. É verdade, parecia que ele estava fazendo um esforço para deixá-los saber que ele se sentiu incomodado por ter que rodar

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