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hora de agir.

      Rais cuidadosamente deslizou para o final da cama e colocou os pés descalços no azulejo frio. Já fazia algum tempo desde que usara as pernas, mas estava confiante de que seus músculos não haviam atrofiado a ponto de deixá-lo na mão.

      Ficou de pé com cuidado, em silêncio, e então seus joelhos se dobraram. Agarrou a beira da cama em busca de apoio e lançou um olhar para a porta. Ninguém veio; as vozes continuaram. Os dois homens não ouviram nada.

      Rais ficou trêmulo, ofegante e deu alguns passos silenciosos. Suas pernas estavam fracas, com certeza, mas ele sempre foi forte quando necessário, e precisava ser forte agora. Sua roupa de hospital fluiu ao redor dele, aberta na parte de trás. A roupa só o impediria, então ele a puxou, ficando descaradamente nu no quarto do hospital.

      A outra parte da caneta em seu punho, ele tomou uma posição logo atrás da porta aberta, e soltou um assobio baixo.

      Os dois homens ouviram, aparente pela repentina raspagem das pernas das cadeiras quando se levantaram de seus assentos. A silhueta de Luca encheu a porta enquanto ele olhava para o quarto escuro.

      —Mein Gott! Ele murmurou quando entrou apressadamente, notando a cama vazia.

      Francis seguiu com sua mão no coldre da arma.

      Assim que o guarda mais velho passou, Rais saltou para a frente. Enfiou o objeto na garganta de Luca e torceu, rasgando sua carótida. O sangue espirrou generosamente da ferida aberta, e parte dele espirrou na parede oposta.

      Ele soltou o objeto e correu para Francis, que estava lutando para sacar sua arma. Sacar, engatilhar e mirar – a reação do guarda mais velho foi lenta, custando-lhe vários segundos preciosos que ele simplesmente não tinha.

      Rais bateu em dois golpes, o primeiro para cima logo abaixo do umbigo, imediatamente seguido de um golpe para baixo no plexo solar. Um deles forçava a entrada de ar nos pulmões, enquanto o outro forçava o ar a sair, e o súbito e dissonante efeito que provocava em um corpo confuso era, em geral, visão embaçada e, às vezes, perda de consciência.

      Francis cambaleou, incapaz de respirar, e caiu de joelhos. Rais girou atrás dele e, com um movimento preciso, quebrou o pescoço do guarda.

      Luca agarrou sua garganta com as duas mãos enquanto sangrava, murmúrios e leves suspiros subindo em sua garganta. Rais observou e contou os onze segundos até o homem perder a consciência. Sem parar o fluxo sanguíneo, estaria morto em menos de um minuto.

      Ele rapidamente pegou as armas dos dois guardas e as colocou na cama. A próxima fase do seu plano não seria fácil; teria que se esgueirar pelo corredor, sem ser visto, até o armário de suprimentos onde haveria roupas de reposição. Não podia muito deixar o hospital no uniforme reconhecível de Francis, ou no agora ensanguentado uniforme de Luca.

      Ele ouviu uma voz masculina no corredor e congelou.

      Era o outro oficial, Elias. Tão cedo? A ansiedade subiu no peito de Rais. Então ele ouviu uma segunda voz – a enfermeira da noite, Elena. Aparentemente, Elias tinha pulado o intervalo do cigarro para conversar com a bela jovem enfermeira, e agora ambos estavam indo pelo corredor em direção ao seu quarto. Passariam por ele por um breve momento.

      Ele preferiria não ter que matar Elena. Mas se fosse uma escolha entre ele e ela, ela morreria.

      Rais pegou uma das armas da cama. Era uma Sig P220, toda preta, calibre .45. Pegou-a com a mão esquerda. O peso parecia agradável e familiar, como uma velha chama. Com a direita ele segurou a metade aberta das algemas. E então ele esperou.

      As vozes no corredor ficaram em silêncio.

      —Luca? Elias gritou.  Francis? O jovem oficial soltou a alça do coldre e segurou a pistola enquanto entrava no quarto escuro. Elena rastejou atrás dele.

      Os olhos de Elias se arregalaram de horror ao ver os dois homens mortos.

      Rais bateu o gancho da algema aberta na lateral do pescoço do jovem e depois puxou o braço para trás.

      O metal bateu em seu pulso, e as feridas em suas costas queimaram, mas ignorou a dor quando rasgou a garganta do jovem. Uma quantidade substancial de sangue respingou e correu pelo braço do assassino.

      Com a mão esquerda, ele pressionou a Sig contra a testa de Elena.

      –Não grite, disse ele rapidamente e em silêncio. Não chore. Fique em silêncio e viva. Faça um som e morra. Você entendeu?

      Um pequeno grito irrompeu dos lábios de Elena quando ela sufocou o soluço subindo. Ela assentiu, mesmo com lágrimas nos olhos. Mesmo quando Elias caiu para a frente, de cara no chão de azulejos.

      Ele a olhou de cima a baixo. Era delicada, mas suas roupas eram um pouco folgadas e o cós elástico.

      –Tire suas roupas, disse a ela.

      A boca de Elena se abriu em horror.

      Rais zombou. Ele podia entender a confusão, no entanto; afinal, ele ainda estava nu. Eu não sou esse tipo de monstro, ele assegurou. Eu preciso de roupas. Eu não vou perguntar de novo.

      Tremendo, a jovem tirou a blusa e tirou as calças, tirando-as sobre os tênis brancos, enquanto estava na poça do sangue de Elias.

      Rais pegou-as e vestiu-as um pouco desajeitadamente com uma mão enquanto mantinha o Sig na garota. As roupas estavam justas e as calças um pouco curtas, mas seriam boas o bastante. Enfiou a pistola na parte de trás da calça e pegou a outra da cama.

      Elena estava de calcinha, abraçando os braços sobre a barriga. Rais notou; ele pegou seu vestido de hospital e estendeu a mão para ela. Cubra-se. Então suba na cama. Quando ela fez o que ele pediu, ele encontrou chaves no cinto de Luca e destrancou a outra algema. Então ele enrolou a corrente em torno de uma das grades de aço e algemou as mãos de Elena.

      Ele colocou as chaves na extremidade da mesa de cabeceira, fora de seu alcance.

      –Alguém virá e libertará você depois que eu for embora, disse a ela. Mas primeiro tenho perguntas. Eu preciso que você seja honesta, porque se você não for, eu voltarei e te matarei. Entendeu?

      Ela assentiu freneticamente, as lágrimas rolando sobre suas bochechas.

      —Quantos outros enfermeiros estão nesta unidade hoje à noite?

      –P-por favor, não os machuque, ela gaguejou.

      –Elena. Quantos outros enfermeiros estão nesta unidade hoje à noite? Repetiu ele.

      —D-dois… Ela fungou. Thomas e Mia. Mas Tom está no intervalo. Estaria lá embaixo.

      –Ok. O crachá preso ao peito era do tamanho de um cartão de crédito. Tinha uma pequena foto de Elena, e no verso, uma faixa preta.

      –Esta unidade fica trancada à noite? Seu distintivo é a chave?

      Ela assentiu e fungou novamente.

      —Bom. Ele enfiou a segunda arma no cós da calça e se ajoelhou ao lado do corpo de Elias. Então tirou os dois sapatos e mexeu os pés neles. Estavam um pouco apertados, mas eram bons o suficiente para fugir.

      –Uma última pergunta. Você sabe o que Francis dirige? O guarda noturno? Ele gesticulou para o homem morto com o uniforme branco.

      –Eu não tenho certeza. Um… um caminhão, eu acho.

      Rais procurou nos bolsos de Francis e saiu com um molho de chaves. Havia uma chave eletrônica; isso ajudaria a localizar o veículo.

      –Obrigado por sua honestidade, disse a ela. Então ele rasgou uma tira da borda do lençol e enfiou na boca dela.

      O corredor estava vazio e bem iluminado. Rais segurou a Sig pelo cabo, mas manteve-a escondida atrás das costas enquanto se arrastava pelo corredor. O lugar abria-se para um andar mais amplo com uma estação de enfermeiros em forma de U e, além disso, havia a saída da unidade. Uma mulher

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