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quando se voltou para olhar para o Lido.

      “Vem cá.”

      Lido moveu-se até ficar à frente do pai.

      O Pierre amarrou a corda com firmeza em volta da cintura do Lido. O nó era forte.

      Balançando-se no assento, o Pierre disse, “Entra na água.”

      Os olhos do Lido esbugalharam-se. “Mas, papa…!”

      O Pierre deu uma bofetada ao rapaz. “Entra na água!”

      Com o lábio a sangrar, o aterrorizado Lido saltou do barco. A água chegava-lhe aos ombros. As mãos agarraram no lado do barco com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos.

      O Pierre disse, “Agora, afasta-te um pouco. Eu puxo-te antes do jacaré te apanhar.”

      O terror do rapaz quase que o congelou no lugar. Por fim largou a borda do barco e começou a afastar-se. Quando estava a cerca de vinte metros de distância, o pai chamou-o.

      “Está bem aí, garçon…fica aí.”

      Lido parou. Os olhos arregalados com o terror, olhavam para todo o lado. Ele não confiava no pai para o puxar a tempo e horas, mas sentia que não tinha escolha. Tinha medo de acabar como a mãe, cortado aos bocados e atirado a jacarés esfomeados.

      Passados uns minutos, o Lido ainda não tinha visto nenhuns jacarés. Relaxou … um bocado.

      O Lido deitou um olhar ao pai, sentado no barco e a balançar. Ele nem ouviu nem viu o jacaré de seis metros que tinha estado estendido num monte de ervas a deslizar para a água. O jacaré nadava descontraidamente em direção ao Lido.

      ***

      NÓS OS QUATRO ENTRÁMOS amontoados no carro patrulha. Sentei-me à frente com o polícia. O Sam sentou-se atrás com o Manny.

      O Manny continuava a reclamar.

      “Olha, Mickey, eu sei que tivemos os nossos problemas, mas protesto veementemente em ser arrastado convosco sem roupa!”

      “Tens aí um cobertor muito janota… Aposto em como as senhoras hão-de ficar impressionadas.”

      “Ah, pois, diz piadas, Mickey! Não ias ter vontade de gracejar se fosses tu no cobertor!” Ele parou com um sorriso travesso espalhado no rosto. “Já alguma vez estiveste entre os cobertores, Michelle?” perguntou, usando o meu nome próprio.

      “Mais uma gracinha, Manny, e atiro-te para fora do carro!”

      “Pois, e também não foste tu que levaste o tiro!” Retorquiu o Manny, quando a janela de trás explodiu.

      “ARRANCA!” gritei para o patrulha estupefacto. “AGORA!”

      Para seu crédito, o patrulha– Eric Limbird – arrancou como um morcego a fugir do inferno, luzes e sirene em ação. Quando me certifiquei que ninguém se tinha magoado, já estávamos a meio caminho do aeroporto.

      ***

      LIDO NÃO SOUBE QUE sexto sentido o fez olhar para trás. Não tinha ouvido nada que o fizesse voltar-se.

      O miúdo de oito anos urinou involuntariamente.

      Tentou gritar pelo pai, mas o Lido não conseguia emitir nenhum som. De cada vez que tentava gritar, a voz embargava-se-lhe na garganta. O pânico crescia agora exponencialmente. Quando o jacaré ficou a seis metros de distância, o Lido deu um suspiro profundo e finalmente conseguiu gritar, “PAPA! PAPA!”

      O Pierre virou-se, viu a jacaré a aproximar-se do filho e começou a puxar a corda para o barco. Mão a mão, parecia que o homem só conseguia manter o miúdo a uns centímetros do jacaré.

      Agora que o Lido tinha reencontrado a voz, não conseguia parar de gritar em horror.

      Destemido, o réptil continuou com o seu nado constante em direção ao menino.

      Finalmente, o Pierre deu um enorme puxão à corda e puxou o menino um bom metro mais. Deu mais um puxão e o Lido estava a arrastar-se para o lado do barco.

      O Pierre pegou na caçadeira e acertou no jacaré entre os olhos.

      Lido enchia os pulmões com a respiração aterrorizada.

      O Pierre sorriu para o rapaz. “Estás a ver, garçon? Nada para te preocupares!”

      Lido olhou para o pai com o ódio a crescer, e soube ali que, um dia, ia matar este homem.

      ***

      ENQUANTO O PATRULHA Limbird conduzia o carro rapidamente através do tráfego, eu avisava a polícia do Aeroporto pelo rádio, explicando o que precisávamos deles. Informaram-me qual o portão que o jato privado iria usar e avisaram-me que o avião estava para aterrar nos próximos vinte minutos.

      Isso dava-nos tempo suficiente para encontrar o portão.

      O Sam sentava-se muito direito no banco de trás.

      Manny continuava agachado no chão do carro. “Oh, meu Deus, quem é que está a tentar matar-me? Porque é que eles me querem matar? Que raio é que se está a passar?”

      O Sam disse, “Manny, cala a boca. Tenho a sensação de que quem está a disparar quer-nos matar aos três.”

      O Manny ficou em silencio por um momento. “Achas?” Ele olhou para o Sam, e pôs-se de joelhos para olhar para mim. “O que é que vocês sabem? Despejem, gente!”

      Olhei para o Manny por cima do ombro. “Mais tarde, Manny. Mais tarde, OK?” Olhei para Limbird. “Está tudo bem, Limbird?”

      Limbird sorriu. “Oh, sim. Isto foi, até agora, o mais divertido que tive durante um plantão!”

      Abanei a cabeça sem acreditar. Aparentemente o jovem patrulheiro não tinha sido suficientemente alvejado durante a vida.

      Olhei lá para fora. Estávamos a entrar no terminal principal. O Limbird desligou as luzes e a sirene e disse, “O que é que eu ponho no meu relatório, Tenente?”

      “Ponha o que aconteceu, e direcione quaisquer perguntas para mim ou para o Detetive Tanner.”

      “Sim, senhora.”

      Dois polícias do Aeroporto dirigiram-se ao carro patrulha e um deles abriu-me a porta. O outro abriu a porta para o Manny e o Sam.

      Saímos, agradeci a Limbird, e os polícias do Aeroporto escoltaram-nos para o portão do jato privado. Não houve segurança para atravessar, o que era uma boa coisa. O Manny teria dado um grande choque ao agente da TSA quando abrisse o cobertor para ser revistado.

      Ambos os agentes do Aeroporto estavam a postos à porta que conduzia ao portão. Tinha-lhes dado ordens para não deixarem entrar ninguém na sala de espera, até nós partirmos.

      Sam sentiu a minha preocupação. “O Joey sabe quem é que está por trás disto?”

      O Manny ouviu e disse imediatamente, “Joey? Estão a falar do Joey Justice? Onde é que esse idiota nos meteu agora?”

      Deitei ao Sam um olhar que dizia, “Tinhas que abrir essa boca?” O Sam parecia encabulado enquanto eu respondia o melhor que podia à pergunta do Manny. “Ainda não sabemos, Manny. Tudo o que sabemos é que ele nos chamou para a Justice Security. O Sam e eu tínhamos que te trazer. De início, só o Sam e eu íamos lá na sexta-feira, mas aparentemente tornou-se mais urgente depois da tua namorada ser assassinada. Foi quando nos disseram para te trazer.”

      Olhámos, quando

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