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só o que eu ouvi."

      "Bem, meu amigo, se você encontrou um relógio de Amos Birch eu guardaria, a sete chaves."

      "Por que isso?"

      "Essas coisas são muito procuradas. Amos Birch não fazia por hobby. Ele era um artesão de renome nacional. Seus relógios valem milhares de libras."

      7

      Enquanto Slim se sentava em uma mesa com o velho que havia se apresentado como Lester "mas me chame de Les" Coates, ele se viu constantemente pensando no relógio que tinha deixado casualmente em sua cama na hospedaria. Ele pode valer uma pequena fortuna, algo que, na ausência de qualquer trabalho, seria útil agora.

      "As histórias, são muitas," disse Les durante o chá que Slim achou frustrantemente fraco. "Ele literalmente estava aqui em um dia e sumiu no outro. Vão desde cair em uma mina em Bodmin Moor até um sequestro por um grupo terrorista internacional. Bastante fantasioso, pode-se dizer."

      "Ele morava perto daqui?"

      "Na fazenda Worth. Vá para o norte a partir da minha, e pegue a segunda entrada à esquerda. Ele tinha pessoas que trabalhavam na fazenda para ele, mas era uma operação mínima. As pessoas sempre alegaram que ele mantinha o lugar dando prejuízo graças a um incentivo fiscal."

      "Por seus relógios?"

      "Eventualmente. Ele começou como fazendeiro, assumiu a fazenda do pai, eu acredito. Então, quando o interesse em seu trabalho paralelo cresceu, ele deixou um de lado para expandir no outro."

      "Vocês eram amigos?"

      Les balançou a cabeça. "Vizinhos. Ninguém era mesmo amigo do velho Birch. Não era a pessoa mais sociável, mas ele era amigável o bastante se você passasse por ele na rua."

      "Família?"

      "Esposa e filha. Mary viveu alguns anos a mais do que ele, mas depois que ela se foi, Celia vendeu o lugar e se mudou. O novo casal lá são os Tinton. Pessoas legais, reservadas. Maggie é um pouco metida a chique, mas é legal."

      "Eles sabiam a história do lugar quando o compraram?"

      Les balançou a cabeça. "Eu não sei dizer. Eu nem sabia que Celia estava vendendo até as vans de mudança começarem a aparecer. Certamente não havia placas de venda até que a placa de "vendido" apareceu. Teria sido bom ver alguém daqui comprá-la, mas não se pode fazer nada quanto a essas coisas. Mas ninguém ficou triste ao saber que Celia ia embora. Já ia tarde."

      Slim franziu a testa com a mudança abrupta no tom de Les. Lembrou-lhe da reação que ele tinha recebido na primeira vez que mencionou Amos. "Por que diz isso?"

      Les suspirou. "A garota não era flor que se cheirasse. O velho Birch tinha dinheiro. Não faltava nada à garota. Corria por aí como se não fosse da conta de ninguém. Diziam todo tipo de coisa sobre ela."

      "Por exemplo?"

      Les parecia pesaroso, fazendo uma careta como se as palavras fossem uma fruta podre por dentro que ele não tivesse escolha a não ser engolir.

      "Ela gostava de homens, é o que diziam. De preferência casados. Mais do que algumas casas foram vendidas enquanto ela estava por aqui, famílias que se separaram. Ela tinha apenas dezenove anos quando Amos desapareceu, e havia muitos que disseram que ele não aguentava mais."

      "Você acha que ela o matou?"

      Les bateu na mesa com força suficiente para fazer Slim dar um pulo, em seguida, soltou uma risada alta. "Pelo amor de Deus, não. Acha que ela sairia impune? A menina tinha suas habilidades, mas não era lá muito esperta."

      Slim queria perguntar se Les sabia o novo endereço de Celia, mas o velho estava franzindo a testa enquanto olhava para o nada. Slim olhou ao redor, procurando sinais da presença de uma mulher e não encontrou nenhum. Ele se perguntou se as histórias do estilo de vida decadente de Celia Birch vinham de mais do que apenas boatos.

      "Obrigado por seu tempo," disse ele, levantando-se. "Eu vou deixar você aproveitar seu dia."

      Les levou Slim até a porta. "Volte quando quiser," disse ele. "Mas se quer meu conselho? Não remexa muito esse assunto."

      "Como assim?"

      "As portas por aqui estão sempre abertas para um estranho. Mas se você se intrometer muito no que se passa atrás delas, eles tendem a se fechar."

      8

      Slim almoçou ao lado de uma escadaria com vista para a distante baeta verde de Bodmin Moor. Pegadas na lama macia no canto do gramado indicavam que a rota era popular, mas ele ainda não tinha visto nenhum outro transeunte.

      Ele se sentiu um pouco desconfortável ao bater na porta da fazenda Worth, mas a trilha que descia para o vale contornava a parte de trás do quintal antes de cortar um riacho e seguir para a charneca, então Slim podia olhar através da sebe enquanto passava.

      Uma casa de fazenda dava para um pátio de concreto cercado por construções externas: dois grandes celeiros de animais, um de maquinário e dois outros cujos usos Slim só podia imaginar; produção de grãos ou laticínios, talvez. Na parte de trás do pátio principal, um caminho de cascalho levava a um aglomerado de banheiros externos que pareciam ser de uso pessoal. Slim apertou os olhos através da cerca, perguntando-se se a maior construção - um galpão de tijolos com duas janelas de cada lado de uma porta e uma pequena chaminé projetando-se do telhado - tinha sido, um dia, a oficina de Amos Birch.

      Com um instinto para possíveis pistas desenvolvido ao longo de oito anos como investigador particular, Slim puxou sua câmera digital e tirou algumas fotos do quintal. Ele o colocou de volta no bolso apenas um momento antes que a voz de uma mulher o chamasse.

      "Sabe, você pode ficar preso aí."

      Slim tremeu, e se virou. Ele deslizou para fora da sebe, aterrissando em um monte na lama ao fundo. Quando ele se virou, fazendo uma careta por causa da mancha marrom que ia de seu tornozelo até a metade da coxa, ele se viu cara a cara com uma senhora idosa vestida com um traje tweed de caminhada. Ela se apoiava em uma bengala e olhava para ele, com os olhos semicerrados através dos óculos pendurados no nariz.

      Slim ficou de pé e limpou a lama de suas roupas tanto quanto pôde. A mulher continuou a observá-lo, franzindo a testa cada vez mais, a cabeça inclinada para o lado como um artista examinando uma obra de arte de um rival.

      "Você avistou alguma coisa de interesse de onde estava?"

      "O quê?"

      "Do seu lugar naquele matagal." Ela acenou com sua bengala em direção à charneca. "Você sabe, a maioria das pessoas neste caminho olham para o lado de lá, para aqueles rochedos espetaculares. Estava me perguntando o que você poderia achar tão interessante em algumas construções de fazenda escondidas atrás de uma cerca viva podada de tal forma que alguém com um mínimo de inteligência entenderia como uma tentativa de ter privacidade.

      O tom da mulher mudou de interesse geral para um beirando a raiva. Slim estava se cansando de seus ares e graças, mas de repente percebeu com quem ele estava falando.

      "Sra. Tinton? Você é dona da fazenda Worth, não é?"

      A mulher assentiu com firmeza. "Esperto você, hein? Eu sou, de fato. E vou te dizer uma coisa: Não me importa quem morava aqui. Estou farta de vocês, caçadores de tesouros, bisbilhotando. Há anos venho dizendo a Trevor que construir uma cerca elétrica é a única solução, mas ele sempre acha que cada bisbilhoteiro que pegamos espionando nossa propriedade será o último. Honestamente, às vezes ele é bonzinho demais para o seu próprio bem."

      "Sinto muito."

      "Deve

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