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      Editado por Harlequin Ibérica.

      Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

      Núñez de Balboa, 56

      28001 Madrid

      © 2019 Caitlin Crews

      © 2021 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

      Escândalo na realeza, n.º 111 - março 2021

      Título original: His Two Royal Secrets

      Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd

      Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

      Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

      Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

      ® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

      ® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

      As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

      Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

      Todos os direitos estão reservados.

      I.S.B.N.: 978-84-1375-253-2

      Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

      Sumário

       Créditos

       Capítulo 1

       Capítulo 2

       Capítulo 3

       Capítulo 4

       Capítulo 5

       Capítulo 6

       Capítulo 7

       Capítulo 8

       Capítulo 9

       Capítulo 10

       Capítulo 11

       Capítulo 12

       Capítulo 13

       Se gostou deste livro…

      Capítulo 1

      «A única coisa que importa é a linha de sangue, a linhagem.»

      Era o que o pai intimidante do príncipe herdeiro Ares dizia ao filho quando tinha pouco mais de cinco anos.

      Com essa idade, Ares não sabia o que o pai queria dizer, não sabia a que se referia nem como podia afetá-lo. Com cinco anos, o que mais importava era as vezes que conseguia fugir da sua ama, que estava sempre a dizer-lhe que tinha de se comportar como um cavalheiro, para correr pelos terrenos do palácio. No entanto, tinha aprendido, dolorosamente, que não podia contrariar o pai.

      O rei tinha sempre razão. Se o rei se enganasse, alguém se enganava.

      Com dez anos, o príncipe Ares sabia muito bem a que o pai se referia e já estava farto de ouvir falar do seu sangue.

      Era apenas sangue. Ninguém se importava se esfolava os joelhos, mas era muito importante que ouvisse as conversas sobre o propósito desse sangue, sobre a sua dignidade e transcendência, quando era o mesmo sangue que brotava quando se magoava a fazer alguma coisa que não devia ter feito, coisas que, segundo a ama idosa, eram as responsáveis pelos seus cabelos brancos.

      – Tu não contas – dizia o pai, durante as reuniões periódicas que tinha com ele. – És apenas um elo na cadeia! Mais nada!

      O rei estava sempre a atirar copos de brande ou diferentes garrafas contra as paredes dos seus aposentos enquanto o mau feitio ia subindo de intensidade. Ares não gostava desses encontros, embora nunca ninguém lhe perguntasse.

      Além disso, tinham-no ensinado a não se mexer quando o pai gritava. Tinha de se sentar muito direito, olhar para outro lado e não se alterar. Com dez anos, isso parecia-lhe uma tortura.

      – Gosta de alvos em movimento – avisava a mãe, num tom trémulo e com olhos amáveis. – Tens de aprender a manter a posição perfeita e a não transmitir os teus sentimentos, nem com um piscar de olhos.

      – O que aconteceria se eu atirasse alguma coisa contra a parede?

      – Não o faças, Ares. – A rainha sorria sempre com tristeza. – Por favor.

      Começara a vê-lo como um jogo. Fingia que era uma estátua como a que fariam algum dia para ser incluída no Museu Real que havia na sala principal do palácio do norte desde que as ilhas que formavam o reino de Atilia tinham surgido do mar ou, pelo menos, era o que a história dizia.

      – A nossa linhagem usa a coroa de Atilia há séculos! – gritava o pai, enquanto ele pensava que tinha de ser de pedra. – Agora, descansa plenamente nas tuas mãos, num adoentado que não consigo acreditar que tenha saído das minhas… entranhas.

      Ares repetia-se que tinha de continuar a ser de pedra enquanto olhava pela janela.

      Quando se tornou adolescente, já aperfeiçoara a arte de ficar imóvel na presença do pai. Aperfeiçoara-a, mas também a complicara, visto que cada dia estava mais certo de que não podia ter nenhuma gota do mesmo sangue que o rei idoso. Odiava-o tanto que não podiam ser familiares.

      – Não podes dizer isso em voz alta – pedia a mãe, num tom cansado e com um olhar sério. – Não podes permitir que alguém da corte duvide da sua paternidade, Ares. Promete-me.

      Naturalmente, prometera, teria prometido tudo à mãe.

      No entanto, havia vezes em que o príncipe herdeiro não estava de humor para brincar às estátuas, algumas vezes preferia olhar para o pai com toda a insolência que conseguia reunir, desafiá-lo em silêncio para que atirasse alguma coisa contra ele e não contra as paredes do palácio, como o rei idoso e cada vez mais doente costumava fazer.

      – És uma desilusão! – bramava o rei, cada vez que se viam, ainda que, felizmente, ele estivesse em internatos da Europa e isso só acontecesse algumas vezes por ano. – O que fiz para ser amaldiçoado com um herdeiro tão fraco e insolente?

      Isso, naturalmente, estimulava-o para que cumprisse as piores expectativas do pai. Desfrutava disso temerária e desaforadamente.

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