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cobram taxas para transferir e manter dinheiro. Uma economia e sociedade baseadas na blockchain tem o potencial de ser significativamente mais eficiente. Como efeito colateral, o mesmo nível de confiança social poderia ser mantido com uma diminuição significativa da quantidade de trabalho necessária

Segurança & Privacidade

      Então, a blockchain tem o potencial de verificar relações, contratos e transações mais eficientemente que instituições de grande porte. Mas a eficiência é inútil se o sistema também não for altamente seguro. Embora a tecnologia ponto-a-ponto exista desde a criação da internet, essas redes não eram seguras da forma que esperamos que instituições financeiras e governos sejam. Um banco tradicional protege a privacidade limitando o acesso à informação para apenas as partes envolvidas. Livros-razão bancários são documentos internos, e quando você abre seu histórico de transações, você só pode ver as transações em que você estiver envolvido. Esse papel de terceiro confiável, mantendo um livro-razão não público, é o papel principal de um banco. Tornar o livro-razão público é o fundamento da segurança da blockchain, mas um livro-razão público significa que a privacidade está comprometida. Esse era um dos problemas fundamentais para transações ponto-a-ponto antes de 2008. Ninguém conseguia descobrir como garantir privacidade usando um livro-razão aberto ao público. Os benefícios de um livro-razão público eram enormes para velocidade, custo e confiabilidade. Porém, os consumidores provavelmente não adotariam um sistema que permitira que suas transações fossem rastreadas.

Criptografia

      A primeira camada de segurança e proteção de privacidade na blockchain é a criptografia. A informação sobre transações é armazenada em um mesmo amontoado. Isso inclui ID de transação, tempo, quantia, endereço do destinatário e endereço do remetente. A informação da transação é então passada por uma função de criptografia hash antes de ser adicionada ao livro-razão. Quando a informação da transação é criptografada, ela fica dessa forma (exemplo de uma transação de Bitcoin de 20 de outubro de 2017):

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      Uma função criptográfica hash encurta e padroniza o número de caracteres em uma descrição de transação, significando que mais transações podem ser enviadas pela rede a qualquer momento. Somente olhando para uma lista de transação, é impossível saber qualquer coisa sobre o destinatário, o remetente e a quantia. Porém, como os padrões de encriptação do Bitcoin são disponíveis publicamente, ainda é possível decriptar a transação e descobrir mais detalhes, incluindo a chave pública do destinatário e do remetente e a quantia enviada.

      Novos competidores da Bitcoin usam diferentes tipos de criptografia para ofuscar ainda mais as informações da transação, tornando impossível descobrir qualquer coisa sobre a transação após ela ser adicionada ao livro-razão.

      Discutiremos encriptação e hashing em maior profundidade em um futuro capítulo.

Livro-Razão Distribuído = Difícil De Modificar

      O livro-razão distribuído, um dos maiores desafios para a privacidade, é também a chave da segurança da blockchain. Um livro-razão tradicional mantido por um banco é protegido por várias camadas de segurança para impedir modificações não autorizadas. Porém, se um invasor consegue ter acesso ao livro-razão, ele poderia fazer mudanças instantaneamente. Livros-razão de um só dono também são sujeitos a transações fraudulentas. Se um ladrão de identidade ou vendedor malicioso enviasse ao banco uma requisição de transação em seu nome, é possível que a transação fosse aprovada sem seu conhecimento. Havendo somente um dono do livro-razão significa que os bancos devem gastar bastante energia e dinheiro mediando reclamações e agindo em casos de fraude. O livro-razão distribuído muda esses problemas. Como existem milhares de cópias independentes nos computadores individuais da rede, assim que a transação for adicionada ao livro-razão, é quase impossível mudar isso (discutiremos as razões técnicas disso em um capítulo mais a frente).

Anonimato & Chaves Privadas

      Como a tecnologia blockchain usa um livro-razão distribuído, todo mundo tem uma cópia de todas as transações que ocorrem na rede. O livro-razão precisa ser público para funcionar. Porém, sem as devidas medidas de segurança, qualquer um no mundo pode ver o que você comprou e de quem. Implementações da blockchain resolvem esse problema de segurança de formas diferentes, mas a maioria depende de um sistema que desconecta suas informações pessoais de sua conta. Por exemplo, carteiras Bitcoins são anônimas, e você pode ter mais do que uma. A única coisa necessária para acessar sua conta é uma chave privada que só você conhece. Embora qualquer um possa ver o endereço da sua carteira privada, eles não saberão nada sobre quem é o dono da carteira. No artigo original do Bitcoin, é sugerido que você crie uma nova carteira para cada transação que você faça na rede Bitcoin para manter o anonimato. Outras criptomoedas, como a Monera, esperam aumentar o nível de privacidade para transações blockchain. Monera usa endereços stealth (discretos), separa IDs de usuários de montantes de transação e ofusca rastros de transação para garantir a privacidade (veja o capítulo sobre a Monero para maiores informações). O resultado é uma criptomoeda totalmente não-rastreável que ainda é sustentada por um livro-razão distribuído e público.

Imaginando Um Futuro Blockchain

      Até agora, abordamos os básicos de porque a blockchain foi inventada, o que ela faz, e uma visão geral dos métodos usados pela blockchain. Estamos apenas na superfície, porém, e entraremos nos detalhes técnicos das implementações da blockchain no próximo capítulo. Primeiro, porém, vamos dar uma olhada nos potenciais usos da tecnologia blockchain. É importante entender que a tecnologia blockchain é muito maior do que apenas Bitcoin. Mesmo se o Bitcoin morrer amanhã, a tecnologia blockchain ainda será viável em muitas indústrias. Com novos desenvolvimentos em conexão ponto-a-ponto, programação blockchain e novas formas de criptografia, a tendência por confiança distribuída continuará, devido aos óbvios benefícios em termos de rapidez, custo e segurança. Embora possa não ser o Bitcoin ou o Ethereum que movam o futuro da blockchain, você pode ter certeza que as tecnologias por trás da blockchain serão implementadas durantes as próximas décadas. O efeito geral será a existência de contratos eficientes, transações mais rápidas e menores custos para operadores. A blockchain também tem o potencial de mudar a forma como fazemos compras, viajamos, elegemos líderes, trabalhamos e vivemos.

Finanças

      As aplicações financeiras da blockchain recebem a maior atenção da mídia e são normalmente as primeiras plataformas baseadas na blockchain que os consumidores ouvem falar. Muito provavelmente a primeira vez que você ouviu falar “blockchain” foi em uma discussão sobre Bitcoin. Isso tem dois motivos. Primeiro, a blockchain usa livros-razão, e estes são mais presentes no mundo financeiro. A tecnologia é perfeita para aplicações financeiras. Segundo, a primeira aplicação bem sucedida da blockchain, o Bitcoin, foi projetada desde o início para ser uma moeda. Um futuro financeiro baseado na blockchain tem uma aparência radicalmente diferente da do sistema bancário atual. O uso de dinheiro vivo já está em queda, e é muito provável que os países ocidentais façam a transição para sistemas bancários totalmente eletrônicos no futuro próximo. No futuro blockchain, todas as transações poderiam ser pagas de sua carteira de criptomoedas. A existência de tecnologias novas e altamente ampliáveis significa que a sua transação poderia ser processada e verificada em segundos. Vendedores não teriam de pagar pelo processamento de pagamentos, e comprar algo provavelmente seria tão simples quanto autorizar a transação usando seu celular ou outro dispositivo conectado. Embora um futuro sem dinheiro em espécie pareça provável, não está claro quem irá controlar a moeda digital. Se moedas descentralizadas como o Bitcoin ou grandes bancos irão ganhar no fim é algo ainda incerto. Os bancos já estão considerando formas de inserir a tecnologia blockchain em suas práticas atuais em uma tentativa de manter o papel de intermediário confiável em transações

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