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ainda está no local e nenhum trabalho de sangue foi feito ainda. Mas a teoria inicial é uma overdose de insulina. Uma agulha foi encontrada perto do corpo. Ela era diabética.”

      “Você pode morrer de uma overdose de insulina?”, Trembley perguntou.

      “Claro, se não for tratada”, disse Hernandez enquanto caminhavam por um longo corredor da casa principal em direção à porta dos fundos. “E parece que ela esteve sozinha na casa da piscina por horas.”

      “Parece que estamos lidando com muitos incidentes relacionados a agulhas ultimamente, detetive Hernandez”, observou Jessie. “Você sabe, eu gostaria de lidar com algum tiroteio de vez em quando.”

      “Coincidência pura, asseguro-lhe”, respondeu ele, sorrindo.

      Eles saíram e Jessie percebeu que a enorme casa escondia um quintal nos fundos ainda maior. Uma enorme piscina ocupava metade do espaço. Depois da piscina, ficavaa casa da piscina. Hernandez foi para lá e os outros dois seguiram.

      “O que faz você suspeitar que não foi apenas um acidente?”, Jessie perguntou a ele.

      “Ainda não tirei nenhuma conclusão”, respondeu ele. “O médico poderá nos contar mais pela manhã. Mas a Sra. Missinger teve diabetes toda sua vida e, de acordo com o marido, ela nunca tinha sofrido um acidente como esse antes. Parece que ela sabia como cuidar de si mesma.”

      “Você já falou com ele?”, Jessie perguntou.

      “Não”, respondeu Hernandez. “Um policial recebeu sua declaração inicial. Ele está atualmente recebendo cuidados na sala de café da manhã. Conversaremos com ele depois que eu te mostrar a cena.”

      “O que sabemos sobre ele?”, Jessie perguntou.

      Michael Missinger, trinta e sete anos de idade. Herdeiro da fortuna da Petrolífera Missinger. Ele vendeu seu quinhão há sete anos e criou um fundo multimercado de cobertura que investe exclusivamente em tecnologias amigas do ambiente. Ele trabalha no centro da cidade, em uma cobertura de um desses prédios que você tem que esticar o pescoço para ver o topo.”

      “Algum antecedente?”, Trembley perguntou.

      “Você está de brincadeira?”, Hernandez zombou. “No papel, esse cara é tão santo quanto o Papa. Nenhum escândalo pessoal. Sem problemas financeiros. Nem mesmo uma multa de trânsito. Se ele tem segredos, eles estão bem escondidos.”

      Eles chegaram à casa da piscina. Um policial uniformizado puxou a fita de isolamento para que eles pudessem entrar. Jessie seguiu Hernandez, que assumiu a liderança. Trembley acompanhou na retaguarda.

      Quando Jessie entrou, tentou limpar a cabeça de todo pensamento estranho. Este era seu primeiro caso de assassinato em potencial e ela não queria distrações que a tirassem do trabalho. Ela queria se concentrar exclusivamente naquele entorno.

      A casa da piscina estava toda decorada com glamour do velho mundo. Parecia com as cabanas que Jessie imaginava que as estrelas de cinema da década de 1920 usavam quando visitavam a praia. O longo sofá na parte de trás da sala principal tinha uma estrutura de madeira, mas tinha almofadas luxuosas que pareciam extremamente confortáveis para um cochilo.

      A mesa de café parecia ter sido feita à mão a partir de madeira recuperada. Alguma dessa madeira parecia ser de antigas seções de cascos de barcos. A arte nas paredes parecia ser de origem Polinésia. No canto mais distante da sala havia uma mesa de sinuca. A TV de tela plana estava escondida atrás de uma cortina bege espessa e sedosa que Jessie suspeitava que poderia custar mais do que seu Mini Cooper estacionado na frente. Não havia sinal de que algo desagradável tivesse acontecido aqui.

      “Onde está o recanto escondido?”, ela perguntou.

      Hernandez conduziu-os além do bar que corria ao longo da parede próxima. Jessie viu mais fita policial na frente do que parecia ser um closet para panos e toalhas. Hernandez retirou-a e abriu a porta do closet com uma mão enluvada. Então ele entrou e parecia que havia sumido.

      Jessie seguiu e viu que o closet, de fato, tinha prateleiras com toalhas e alguns produtos de limpeza. Mas quando se aproximou, viu uma abertura estreita à direita entre a porta e as prateleiras. Parecia haver uma porta de correr feita de madeira que deslizava para dentro da parede.

      Jessie colocou um par de luvas e a deslizou, fechando a tal porta. Para um olho sem discernimento, aquilo parecia apenas outro painel na parede. Ela a abriu de novo deslizando e entrou na pequena sala onde Hernandez estava esperando.

      Não havia muito lá - apenas um pequeno sofá e uma pequena mesa de madeira ao lado. No chão havia uma lâmpada que aparentemente fora derrubada. Alguns cacos tinham quebrado e se acomodado no carpete branco e macio.

      Victoria Missinger estava desmoronada no sofá em uma pose relaxada que poderia ser facilmente confundida com estar dormindo. E uma agulha estava na almofada ao lado dela.

      Mesmo morta, Victoria Missinger era uma mulher bonita. Era difícil avaliar sua altura, mas ela era elegante, com a aparência de uma mulher que se encontrava regularmente com seu treinador. Jessie fez uma nota mental para investigar mais sobre isso.

      Sua pele era sedosa e vibrante, mesmo quando o rigor mortis estava se instalando. Jessie só podia imaginar como era sua pele quando ela estava viva. Ela tinha longos cabelos loiros que cobriam parte do rosto, mas não o suficiente para obscurecer sua perfeita estrutura óssea.

      “Ela era bonita”, Trembley disse, sem qualquer empolgação.

      “Você acha que houve uma luta?”, Jessie perguntou a Hernandez, apontando com a cabeça para a lâmpada quebrada no carpete.

      “É difícil ter certeza. Ela poderia ter apenas esbarrado tentando se levantar. Ou pode significar que houve algum tipo de briga.”

      “Eu sinto que você tem uma opinião, mas está se segurando”, Jessie pressionou.

      “Bem, como eu disse, detesto tirar conclusões cedo demais. Mas achei isso um pouco estranho”, disse ele, apontando para o carpete.

      “O que?”, ela perguntou, incapaz de discernir qualquer coisa notável além de quão grosso o carpete era.

      “Vocês vêem como os nossos passos fazem marcas fundas nesse carpete?”

      Jessie e o detetive Trembley assentiram.

      “Quando chegamos pela primeira vez depois que o cachorro a encontrou, não havia pegadas.”

      “Nem mesmo dela?”, Jessie perguntou, começando a entender.

      “Não”, respondeu Hernandez.

      “O que isso significa?”, Trembley perguntou, não entendendo ainda.

      Hernandez o esclareceu.

      “Isso significa que ou o luxuoso carpete aqui tem capacidades únicas de voltar à forma ou alguém o aspirou depois do fato, com o intuito de esconder a existência de pegadas além das de Victoria.”

      “Isso é interessante”, disse Jessie, impressionada com a atenção do detetive Hernandez aos detalhes. Ela se orgulhava de ler as pessoas, mas nunca teria percebido uma pista física como essa. Lembrou-se de que aquele era o homem que ajudara a pegar Bolton Crutchfield e que ela não deveria subestimar suas habilidades. Ela poderia aprender muito com ele.

      “Você achou algum aspirador?”, Trembley perguntou.

      “Não aqui”, disse Hernandez. “Mas os caras estão verificando a casa principal.”

      “É difícil imaginar que qualquer um dos Missingers tenha feito um monte de tarefas domésticas”, concluiu Jessie.”Eu me pergunto se eles sabem até mesmo onde o aspirador fica guardado. Eu suponho que eles têm uma empregada doméstica?”

      “Eles tem, realmente”, disse Hernandez. “O nome dela é Marisol Mendez. Infelizmente, ela está fora da cidade durante toda a semana, de férias em Palm Springs, aparentemente.”

      “Portanto,

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