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que você é uma policial?" Coy disse, parecendo subjugado.

      "Eu sou... Desaparecidos da polícia de LA".

      "Espero que a encontre. Kendra é uma ótima garota. O mundo é um lugar melhor por causa dela e merece ser feliz. Sempre torci por ela. Mas sabia que estava fora do meu alcance, então, nunca tive muita esperança. Se houver mais alguma coisa que eu possa fazer, é só dizer".

      "Detetive Locke", o sargento Covey interveio, "a menos que você tenha mais perguntas, ficarei feliz em averiguar o álibi dele. Sei que tem outras rotas de investigação que quer explorar. Além disso, precisamos preencher a papelada para processar o Sr. Brenner por violar a condicional. Ele mentiu em sua candidatura ao emprego sobre a sua situação e isso é um motivo para demissão".

      Keri viu a expressão de Brenner afundar ainda mais. Ele era realmente patético. E agora, estava desempregado, para completar. Ela tentou afastar o sentimento de que era parcialmente responsável por isso.

      "Eu agradeceria, sargento. Preciso mesmo voltar e parece que isso não vai dar em nada. Obrigada pela sua ajuda".

      Enquanto Covey e os policiais levavam Coy Brenner de volta ao armazém para ser interrogado, Keri entrou em seu carro e conferiu a mensagem que havia recebido mais cedo.

      Era de Brody. Ele dizia:

      JANTAR DE GALA AINDA DE PÉ. ÓTIMA CHANCE PARA INTERROGATÓRIOS. ENCONTRO VOCÊ LÁ. USE UMA ROUPA SEXY.

      Brody continuava a surpreendê-la com sua falta de noção e profissionalismo. Além de ser um sexista inveterado, ele não parecia entender que um evento de arrecadação de fundos cuja anfitriã estava desaparecida não era o lugar ideal para fazer seus amigos e colegas desnudarem a própria alma.

      Além disso, eu não tenho nada para vestir.

      É claro que essa não era a única razão. Se fosse honesta consigo mesma, Keri tinha que admitir que parte de seu medo era porque esse era exatamente o tipo de evento que ela frequentava na época em que era uma professora universitária respeitada, a esposa de um agente de talentos bem-sucedido, e a mãe de uma garotinha adorável. Ir para esse evento seria um lembrete brilhante, luminoso, doloroso de sua vida antes de perder Evie.

      Às vezes, ela odiava este trabalho.

      CAPÍTULO OITO

      Com o estômago revirando de ansiedade, Keri aguardava sentada na recepção do escritório de advocacia de Jackson Cave. Já fazia vinte minutos que ela estava esperando, tempo suficiente para refletir continuamente se havia tomado uma boa decisão.

      Durante o caminho de volta de San Pedro, ela vinha calculando quanto iria levar para chegar à casa-barco, colocar um vestido de festa e então voltar a Beverly Hills, para o evento da All Smiles. Mas enquanto se dirigia para o norte, viu os arranha-céus do centro de Los Angeles a distância e um impulso poderoso tomou conta dela. Keri se viu dirigindo até o escritório de Cave, sem nenhum tipo de plano no qual se apoiar.

      No caminho, havia ligado para Brody, para que pudessem repassar as informações que tinham até agora. Após tê-lo informado de que a pista de Coy Brenner não havia dado em nada, ele falou com ela sobre San Diego.

      "O álibi de Jeremy Burlingame confere. Ele ficou em cirurgia o dia todo ontem. Aparentemente, estava supervisionando alguns médicos na cidade, ensinando-os um novo procedimento de reconstrução facial".

      "Certo, ouça, o trânsito está horrível", Keri disse. Era parcialmente verdade, mas também uma desculpa para ela parar em Cave. "Então, se você chegar no jantar de gala antes de mim, por favor, só avalie o lugar. Não comece a interrogar as pessoas".

      "Está me dizendo como fazer meu trabalho, Locke?"

      "Não, Brody. Mas estou sugerindo que ir para um lugar assim como um touro numa loja de porcelanas pode ser contra-produtivo. Algumas dessas socialites provavelmente se abririam mais para outra mulher num vestido do que para um cara cujo relacionamento mais longo foi com seu carro".

      "Vá se danar, Locke. Vou falar com quem eu quiser", Brody retrucou, indignado. Mas ela podia ouvir no tom hesitante dele que tinha lhe deixado em dúvida.

      "Como quiser", Keri replicou. "Vejo-o lá".

      Agora, trinta minutos depois, ela ainda não tinha conseguido encontrar-se com Cave. Eram quase 17h30. Decidiu tirar vantagem do intervalo para dar uma olhada no lugar. Ela caminhou até a recepção.

      "Você sabe por mais quanto tempo o senhor Cave vai demorar?" ela perguntou à secretária, que meneou a cabeça, como quem pede desculpas. "Então, poderia me dizer onde fica o banheiro, por favor?"

      "No final do corredor, à esquerda".

      Keri se dirigiu até lá, seus olhos alertas para qualquer detalhe que pudesse lhe dar alguma vantagem. Bem em frente ao banheiro feminino, estava uma porta com uma placa de Saída. Ela a abriu e viu que ia dar no mesmo corredor que ela havia percorrido para chegar até a entrada principal da firma.

      Olhando ao redor e não vendo ninguém no corredor, ela pegou um lenço da bolsa e o enfiou no orifício da trava da porta, de modo que não pudesse travar automaticamente. Em seguida, entrou no banheiro por pouco tempo, para checar sua aparência.

      Quando voltou ao lobby, uma mulher bonita num terninho impecável estava esperando para levá-la ao escritório de Jackson Cave. Enquanto seguia a mulher, Keri tentou evitar que seu coração pulasse para fora do peito. Estava prestes a encontrar o homem que poderia ter a chave para obter informações cruciais sobre o paradeiro de Evie e ela não tinha nenhuma estratégia.

      A única vez que viu Jackson Cave foi na delegacia de uma pequena cidade nas montanhas. Ele havia vindo tentar libertar seu cliente sob fiança, Payton Penn, o irmão do senador da Califórnia, Stafford Penn. No fim das contas, Keri descobriu que Penn havia contratado Alan Pachanga para raptar sua sobrinha, Ashley. As coisas aconteceram a favor de Keri lá naquela cidadezinha, mas agora ela estava em território inimigo e podia sentir isso.

      Jackson Cave era conhecido na maior parte da cidade por sua reputação de representar grandes clientes corporativos. Mas, para a polícia, seu trabalho voluntário defendendo estupradores, pedófilos, e sequestradores de crianças era infame.

      Keri suspeitou imediatamente de um homem como esse. Uma coisa era defender um suspeito de assassinato que podia ser condenado à morte, ou algum cara desesperado que roubou um banco para sustentar sua família. Mas representar exclusivamente e com entusiasmo os piores perpetradores de violência sexual que a cidade tinha a oferecer, de graça, parecia-lhe uma escolha estranha.

      No entanto, Keri esperava tirar vantagem do trabalho dele. Ela sabia que Cave escondia o criptograma que podia revelar os dados no computador de Alan Pachanga. Se ela pudesse encontrá-la, isso poderia levá-la a informações de uma rede inteira de sequestradores de aluguel. Poderia até revelar algo sobre o homem que havia levado Evie, um homem que ela acreditava atender pelo nome de "Colecionador".

      Tudo naquele lugar era feito para intimidar. A firma em si consumia o 70º andar inteiro do prédio do US Bank, de 73 andares. Havia janelas que iam do chão ao teto em toda parte, com vista para a vastidão de Los Angeles. Obras de arte caras cobriam as paredes. Todos os móveis eram de couro e mogno.

      Elas finalmente chegaram a um escritório sem placa na porta, no final do corredor, e a mulher fez sinal para que Keri entrasse. Estava vazio. Keri foi direcionada até uma cadeira macia e cara na frente da mesa de Cave, que era imaculada.

      Deixada sozinha, a policial olhou em volta, tentando captar algo sobre o homem a partir de seu ambiente. Não havia fotos pessoais sobre a mesa, nem credenciais. Na parede, algumas fotos de Cave com pessoas influentes, como o prefeito, vários conselheiros municipais e algumas celebridades. Os diplomas de sua Universidade (USC) e Faculdade de Direito (Harvard) também estavam exibidos. Mas nada revelava muito sobre o homem e suas paixões.

      Antes que Keri pudesse avaliar a sala mais a fundo, Jackson Cave entrou. Ela se levantou

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