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Planeava passar por lá, apanhar Riley e levá-la a desfrutar de um magnífico jantar.

      April levantou-se.

      “Ei, é verdade!” Disse ela. “Anda mãe. Vamos até lá acima e eu ajudo-te a escolher a roupa.”

      *

      Mais tarde nessa noite, Riley estava sentada no pátio iluminado por velas do Blaine’s Grill, apreciando o tempo fantástico, a excelente comida e a adorável companhia. À sua frente, Blaine estava tão atraente como sempre. Era apenas um pouco mais novo do que Riley, em forma e aparentando já sinais de falta de cabelo de que não se orgulhava.

      Riley também o considerava uma agradável companhia para conversar. Enquanto comiam um delicioso prato de pasta com frango em alecrim, conversaram sobre acontecimentos atuais, memórias de tempos há muito passados e viagens.

      Riley estava encantada por a sua conversa nunca ter trazido à tona o seu trabalho na UAC. Nem estava com disposição para pensar nisso. Blaine parecia pressentir isso e manteve-se longe do assunto. Uma coisa que Riley gostava muito em Blaine era a sua sensibilidade aos seus humores.

      Na verdade, havia muito poucas coisas em Blaine de que Riley não gostava. É verdade que tinham tido uma discussão há pouco tempo. Blaine tentara provocar ciúmes em Riley com uma amiga e conseguira realizar o seu intento. Agora já se conseguiam rir da sua infantilidade.

      Talvez fosse do vinho, mas Riley sentia-se extremamente descontraída. Blaine era uma companhia confortável – recentemente divorciado como Riley e ansioso para prosseguir com a sua vida sem saber muito bem como.

      A sobremesa chegou finalmente – a favorita de Riley, cheesecake de framboesa. Sorriu ligeiramente ao recordar-se do telefonema que um dia April fizera a Blaine para lhe dar a conhecer algumas das suas coisas preferidas, incluindo cheesecake de framboesa e a sua música preferida – “One More Night” de Phil Collins.

      Ao desfutar o cheesecake, Riley falou dos seus miúdos, sobretudo de como Liam se estava a habituar a tudo.

      “A princípio estava um pouco preocupada,” Admitiu. “Mas ele é um miúdo espetacular e todas gostamos imenso de o ter lá em casa.”

      Riley parou de falar durante um momento. Parecia um luxo ter alguém com quem falar sobre as suas dúvidas e preocupações domésticas.

      “Blaine, não sei o que vou fazer com o Liam a longo prazo. Não o posso mandar de volta para aquele pai bêbedo e só Deus sabe o que é feito da mãe. Mas não vejo como é que o posso adotar legalmente. Acolher a Jilly tem sido complicado e ainda não é uma situação resolvida. Não sei se consigo passar por isso outra vez.”

      Blaine sorriu-lhe.

      “Encara as coisas um dia de cada vez,” Disse ele. “E faças o que fizeres, será sempre o melhor para ele.”

      Riley abanou a cabeça tristemente.

      “Quem me dera ter a certeza,” Disse ela.

      Blaine segurou na mão de Riley.

      “Bem, acredita no que te digo,” Disse ele. “O que já fizeste pelo Liam e pela Jilly é maravilhoso e generoso. Admiro-te muito por isso.”

      Riley sentiu um nó na garganta. Quantas vezes alguém lhe dizia coisas daquelas? Era muitas vezes elogiada no seu trabalho na UAC e até recebera uma Medalha de Perseverança recentemente. Mas não estava habituada a ser elogiada por coisas simples. Nem sabia como lidar com isso.

      Então Blaine disse, “És uma boa mulher, Riley Paige.”

      Riley sentiu lágrimas nos olhos. Riu-se nervosamenteao limpá-las.

      “Oh, vê só o que fizeste,” Disse ela. “Fizeste-me chorar.”

      Blaine encolheu os ombros e irradiou um sorriso delicado.

      “Desculpa. Só estou a tentar ser brutalmente honesto. Acho que às vezes a verdade dói.”

      Riram-se durante alguns momentos.

      Por fim, Riley disse, “Mas não te perguntei pela tua filha. Como tem passado a Crystal?”

      Blaine desviou o olhar com um sorriso agridoce.

      “A Crystal está ótima – boas notas, feliz e alegre. Agora está na praia com os primos e a minha irmã.”

      Blaine suspirou. “Só se passaram alguns dias, mas já estou cheio de saudades.”

      Riley ficou novamente à beira de chorar. Sempre soubera que Blaine era um pai extraordinário. Como seria ter uma relação mais permanente com ele?

      Calma, Disse a si própria. Não nos apressemos.

      Entretanto, já quse tinha terminado o seu cheesecake de framboesa.

      “Obrigada, Blaine,” Disse ela. “Foi uma noite maravilhosa.”

      Fitando-o mais intensamente, acrescentou, “Odeio vê-la terminar.”

      Olhando para ela com a mesma intensidade, Blaine apertou-lhe a mão.

      “Quem diz que tem que acabar?” Perguntou ele.

      Riley sorriu. Ela sabia que o seu sorrido era suficiente para responder à sua pergunta.

      No final de contas, porque é que a sua noite deveria terminar? O FBI estava a guardar a sua família e nenhum assassino exigia a sua atenção.

      Talvez tivesse chegado o momento de se divertir.

      CAPÍTULO CINCO

      George Tully não gostava do aspeto de um pedaço de terreno na estrada. Não sabia exatamente porquê.

      Não tens que te preocupar, Disse a si próprio. A luz da manhã estaria apenas a pregar-lhe partidas.

      Inspirou o ar fresco. Depois inclinou-se e apanhou uma mão cheia de terra solta. Como sempre, era macia e rica. Também cheirava bem, rica com nutrientes de antigas colheitas de milho.

      A boa terra do Iowa, Pensou enquanto pedaços dela lhe escapavam pelos dedos.

      A terra estava na família de George há muitos anos, por isso conhecera aquele magnífico solo toda a vida. Mas nunca se canasava dele e o seu orgulho em lavrar a terra mais rica do mundo nunca se esgotava.

      Olhou para os campos que se estendiam ao longo de uma imensa extensão. A terra fora lavrada há alguns dias. Estava pronta para receber os grãos de milho já pulverizados com insecticída.

      Adiara a plantação até àquele dia devido às condições meteorológicas. É claro que não havia forma de saber se uma geada surgiria mesmo naquela altura do ano, arruinado assim a colheita. Lembrava-se de uma nevasca em abril nos anos 70 que apanhara o pai de surpresa. Mas quando George sentiu uma brisa de ar quente e olhou para as nuvens altas que atravessavam o céu, sentiu confiança para avançar.

      Hoje é o dia, Pensou.

      Enquanto George ali permaneceu, o seu ajudante Duke Russo chegou a conduzir um trator que transportava um plantador de doze metros. O plantador plantaria dezasseis filas de seguida, com uma distância de trinta polegadas, um grão de cada vez, depositando o fertilizante em cima de cada um, cobriria a semente e prosseguiria.

      Os filhos de George, Roland e Jasper, estavam no campo à espera da chegada do trator e caminharam na sua direção. George sorriu para si próprio. Duke e os rapazes eram uma boa equipa. Não havia necessidade de George ficar para a sementeira. Acenou aos três homens, depois virou-se para regressar ao seu camião.

      Mas aquele pedaço estranho de terra junto à estrada chamou a sua atenção mais uma vez. O que estava errado ali? A semeadora tinha falhado aquele pedaço? Não compreendia como é que aquilo podia ter acontecido.

      Talvez uma marmota andasse por ali a escavar.

      Mas ao aproximar-se do local, pode ver que não fora

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