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Perdidas . Блейк Пирс
Читать онлайн.Название Perdidas
Год выпуска 0
isbn 9781640298347
Автор произведения Блейк Пирс
Серия Um Mistério de Riley Paige
Издательство Lukeman Literary Management Ltd
Riley não respondeu. Demorou um momento para Riley registar que as palavras de Roston eram a mais pura verdade. Para ela, Shane Hatcher já não era um aliado. Na verdade, era um perigoso inimigo. E tinha que ser parado antes que fizesse mal a algum ente querido de Riley.
Para tal, ele tinha que ser apanhado ou morto.
“Diga-me mais coisas,” Disse Riley.
Roston acomodou o queixo à mão e debruçou-se na direção de Riley.
“Vou dizer algumas coisas,” Disse ela. “Gostaria que ouvisse sem falar. Não negue nem concorde com aquilo que vou dizer. Limite-se a ouvir.”
Riley anuiu com algum desconforto.
“A sua relação com Shane Hatcher prosseguiu depois da fuga de Sing Sing. Na verdade, tornou-se mais intensa do que nunca. Comunicou com ele mais do que uma vez – várias vezes, tenho a certeza, pessoalmente de forma ocasional. Ele ajudou-a em casos oficiais e ajudou-a em situações mais pessoais. A sua relação com ele tornou-se – como é que se diz? Simbiótica.”
Riley teve que se conter bastante para não reagir ao que era dito.
É claro que era tudo verdade.
Roston prosseguiu, “Tenho a certeza que tinha conhecimento da sua presença na cabana. Na verdade, o mais provável é ter concordado. Mas a morte de Shirley Redding não foi um acidente. E não fazia parte do acordo. Hatcher está fora de controlo e não quer ter mais nada a ver com ele. Mas tem medo dele. Não sabe como cortar a ligação.”
Instalou-se um silêncio inquietante entre Riley e Roston. Riley interrogou-se como é que ela sabia tudo aquilo. Parecia estranho. Mas Riley não acreditava em telepatia.
Não, é só uma grande detetive, Pensou Riley.
Esta nova agente era extremamente esperta e os seus instintos e intuição pareciam ser tão fortes como os de Riley.
Mas o que é que Roston estava a tentar fazer agora? Estaria a montar uma armadilha, a tentar obrigar Riley a confessar tudo o que tinha sucedido entre ela e Hatcher?
O instinto de Riley dizia-lhe o contrário.
Mas atrever-se-ia a confiar nela?
Roston sorria enigmaticamente outra vez.
“Agente Paige, pensa que não sei como se sente? Pensa que não tenho os meus próprios segredos? Pensa que não agi erroneamente e fiz um pacto com quem não devia? Acredite em mim, sei exatamente com o que está a lidar. Arriscou e às vezes as regras têm que ser quebradas. Por isso quebrou-as. Não são muitos os agentes que têm essa coragem. Quero muito a sua ajuda.”
Riley estudou o rosto de Roston sem responder. Foi novamente atingida pela sinceridade da nova agente.
Riley detetou um sorriso soturno a formar-se nos cantos da sua boca. Parecia que algo obscuro se insinuava em Roston, tal como acontecia com Riley.
Roston disse, “Agente Paige, quando comecei a trabalhar no caso Hatcher, deu-me acesso a todos os ficheiros de computador relacionados com ele, exceto um denominado ‘PENSAMENTOS’. Estava listado no índice, mas não o consegui encontrar. Disse-me que o apagou. Disse que eram apenas algumas notas sem importância e escritos redundantes.”
Roston recostou-se na cadeira, parecendo relaxar um pouco.
Mas Riley estava tudo menos descontraída. Tinha eliminado o ficheiro denominado PENSAMENTOS de forma precipitada, um ficheiro que continha informação vital sobre as ligações financeiras de Hatcher – ligações que o permitiam manter-se em fuga ao mesmo tempo que detinha considerável poder.
Roston disse, “Tenho quase a certeza de que ainda tem esse ficheiro.”
Riley conteve um estremecimento de alarme. A verdade era que ela guardara o ficheiro numa pen. Muitas vezes pensara em simplesmente apagá-lo, mas não o conseguia fazer. A influência de Hatcher sobre ela fora poderoso. E talvez ela pensasse que poderia utilizar aquela informação algum dia.
Em vez de o apagar, mantivera-o por uma questão de indecisão.
Encontrava-se na mala de Riley naquele preciso momento.
“Tenho a certeza de que esse ficheiro é importante,” Disse Roston. “Na verdade, pode conter informação de que preciso para prender Hatcher de uma vez por todas. E ambas queremos que isso aconteça. Tenho a certeza.”
Riley engoliu em seco.
Não devo dizer nada, Pensou.
Mas será que tudo o que Roston dissera não fazia perfeito sentido?
Aquela pen podia muito bem ser a chave para libertar Riley das garras de Shane Hatcher.
A expressão de Roston suavizou-se mais.
“Agente Paige, vou fazer-lhe uma promessa solene. Se me facultar essa informação, ninguém jamais saberá que a reteve. Não direi a ninguém. Nunca.”
Riley sentiu a sua resistência a ruir.
O seu instinto dizia-lhe que podia confiar na sinceridade de Roston.
Pegou silenciosamente na sua mala, retirou a pen e entregou-a à agente mais nova. Os olhos de Roston dilataram-se ligeiramente, mas não proferiu uma palavra. Apenas assentiu e colocou a pen no bolso.
Riley sentiu uma necessidade desesperada de quebrar o silêncio.
“Quer discutir mais alguma coisa, Agente Roston?”
A agente deu uma risadinha.
“Trate-me por Jenn, por favor. Todos os meus amigos o fazem.”
Riley observou Roston a levantar-se.
“Se não se importar, não a tratarei de outra forma que não por Agente Paige. Pelo menos até se sentir confortável para que seja de outra forma. Mas por favor, trate-me por Jenn. Insisto.”
Roston saiu da sala, deixando Riley ali sentada num silêncio espantado.
*
Riley foi para o seu gabinete tratar de papelada. Quando não estava a trabalhar num caso, aguardava-a sempre toneladas de tédio burocrático e só desaparecia quando regressava ao terreno.
Era sempre desagradável, mas naquele dia estava a seer especialmente difícil concentrar-se no que estava a fazer. Começava a preocupar-se cada vez mais com a possibilidade de ter cometido um erro pateta.
Porque raio acabara ela de entregar aquele ficheiro a Jannifer Roston – ou “Jenn” como ela insistira que Riley a tratasse?
Era nada mais, nada menos do que uma confissão de obstrução da parte de Riley.
Porque é que entregara aquela informação àquela agente em particular quando nunca a mostrara a mais ninguém? Será uma jovem agente ambiciosa não a reportaria a transgressão de Riley aos seus superiores – talvez mesmo ao próprio Carl Walder?
A qualquer momento, Riley podia ser presa.
Porque é que não se limitara a apagar o ficheiro?
Ou podia ter-se livrado dele como fizera com a corrente de ouro que Hatcher lhe dera. A corrente fora um símbolo da sua ligação a Hatcher. Também continha um código para entrar em contacto com ele.
Riley deitara-a fora num esforço frenético para se libertar dele.
Mas por qualquer razão, não conseguira fazer o mesmo com a pen.
Porquê?
A informação financeira que continha era suficiente para limitar os movimentos e atividades de Hatcher.
Até o podia parar de vez.
Era um enigma, tal como tantos aspetos da sua relação com Hatcher.
Enquanto Riley mexia em papéis na sua secretária, o telemóvel vibrou.