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ficou ali, debatendo sobre o que fazer.

      “Vou ficar aqui esta noite.” Erec finalmente anunciou. “Você vai me dar um quarto aqui, no corredor perto dela. Pela manhã, antes de começarem os torneios, eu vou perguntar para ela novamente. Se ela aceitar e se eu ganhar, ela será minha noiva. Se assim for, eu vou comprar o contrato de servidão dela de você e ela abandonará este lugar comigo.”

      O dono da hospedaria claramente não queria Erec sob seu teto, mas não se atreveu a dizer nada. Então ele se virou e saiu da sala, batendo a porta atrás de si.

      “Tem certeza de que deseja ficar aqui?” O Duque perguntou. “Volte para o castelo com a gente.”

      Erec assentiu com a cabeça, sério.

      “Eu nunca tive tanta certeza de algo em minha vida.”

      CAPÍTULO OITO

      Thor saltou através do ar e mergulhou, caindo de cabeça nas águas agitadas do Mar de Fogo.

      Ele penetrou na água e afundou permanecendo submerso. Ele se surpreendeu ao sentir que a água estava quente.

      Abaixo da superfície, Thor abriu os olhos brevemente e logo se arrependeu de ter feito isso. Ele deu uma olhada e viu todo tipo de criaturas marinhas estranhas, pequenas e grandes, com suas caras feias, grotescas e incomuns. O oceano estava infestado delas. Thor rezou para que elas não o atacassem antes que ele pudesse alcançar a segurança do barco.

      Thor veio à tona com uma arfada, ele procurou imediatamente o menino que estava se afogando. Conseguiu vê-lo bem a tempo: o garoto estava debatendo-se e afundando, mais alguns segundos e ele certamente teria se afogado.

      Thor se aproximou, agarrou o jovem passando um braço ao redor de sua clavícula e começou a nadar com ele, tratando de manter a cabeça dos dois acima da água. Thor ouviu um gemido, um ganido e quando se virou ficou admirado ao ver Krohn: ele devia ter pulado na água em sua ajuda. O leopardo nadava ao lado dele e gania enquanto tentava aproximar-se de Thor movendo suas patas para dar impulso. Thor sentia-se mal por ver Krohn assim, em perigo, mas suas mãos já estavam ocupadas e havia pouco que ele pudesse fazer.

      Thor tentou não olhar para as águas vermelhas e agitadas ao seu redor, ele não queria ver as criaturas estranhas surgindo e desaparecendo ao redor dele. Uma criatura feia, roxa, com quatro braços e duas cabeças, surgiu nas proximidades e silvou para ele, logo depois ela submergiu, fazendo Thor estremecer.

      Thor se virou e viu barco a remo a cerca de vinte metros de distância. Ele nadou freneticamente até o barco, usando seu braço livre e as pernas, enquanto arrastava o garoto. O jovem se debatia e gritava, resistindo e Thor tinha medo de poder afundar junto com ele.

      “Fique quieto!” Thor gritou duramente, esperando que o menino escutasse.

      Finalmente, ele se acalmou. Thor estava momentaneamente aliviado – até que ele ouviu um estrondo e virou a cabeça para o outro lado: bem ao lado dele, outra criatura veio à tona, ela era pequena tinha uma cabeça amarela e quatro tentáculos. Sua cabeça era quadrada e ela nadava até ele, rosnando e sacudindo-se. Se a cabeça da criatura não fosse quadrada ela pareceria uma serpente marinha. Thor precaveu-se já que a criatura se aproximava cada vez mais, ele preparou-se para ser mordido, mas, de repente, a criatura abriu sua enorme boca e cuspiu água do mar para ele. Thor piscou, tentando eliminá-la de seus olhos.

      A criatura nadava em círculos ao redor dele e Thor redobrou seus esforços, nadando mais rápido, tentando fugir.

      Thor estava fazendo progressos e já se aproximava do barco, quando de repente, surgiu outra criatura do outro lado dele. Ela era longa, estreita e alaranjada, tinha duas pinças próximas da boca e dezenas de pequenas pernas. Ela também tinha uma longa cauda, que chicoteava a água em todas as direções. Parecia uma lagosta de pé. Ela ficou rodeando Thor, dando voltas como um besouro d'água, logo se encaminhou para bem perto de Thor, voltando-se para o lado e chicoteando sua cauda. A cauda chicoteou o braço de Thor e ele gritou de dor com a picada.

      A criatura passava por ele zunindo em todas as direções e chicoteava uma e outra vez. Thor desejou que ele pudesse desembainhar a espada e atacá-la, mas ele só tinha uma mão livre e ele precisava nadar.

      Krohn que estava nadando ao lado de Thor, virou-se e rosnou para a criatura, foi um barulho de arrepiar os cabelos. Krohn nadou destemidamente até o animal, assustando-o e fazendo-o desaparecer sob as águas. Thor suspirou de alívio, então, de repente a criatura reapareceu do outro lado e atacou-o novamente. Krohn deu a volta e perseguiu-a por toda a parte, tentando pegá-la, ele tratava de mordê-la, mas sempre falhava.

      Thor nadava por sua vida, percebendo que a única maneira sair daquela confusão era sair daquele mar. Depois do que pareceu uma eternidade e de nadar com a maior dificuldade, ele conseguiu chegar perto do barco, o qual balançava violentamente com as ondas. Enquanto Thor se aproximava, dois membros da Legião estavam esperando ali para ajudá-lo. Eles eram mais velhos e nunca tinham falado com Thor e seus colegas antes. Para seu crédito, eles se inclinaram e estenderam-lhe uma mão.

      Thor ajudou o garoto primeiro, rodeando-o com os braços e levantando-o em direção ao barco. Os rapazes mais velhos agarraram o garoto pelos braços e o puxaram para dentro.

      Thor em seguida aproximou-se de Krohn agarrou-o pela barriga e jogou-o para dentro do barco. Krohn aterrissou sobre as quatro patas, deslizou pelo fundo molhado do barco, escorregando e arranhando a madeira, a água escorria de sua pele e ele tremia. Em seguida, ele afirmou-se, virou- se e correu de volta para a borda, à procura de Thor. Ele ficou ali olhando para a água e ganindo.

      Thor agarrou a mão estendida de um dos rapazes, ele já estava sendo puxado para o barco quando de repente sentiu algo forte e musculoso enroscando-se em seu tornozelo e em sua coxa. Ele virou-se e olhou para baixo, seu coração gelou quando ele viu uma criatura verde-limão, parecida com uma lula, enrolando um tentáculo em torno de sua perna.

      Thor gritou de dor quando sentiu seus ferrões perfurando sua carne.

      Thor percebeu que se ele não fizesse algo rápido, logo estaria liquidado. Com a mão livre ele tirou do seu cinto uma adaga curta, inclinou-se e tratou de cortar o tentáculo. Mas ele era tão grosso, o punhal não podia nem sequer perfurá-lo.

      Isso o enfureceu. A cabeça verde da criatura de repente veio à tona, ela não tinha olhos, possuía duas mandíbulas em seu pescoço longo, uma sobre a outra, ela abriu as suas fileiras de dentes afiados e se inclinou em direção a Thor. Thor sentia o sangue parando de circular em sua perna e sabia que tinha de agir rápido. Apesar dos esforços dos rapazes mais velhos para segurá-lo, a mão de Thor estava escorregando e ele estava afundando de volta na água.

      Krohn gania e gania, o pelo de suas costas estava eriçado, ele se inclinou como se estivesse se preparando para dar o bote na água. Mas até mesmo Krohn sabia muito bem que seria inútil atacar aquela coisa monstruosa.

      Um dos rapazes mais velhos se adiantou e gritou:

      “ABAIXE-SE!”

      Thor baixou a cabeça quando o rapaz atirou uma lança. Ela zumbiu pelo ar, mas não acertou o alvo, simplesmente voou inofensivamente e afundou na água. A criatura era muito magra, e rápida demais.

      De repente, Krohn pulou para fora do barco, de volta para a água, caindo com suas mandíbulas abertas e os seus dentes afiados sobre a parte de trás do pescoço da criatura. Krohn sujeitava a criatura com suas mandíbulas balançando-a para a esquerda e para a direita, não a deixando escapar.

      Mas era uma batalha perdida: a pele da criatura era muito grossa e ela era puro músculo. A criatura sacudia Krohn para todos os lados e finalmente o jogou na água. Enquanto isso, o tentáculo da criatura apertava cada vez mais a perna de Thor, era como um vício. Thor estava ficando sem oxigênio. Os tentáculos queimavam terrivelmente, Thor sentia que sua perna estava prestes a ser arrancada de seu corpo.

      Em uma última tentativa desesperada, Thor soltou a mão do rapaz e com o mesmo movimento se virou e tentou pegar a espada curta que estava em seu cinto.

      Mas ele não pôde agarrá-la a tempo. Ele escorregou, girou

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