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Fim da visão

       A saída da ilha

       A viagem de volta

       Despedida

       O reencontro com a guardiã e o hindu

       Conclusão

      A “Noite escura da alma” pode ser definida como um olhar crítico relacionado a uma fase bastante difícil que todos mais cedo ou mais tarde passamos. Trata-se duma época propícia à condenação ou, por incrível que pareça, a uma inusitada salvação do indivíduo.

      A fim de alcançarmos o último, é necessário precisar exatamente o momento adequado para tomar uma atitude diante da crise capaz de nos libertar das trevas e entrar definitivamente no seio do bem. No decorrer deste livro serão mostrados os elementos chave para se fazer isso e ter sucesso. Além destas características, o texto ainda irá mostrar como conviver com as duas forças existentes no universo e controlá-las adequadamente.

      Ainda posso destacar que o livro é destinado a todos que por um motivo ou outro ainda não se encontraram no caminho da vida, mas não perdem a esperança de mudar e quem sabe obter a paz tão desejada que todos nós procuramos. Com mais este livro, espero contribuir para a evolução moral e espiritual do ser humano. Uma boa leitura e até a próxima se Deus quiser.

      Oi, leitor, há quanto tempo! Já faz aproximadamente um ano que entrei na gruta do desespero e realizei o meu sonho de iniciar a carreira de escritor e de quebra me tornei o vidente, um ser superdotado de dons. Agora, sinto-me preparado para prosseguir em meus sonhos. Antes disso, porém, contarei resumidamente o que se passou comigo no período pós-gruta. Um tempo depois de subir a montanha do Ororubá, conhecer a guardiã, a jovem, o menino e ainda encarar o fantasma e os desafios, voltei a casa dos meus pais, confiante, vitorioso, feliz e disposto a retomar a vidinha de antes. Foi isso exatamente o que eu fiz e com dedicação no trabalho e nos estudos terminei o ensino superior e tive novas ideias para continuar minha carreira. Este foi um momento necessário e importante, que trouxe para mim muita satisfação, pois meus esforços foram recompensados. Apesar disso, eu ainda não estava completamente realizado, pois ainda não alcancei a concretização do sonho maior: Ver minha série “O vidente” no topo da literatura. Pode ser que seja muita pretensão, mas é assim que me sinto, afinal, sou um vidente transformado pelos poderes miraculosos da gruta do desespero, a gruta mais perigosa do mundo. Bem, deixemos o destino decidir.

      Com o sucesso da primeira empreitada que foi reunir as “Forças opostas”, controlá-las e ajudar alguém a se encontrar, posso dizer que me sinto preparado para uma próxima aventura. Pensando nisso, tomo a seguinte decisão: Retornar ao solo sagrado da montanha do Ororubá e encontrar a guardiã para que ela me auxilie no meu maior objetivo neste livro, que é entender a perigosa e misteriosa “Noite escura da alma”.

      Tomada a decisão, começo a arrumar as minhas malas, separando os objetos de primeira necessidade: Algumas roupas, meu crucifixo, minha Bíblia, relógio de bolso, um diário de anotações, itens de higiene essenciais e livros para me distrair na viagem e depois dela. Depois que organizei tudo, dirijo-me á cozinha com o intuito de me despedir dos meus familiares. Encontrando minha mãe, abraço-a e inicio o difícil diálogo:

      – Querida mãe, vim anunciar que decidi retornar ao povoado de Mimoso a fim de realizar a segunda etapa do meu aperfeiçoamento crítico, espiritual, moral e humano. É uma viagem estritamente necessária para que eu possa enfim entender o que se passou comigo há um tempo, minha noite escura da alma, e isto é uma situação comum entre todos os mortais.

      – Outra viagem para Mimoso? Será que não se dá conta de que tudo isso é loucura, meu filho? O seu lugar é aqui, junto de mim. Por que essa noite escura é tão importante a ponto de você querer me abandonar?

      – Eu vou a Mimoso em busca dos meus sonhos. A primeira etapa foi cumprida, mas isso já passou e agora procuro novos desafios. Acredito que as respostas devem estar na montanha e por isso vou até lá. Entenda mamãe, a senhora me criou para o mundo e não para si. Lembre-se que sou o vidente, o único ser humano que sobreviveu a gruta do desespero, e tenho minhas responsabilidades junto aos leitores e ao mundo. Em vez de tentar me convencer a não ir, devia me incentivar, pois minha decisão está tomada. De qualquer forma, quis encontrá-la para lhe dar um abraço.

      Dito isto, aproximei-me de minha mãe e nos abraçamos. Este gesto, terno e vigoroso, recuperou minhas forças, e era exatamente disso que eu precisava para encarar os próximos desafios, inclusive o atual. Depois do abraço, despedi-me finalmente de minha mãe e caminho para a porta com lágrimas nos olhos. Neste ínterim, analiso mentalmente os meus planos para a viagem. O que será que me espera? Eu não tinha a mínima ideia. Só tinha certeza de que seriam experiências revigorantes e instigantes. Continuemos juntos, leitor.

      Depois de alguns instantes, finalmente saio da casa. Imediatamente, começo a procurar um meio de transporte cômodo, tranquilo e econômico para chegar a Mimoso. Analiso todas as possibilidades e termino decidindo que o mais viável era o táxi, pois o percurso não era tão extenso assim (24 km). Tomada a decisão, uso das minhas faculdades para pegar o primeiro que passa. Após algumas tentativas, finalmente consigo. O automóvel para, entro, fecho a porta e me acomodo. Neste instante, percebo que sou observado pelo motorista, antes mesmo de ele me perguntar:

      – Para onde vamos senhor?

      Fixo o olhar nele com a maior simplicidade e respondo:

      – Vamos até Mimoso, local onde fica próximo a serra do Ororubá, a montanha sagrada.

      Dito isto, ele me encara com certo desdém, dizendo:

      – Bem, eu sei onde fica Mimoso, vamos já. No entanto, não sabia que a serra do Ororubá era sagrada. Conte-me essa história direito.

      Sem querer perder muito tempo naquele momento, eu prometo:

      – É uma longa história. Eu conto durante a viagem. Podemos partir? Estou ansioso para chegar logo ao meu destino.

      Ele concorda comigo, apesar de contrariado, e então o carro parte em velocidade moderada. No entanto, vez ou outra, o motorista me encara. O que será que ele pensa de mim? Penso um pouco e acabo concluindo que sua reação é natural, afinal poucos sabem do segredo da gruta. Porém, não sou nenhum louco para ele me tratar daquela forma. Como saída, resolvo contar a verdade.

      – Estou pronto para explicar, seu motorista. Qual é o seu nome mesmo?

      – Meu nome é Aurélio e o seu?

      – Meu nome é Aldivan, mas pode me chamar de vidente ou filho de Deus. Vou argumentar para que o senhor se convença da afirmação que fiz há alguns instantes.

      – Estou pronto. Pode contar.

      – Há aproximadamente um século as tribos Xukuru estavam em guerra por conta de estratagemas de um feiticeiro denominado Kualopu. Foram muitas batalhas travadas durante muito tempo e com isso a nação Xukuru ameaçava desaparecer. Pensando nisso, um pajé bondoso resolveu intervir. Ele fez um pacto com as forças do universo, oferecendo sua vida em troca do fim da guerra. Depois desse pacto ocorreu um milagre. O feiticeiro foi morto e com isso a guerra terminou. O pajé pagou o preço e então a paz foi restabelecida. A partir daquele dia a montanha do Ororubá se tornou sagrada e a gruta do desespero, localizada em seu topo, recebeu poderes miraculosos capazes de tornar qualquer sonho realidade, desde que

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