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muito por isso.

      – Obrigado senhorita, senhora?

      – Senhorita Clara… Mas é claro, você pode me chamar de Clara.

      – O prazer é meu. Clara, obrigada pela sua preocupação.

      Clara corou ao abrir a bolsa. – De nada. Aqui, pegue isso – ela estendeu um pouco de dinheiro; – Acredito que você terá um longo caminho até a cidade.

      – Uau. Não posso agradecer o suficiente por esse gesto maravilhoso. Deus te abençoe muito bem, Clara. Obrigado.

      – De nada, senhor?

      – Tega, Tega é o meu nome.

      – Tudo bem, Tega, é bom conhecê-lo.

      – Igualmente, apesar de me desculpar pelas circunstâncias em que estamos nos encontrando.

      – Está tudo bem, Tega. Considere isso como providência em ação. É minha esperança que você tenha melhores dias pela frente. Desejo-lhe um dia mais esplêndido e sucesso em todos os seus esforços. Tchau.

      – Obrigado e tchau por agora. – Tega e Clara apertaram as mãos e foram em diferentes direções.

* * * * * *

      Tega e seu pai estavam comendo à mesa quando a senhora Oghenevwede entrou na casa.

      Ela atacou eles.

      – Não me lembro de deixar comida na cozinha.

      – Bem-vinda de volta, mamãe.

      – Mesmo que nosso filho seja uma formiga, eu me tornei um rato?

      Ela olhou arrogante:

      – De onde essa refeição se materializou? Espero que nenhum de vocês tenha tocado meus alimentos?

      – Estou falando com você, mulher. Pelo menos mostre alguma consideração por um homem que carregava vinho por sua causa.

      – E daí se eu não tiver nenhuma consideração por um homem que tenha um barril miserável de vinho da palma para me arrancar do jardim florido de meu pai e me depositar em sua casa para bater em tanques como um escravo?

      Tega ficou furioso. – Como se atreve a falar assim com meu pai? Cristo. Sua atitude é desprezível, mamãe, mostre algum respeito.

      – Você vai ficar quieto, seu jovem idiota covarde. Quando os temperos escaldam em uma panela fumegante, uma refeição não preparada não se vangloria como um cardápio saboroso.

      – Onde nos perdemos? Onde eu errei? – Oghenevwede lamentou e balançou a cabeça com total espanto.

      – Pergunte a si mesma, miserável – a senhora Oghenevwede bufou e se afastou para lavar a louça do freezer.

      Tega parou de comer. A situação doentia de sua família o preocupava. Sua mãe os considerava parasitas. A cegueira do pai o impedia de conseguir um emprego.

      Tega não conseguiu um emprego remunerado para comprar provisões para a casa. O negócio de alfaiataria de sua mãe fornecia necessidades básicas. Isso fez dela a única provedora da casa. Ela os alimentava diariamente com o veneno da boca, em vez de sustento da bolsa. Houve momentos em que Tega pensou que nunca houve amor entre seus pais.

      Ele largou os talheres:

      – Oh, isso é um absurdo. – Ele cerrou os punhos.

      – Acalme-se, meu filho, e por favor termine sua refeição

      – Não papai. Eu perdi meu apetite.

      – Você quer que eu perca meu apetite para comer e viver?

      – Não papai – Tega pegou sua faca e garfo.

      No dia seguinte, Tega e seu pai estavam tomando café da manhã.

      – Papa, em breve não nos faltará nada. Se tudo correr como o planejado, pela graça de Deus voltarei para casa, com um emprego.

      – Desejo e rezo para isso menino. Seu desemprego contínuo cessará neste dia. Aposto com a minha vida.

      – Amém. No entanto, definitivamente não com sua vida, papai, Deus está encarregado disso. Papai, sua vida é mais preciosa para mim do que qualquer emprego que pague um bilhão de nairas.

      – Amém. Esse é o meu filho. Desejo a você a melhor benção de Deus. Vá com cuidado.

      – Obrigado, papai. Eu deveria ir agora. Não quero me atrasar.

      – Mas é cedo. Se eu me lembro bem. Eles agendaram a entrevista para o meio-dia. São apenas oito horas.

      – Sim, papai, mas é melhor eu chegar lá mais cedo do que tarde. Quero evitar o horário de pico e preparativos em cima da hora. Isso me deixa tenso. A espera na via expressa se tornou terrível.

      – Sim, é verdade. É melhor você ir. Antes de sair, coloque meu telefone para carregar, por favor.

      Tega pegou o telefone do pai da mesa e o conectou à caixa de extensão na sala de estar.

      – Papa, está feito.

      – Obrigado, meu filho.

      Tega pegou as louças e foi até a cozinha. A senhora Oghenevwede o abordou. Ela fixou um olhar desdenhoso em seu elegante traje corporativo.

      – Eu me pergunto o que estou perdendo nesta casa – ela perguntou a ninguém em particular. Ela apontou um dedo para Tega: – Ultimamente, você e seu pai estão aproveitando. Espero que você não esteja em atividades fraudulentas?

      – E por que você faria uma pergunta tão imoral a nosso filho?

      – É porque ele é o único que tem força para segurar uma arma de cano duplo. Você é um dodô fraco que não pode empunhar uma adaga – ela avaliou o marido – não vou dizer que você é o contador dele. Como um cego pode contar dinheiro? Seu único apoio será comer o resultado.

      – Parece que você ficou louca – disse o senhor Oghenevwede.

      – A forma como vocês dois estão jantando como rei e príncipe nesta casa deixa espaço para suspeitas. O que alguém pensaria conhecendo seu status de desempregado?

      – O que você está insinuando? – o senhor Oghenevwede perguntou.

      – Nada, só espero que ninguém venha me prender por um crime do qual nada sei.

      – Você é impossível. Estou desapontado. Suas palavras são odiosas. O que meu pai e eu fizemos para você? Eu deveria sair daqui. Não quero que sua brincadeira repugnante estrague meu dia. – Tega entrou na cozinha. Ele lavou a louça e saiu de casa.

      – Para onde ele está indo? O que vocês dois não estão me dizendo? Espero que você não esteja escondendo algo hediondo de mim.

      O senhor Oghenevwede continuou em silêncio. Ele foi até a sala e sentou-se confortavelmente.

* * * * * *

      Tega se aproximou de casa. Ele estacionou o carro de sua nova construtora do lado de fora. Ele queria surpreender o pai com seu novo emprego como motorista. Ele entrou na casa e viu algumas pessoas chorando enquanto outras tinham rostos tristes.

      – O que está acontecendo aqui? Mamãe, por que essas pessoas estão em nossa casa? Diga-me por que as lágrimas e os rostos tristes?

      – Oh, meu filho… – ela se jogou na cadeira. A senhora Oghenevwede chorou.

      – Pare, mamãe, onde está o papai?

      – Tega, é triste você ter que voltar para esse cenário. Tenha coragem, seja corajoso. – Um vizinho o consolou.

      – Do que você está falando, senhor? Sobre o que você está tagarelando? Alguém pode se comunicar comigo em uma linguagem sã? Sobre o que é toda essa piada?

      – Seu pai não existe mais – disse a Sra. Oghenevwede.

      – Mamãe, eu não estou pronto para nenhuma das suas zombarias.

      – Seu

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