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distribuíam as crianças para adoção em famílias, traficantes que treinavam as meninas para se tornarem prostitutas, enquanto outras trabalhavam em plantações, minas, fábricas e como empregadas domésticas. Essas crianças acabavam crescendo como escravos torturados.

      Mulheres com gravidez indesejada, presas entre dificuldades econômicas, estigma e pobreza, geralmente eram peões neste jogo. As principais vítimas eram geralmente jovens solteiras de famílias de baixa renda que tinham medo da estigmatização social. Durante a busca por clínicas de aborto, algumas dessas meninas chegavam à fábrica de bebês, enquanto algumas prisioneiras da fábrica eram vítimas de sequestro.

* * * * * *

      Quando Azuka recuperou o controle de sua sanidade, ela aprendeu com suas colegas vítimas que a gerência a havia preparado para dar à luz um lote de bebês usados para rituais ocultos. Na sala de roupas de cama, onde ela aguardava o doador de esperma, Azuka viu seu antigo amante e pai de seus filhos mortos.

      José ficou chocado no começo e depois envergonhado quando leu nos olhos liquefeitos dela todas as decepções e anos de turbulência, que ele havia feito Azuka passar. Ele hesitou.

      Uma guarda gritou:

      – Ei, Jose, apresse-se, penetre-a muito rápido, você ainda tem outras para visitar. Não perda tempo com aquela mulher louca.

      Jose flexionou os ombros e tirou a calça. Azuka ficou imóvel enquanto ele entrava e saía com vinte e cinco golpes calculados. Ele cumpriu seu propósito e foi embora.

      Jose se reuniu com a alta gerência. Ele insistia em que, dali em diante ele só acasalaria com a mulher se curada da insanidade. Como a agência não estava pronta para perder um fertilizante tão valioso, eles deram a Jose e Azuka uma suíte para morar. Eles deram à luz filhos e filhas vendidos para qualquer finalidade que a administração decidisse.

      Dois

      Por Ruas Empoeiradas e Solitárias

      Sr. Oghenevwede segurou uma bengala e se lançou na cozinha. Ele bateu o ombro na porta e recalculou seus passos.

      – Essa mulher não coloca minhas refeições na mesa. Ela chega em casa quando os galos cantam de manhã – ele murmurou para si mesmo.

      Ele vasculhou a cozinha em busca de comida e encontrou um prato de sobras de feijão e pão no armário. Ele caminhou até a sala de jantar, colocou a bengala no chão e sentou-se para comer. Nesse momento, a senhora Oghenevwede apareceu cantando uma canção de adoração. Assim que avistou a refeição, ela xingou o marido com palavras cortantes.

      – Vejo que o morcego pegou um pássaro pobre para comer.

      – Bem-vinda de volta, minha querida. Espero que o sermão sagrado da vigília noturna tenha afundado profundamente em seu cérebro e ensopado seu coração com humildade?

      – Eu sei que você possui uma língua vil e é por isso que sua boca é capaz de comer comida azeda – ela levantou o prato e cheirou a comida – esta é uma refeição desagradável para um desgraçado. – Ela sibilou e recolocou o prato na mesa.

      Sr. Oghenevwede suspirou.

      – Sou cego e amaldiçoado com uma esposa maliciosa. Não tenho escolha a não ser fazer essas refeições. Na minha condição, acho gostoso.

      – Para que serve esse discurso? Não comece. Eu estou com fome. Com os olhos bem abertos, aposto que você ainda vai se alimentar de lixo.

      – Mesmo que Deus queira devolver minha visão, eu não gostaria. Eu desejo nunca mais te ver. Você me deixou inútil.

      – Oh, por favor, pare com esses teatros…

      – Por que você se tornou vil?

      Sem qualquer remorso, ela respondeu:

      – Olhe para ele. Bebê chorão. Você pode chorar para as paredes ouvirem e eu não me importaria. Seu longo discurso só conseguiu me deixar com mais fome – ela bocejou.

      Ela destrancou um freezer no refeitório com uma chave da bolsa. Ela pegou uma panela pequena de sopa, entrou na cozinha, aqueceu no fogão e preparou-se para uma refeição suntuosa enquanto olhava para o marido com um olhar venenoso.

* * * * * *

      Tega entrou na loja de sua mãe. Ele estava vestido com uma calça e paletó combinando, camisa branca e gravata.

      – Degwo, mamãe – ele cumprimentou sua mãe.

      – Vre – ela respondeu e mediu um cliente.

      Tega olhou por um tempo. Ele observou a mãe e os negócios dela. Ele deu uma olhada no relógio de pulso e pigarreou. – Mamãe, eu preciso de um favor, por favor.

      – Fale, eu sou toda ouvidos.

      Ele deu à mãe um olhar de desaprovação. – Aqui não, mãe, você pode me dar licença por alguns minutos? Vamos lá fora.

      A senhora Oghenevwede olhou em volta da pequena loja: – Se você tem algo importante a dizer, fale. Você não pode ser tão idiota para não ver que estou muito ocupada – ela retrucou irritantemente.

      Com um sorriso derrotado, Tega falou:

      – Tudo bem então. Eu tenho um compromisso com um amigo. Eu preciso encontrá-lo na cidade.

      – Você tem um compromisso com um amigo? Como isso afeta meus negócios? Você precisa de um acompanhante para ir com você ou precisa sugar mais leite materno para lhe dar cérebro para a reunião? – Ela deu a ele um olhar condenador.

      Tega encolheu os ombros. – Eu estava pensando que você poderia me ajudar com algum dinheiro. O dinheiro que tenho em mãos não pode me levar para Warri.

      Ela suspendeu a tarefa e permaneceu ereta:

      – Como se alguma vez você tivesse dez kobos na sua carteira.

      Suas palavras chocaram Tega:

      – Mamãe, por que você é assim? Você não deixa de me envergonhar, dada a menor oportunidade.

      – Vejo que você tem um vínculo com vergonha. Você e a desgraça têm laços de sangue.

      O cliente ficou chocado com as declarações da senhora Oghenevwede. – Ma, oh, isso foi bastante duro. Na verdade, é desnecessário – afirmou o cliente.

      A senhora Oghenevwede não prestou atenção. Ela foi violenta. Ela jogou o rolo de fita e o bloco de notas no chão. – Oh, meu Deus. Que erro foi feito para merecer essa perseguição. Eu tenho um homem adulto com masculinidade viril, com idade suficiente para manter uma esposa e ter filhos, mas ele vem tirar meu pouco kobo.

      – Mamãe, o que você está fazendo? Por favor, você está nos envergonhando. Pare com isso.

      – Não me venha com essa de mamãe enquanto você me mata devagar. Devo me tornar uma miserável às custas de você e do seu tolo pai patético?

      – Mamãe, não faça isso. Não me faça perder a calma. Não me provoque a reagir de uma maneira que fará nós dois nos arrependermos.

      – Cale-se. Você pode fazer o que quiser. Agora saia da minha frente. Deixe minha loja neste instante – ela empurrou Tega.

      Tega apertou as mãos, soltou-as e saiu furioso. Ele desatou a gravata enquanto se afastava.

      A mulher da loja de sua mãe andou rápido para alcançá-lo.

      – Oi.

      – Olá – disse Tega. Ele tentou acalmar sua raiva. Droga, estou fora de controle. Ele pensou e se sentiu mais desconfortável. O suor umedeceu sua sobrancelha. – Como posso ajudá-la – ele quase gritou as palavras para ela.

      – Você não me conhece, mas eu sou cliente da sua mãe. Eu testemunhei a saga inteira lá atrás.

      Em um instante, o semblante de Tega ficou na defensiva. Seus lábios mostravam irritação. Ela viu o constrangimento que estava no rosto de Tega.

      – Confie em mim, eu vim como amiga.

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