Скачать книгу

e, de alguma forma, não ver as pessoas controladas era pior do que as ver. Eles estavam tão quietos que poderiam estar em qualquer esquina, esperando para os apanhar, e se eles o fizessem, o que aconteceria a seguir não valeria...

      “Foge!” Luna gritou quando um braço a agarrou na esquina seguinte, conseguindo segurar o tecido da sua blusa. Kevin lançou-se para frente, atirando todo o seu peso contra o braço como se estivesse a tentar atacá-lo.

      Ele soltou-a. Kevin e Luna começaram a correr novamente, dando voltas e mais voltas ao acaso, para tentar despistar os seus perseguidores. Eles não conseguiam correr mais rápido do que eles numa linha reta, pelo que tiveram que procurar por espaços onde as pessoas controladas não os conseguissem seguir, e tentar usar a configuração labiríntica do bunker contra eles.

      “Está aqui” disse Luna, apontando para uma porta.

      Kevin teve que acreditar na palavra dela. Naquele momento, ele sentia-se tão perdido que nem conseguia dizer a ninguém o caminho de volta para a sala de controlo. Ele entrou apressadamente na secção do corredor a seguir a Luna, e, depois, fechou a porta atrás deles, pegando num extintor de incêndio, tentando usá-lo para bloquear a porta. Parecia tão frágil quanto papelão em comparação com a força das pessoas controladas.

      Agora eles só tinham que abrir a porta da escotilha.

      Kevin colocou as mãos na roda, tentando girá-la. Não aconteceu nada; era tão tesa que parecia ter sido feita de rocha. Ele tentou novamente. Os nós dos seus dedos começaram a ficar brancos com o esforço.

      “Talvez uma pequena ajuda?” ele sugeriu.

      “Mas tu pareces estar a divertir-te” Luna ripostou por trás da sua máscara, antes de se agarrar à roda de bloqueio com ele e puxar. Ainda assim continuava presa.

      “Precisamos de nos esforçar mais” disse Luna.

      “Estou a tentar o máximo que consigo” assegurou Kevin.

      “Bem, a menos que queiras pedir ajuda a uma das pessoas controladas, precisamos de fazer mais. Quando eu disser três. Um…”

      Um barulho veio da porta que Kevin havia trancado.

      “Três!” ele disse, puxando a roda com toda a sua força. Luna pareceu ter tido a mesma ideia, pendurando praticamente todo o seu peso na coisa.

      Finalmente, quando um segundo barulho estridente veio da porta que eles haviam trancado, a coisa deslocou-se. Eles abriram-na enquanto os músculos de Kevin reclamavam, e, então, Luna atirou-se lá para dentro de cabeça, sem esperar para ver se Kevin queria ir primeiro. Ele apressou-se a ir atrás dela, fechando a escotilha a seguir, na esperança de que o corredor parecesse vazio para qualquer coisa que os seguisse.

      O espaço era estreito, pouco mais que uma espécie de túnel para rastejar. Se os dois fossem adultos, provavelmente não caberiam ali. Mas assim, havia espaço suficiente para eles conseguirem rastejar de mãos e joelhos, indo apressadamente na direção da outra escotilha no final. Felizmente, esta não estava presa, e abriu suavemente, revelando a encosta da montanha.

      “Precisamos de ter cuidado” disse Luna suavemente enquanto os dois saíram na encosta da montanha. “Eles podem ainda estar por aqui.”

      E estavam, porque Kevin pôde ver figuras mais à frente, subindo a encosta como se para chegarem à entrada da frente. Havia algumas árvores por perto. Ele e Luna deslizaram até lá, mantendo-se agachados e tentando ficar fora de vista.

      Eles rastejaram pela montanha acima, tentando descobrir exatamente onde é que eles haviam escondido o carro da Dra. Levin. Se eles conseguissem chegar ao carro, poderiam sair dali e ir para a base, abandonando as pessoas controladas pelos alienígenas.

      Kevin avistou-o um pouco mais ao longe, exatamente onde eles o haviam deixado, fora de vista. Ele rastejou em direção ao carro... e foi quando ele viu Chloe a aparecer de uma curva na estrada da montanha, vinda do estacionamento no cume. Um par de turistas, movendo-se com o silêncio estranhamente coordenado dos alienígenas controlados, estava a correr atrás dela e a aproximar-se dela.

      “Temos que a ajudar” disse Kevin.

      “Depois de tudo o que ela acabou de fazer?” Luna contrapôs. “Devíamos deixar que ela se tornasse numa alienígena também. Ela provavelmente seria menos problemática.”

      “Luna” disse Kevin.

      “Eu só estou a dizer que ela não merece de todo a nossa ajuda” disse Luna.

      As pessoas controladas estavam quase a apanhar Chloe agora.

      “Provavelmente é verdade” disse Kevin. Ele começou a avançar. “Mas ainda assim eu vou ajudá-la.”

      Ele partiu em direção a Chloe e não ficou tão surpreendido por ver Luna correr ao seu lado.

      “Eu estou a fazer isto por ti, não por ela” disse Luna.

      “Claro” Kevin concordou, correndo mais rápido.

      “E podes parar de sorrir” continuou Luna. “Eu só estou a fazer isto porque senão tu irás ficar alienado se eu não ajudar.”

      “Alienado?”

      “Vou pensar numa palavra melhor depois” disse Luna.

      Eles estavam quase a chegar a Chloe agora. Uma das pessoas controladas tentou agarrá-la, mas Kevin e Luna foram mais rápidos, agarrando-a, puxando-a para fora do caminho e descendo para as árvores. A encosta tornava a descida traiçoeira, mas talvez isso fosse uma coisa boa quando uma das pessoas controladas passasse por eles a cair.

      “Tu vieste atrás de mim” disse Chloe. “Tu...”

      “Pára de falar e continua a correr” Luna retrucou. “O carro está mais à frente.”

      E o caminhante restante estava logo atrás, movendo-se com toda a tenacidade de um lobo perseguindo um cervo. Kevin não queria pensar em como este tipo de coisa geralmente terminava, ele apenas continuava a correr, mudando de direção por entre as árvores.

      O caminhante controlado por alienígenas agarrou-se a ele e Kevin conseguiu se esquivar. Para sua surpresa, Chloe estava lá, empurrando o homem de lado, fazendo com que ele caísse pela encosta abaixo enquanto lutava para parar a sua queda. Ela sorriu, embora Kevin estremecesse, porque mesmo que houvesse um alienígena a controlar aquele corpo, ele ainda pertencia a alguém, e se eles o recuperassem, provavelmente quereriam que ele não tivesse os ossos partidos.

      “Entrem!” Luna gritou lá da frente. Ela estava no carro agora, tendo saltado para o lugar do motorista.

      Kevin e Chloe correram para o carro e entraram enquanto Luna começou a girar a chave. Kevin ouviu-a a resmungar baixinho, e foi apenas preciso um momento para perceber o motivo: o carro não estava a pegar. Fazia uma espécie de zumbido, um som de tosse, mas fora isso, nada acontecia, não importando quantas vezes Luna tentasse que ele trabalhasse.

      O medo cresceu em Kevin naquele momento, embora ele tivesse sempre estado com medo mais do que suficiente, por ter de fugir de pessoas controladas pelos alienígenas. Ele olhou em volta para as árvores, tentando detetar movimento, procurando por qualquer sinal das pessoas controladas. Não apenas daquelas que tinham caído pela encosta abaixo, porque haveria mais. Parecia sempre haver mais.

      “Não está a funcionar” disse Luna.

      “Não vai funcionar” disse Chloe. “Tu afogaste-o”

      “Como se tu percebesses alguma coisa disso” Luna ripostou.

      Parecia uma discussão que demoraria muito e seria demasiado barulhenta; isso iria fazer com que eles ainda estivessem ali sentados quando chegassem mais pessoas controladas Kevin achava que já conseguia ver a agitação das folhas das árvores.

      “Temos que ir” disse Kevin. Ele achava que conseguia ver formas para lá dos troncos mais próximos. “Temos que ir agora.”

      Ele saiu

Скачать книгу