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algo pior…

      — Eu não sou responsável por você ou sua família. Minha obrigação era para com seu pai, o pouco que fosse, e com a morte dele essa obrigação, em minha opinião, acabou.

      Ele era um homem odioso. — Percebo. — E ela realmente percebeu. O egoísmo do duque superava mil vezes o de seu pai. — Me desculpe por ter perdido o seu tempo. — Ela se levantou e se curvou para se afastar dele.

      — Eu nunca disse que não ajudaria.

      Billie parou e virou-se para ele. — Depois do que o senhor me disse, isso ficou claro. Por que eu acreditaria no contrário?

      — Podemos chegar a um acordo. — Ele gesticulou em direção ao assento. — Você tem algo de que preciso muito e, se concordar, vou apoiar o resto da ninhada que Oscar e Augusta geraram.

      Ele olhou para ela e lambeu os lábios, quase como se sua refeição ou sobremesa favorita tivesse sido colocada diante dele. O estômago dela revirou. — O que o senhor precisa que eu faça? — Billie tinha a sensação, bem lá no fundo, de que não gostaria do que ele tinha a dizer.

      — Sente-se — ordenou ele. — Isso não é algo que devemos discutir com você pairando sobre mim.

      Ela dificilmente estava fazendo tal coisa. Billie não estava nem perto dele, no entanto, ela fez como ele instruiu e acomodou-se na cadeira desconfortável. — Agora que fiz o que o senhor pediu, pode explicar o que quis dizer?

      — É realmente simples — começou ele. — O canalha do meu sobrinho é o meu herdeiro e prefiro que ele não herde minha propriedade.

      O estômago de Billie despencou com essas palavras. — Então o senhor quer que eu…

      — Case-se comigo e tenha um filho meu. — Ele terminou por ela. — Eu posso obter uma licença especial hoje e podemos consumar o casamento esta noite. Minha falecida esposa não cumpriu sua obrigação, mas não tenho dúvidas de que você se sairá bem. Sua mãe teve cinco filhos. Certamente você pode ser capaz de gerar um.

      A última coisa que Billie queria era se casar com um homem velho e só a ideia de deixá-lo tocá-la… Seu estômago revirou novamente. Seria horrível. Mas de alguma forma, ela teria que passar por isso. Esta era a única maneira que ela tinha para salvar sua família. — Tudo bem — concordou ela antes que mudasse de ideia e saísse correndo da casa gritando.

      — Bom — sorriu ele. — Você e eu vamos nos divertir muito juntos.

      Billie duvidava muito disso…

      O casamento estava programado para acontecer em menos de uma hora. Billie estava perto de perder o pouco conteúdo de seu estômago.

      — Não faça isso — pediu Teddy. — Encontraremos outra maneira.

      — Não há outra maneira — disse Billie com firmeza. — Preciso fazer isso. Dessa forma, Carly, Chris e você poderão fazer conexões fabulosas. Damon poderá estudar em Eton. — Ela forçou um sorriso em seu rosto. — Isso vale qualquer preço que eu tenha que pagar e, pelo menos, serei uma duquesa. — Ela não pensaria na noite de núpcias. O duque certamente a esmagaria em seus esforços para semear um filho nela.

      — Talvez você tenha sorte e o velho duque morra logo — disse Carly.

      — Isso seria uma bênção — concordou Chris e então olhou para Billie. — Quais são as chances de isso acontecer?

      Billie gostaria de poder dizer às irmãs que tudo ficaria bem, mas ela não acreditava totalmente nisso, então ela não podia expressar essas palavras. Todos eles já haviam sofrido muito, mas Billie… o sofrimento dela continuaria. Sua única esperança era que com isso o resto deles seguiriam em frente e teriam um futuro melhor. Ela balançou a cabeça e suspirou enquanto a enormidade de sua situação a esmagava. — Não antes de eu ter que sofrer a consumação — disse ela secamente. — Minha sorte não é tão boa.

      As gêmeas riram. — Pelo menos você ainda tem senso de humor. Você vai precisar dele para aguentar estar casada com aquela cabra velha — disse Chris. — Eu realmente queria que você não tivesse que fazer isso.

      Billie também. — Não há outra escolha. — O seu estômago roncou. Ela provavelmente ainda vomitaria… — Todos nós ficaremos bem. — E o duque era velho. Quem sabe ela seria capaz de ter um segundo casamento baseado no amor, não na necessidade. — Eu prometo que nenhuma de vocês terá que fazer esse tipo de sacrifício.

      Teddy deu um passo a frente e colocou os braços em volta de Billie. — Eu te amo e quero o melhor para você. Por favor, não faça isso. Eu quero que você seja feliz e você nunca será feliz casada com um velho que só quer te usar. — A voz dela tremeu um pouco ao dizer isso. Claramente, ela estava lutando contra as lágrimas.

      — Você está certa — disse ela, enquanto abraçava a irmã com força. — Não serei feliz como esposa dele. Pelo menos não da maneira que você está sugerindo. O que me deixará feliz é saber que minhas irmãs e meu irmão estão seguros e bem cuidados. E que eu posso fazer isso acontecer. Pesei o custo e considerei que valia a pena seguir este caminho. Não fique triste por mim.

      — Não posso evitar — respondeu Teddy. Ela deu um passo para trás e enxugou as lágrimas dos olhos.

      Uma batida ecoou pelo quarto. — O vigário está aqui e pronto para realizar a cerimônia — disse o mordomo. — Se a senhorita me seguir, eu mostrarei o salão. Sua graça não gosta de ficar esperando.

      Mas ele não tinha nenhum problema em fazer os outros esperarem… Billie, no entanto, não disse essa parte em voz alta. Ela assentiu e seguiu o mordomo, com suas irmãs atrás dela. Logo ela faria votos de honrar e obedecer a um homem sobre o qual ela mal conhecia. Ele teria poder sobre ela e o usaria em sua vantagem. Ela odiava sequer a ideia de entregar-se a ele. Não que sua mãe a tivesse informado sobre os detalhes do leito conjugal. Curiosa, Billie lera algumas coisas em revistas médicas e topou com um livro bastante embaraçoso com esboços interessantes no escritório de seu pai. Ela não entendia muito bem como era possível fazer algumas daquelas posições em particular, mas os detalhes não importavam. Pelo menos não aqueles. As informações relativas à geração de crianças sim. Então, ela entendeu que teria que deixá-lo colocar seu membro dentro dela. Isso não significava que ela tinha que gostar, e ela duvidava muito que gostasse.

      Billie não achava que gostaria de fazer aquilo com ninguém, mas supôs que amar o homem que faria isso com ela poderia ajudar. Se o amor fosse algo possível de ser alcançado… Parte dela não acreditava no amor, pelo menos não para si mesma. Talvez fosse o melhor. Talvez ela devesse fazer uma promessa a si mesma… de nunca se apaixonar, e nunca permitir que um homem tomasse o seu coração a fizesse querer jogar a cautela ao vento. Ela não cometeria o erro de sua mãe.

      Não havia decorações ou indicação de que um casamento seria realizado no salão. O duque estava ao lado de um homem muito mais jovem, mas ainda mais velho do que Billie. Se ela fosse adivinhar, o vigário era mais próximo da idade de seu pai. O duque era facilmente três décadas mais velho, provavelmente mais, que seu pai.

      — Bom — disse o duque. — Você está aqui. Agora podemos começar. — Ele fez um gesto para que Billie se juntasse a eles.

      — Estou pronta — murmurou ela. Embora ela não estivesse de verdade. Ela se aproximou do duque e do vigário. Suas irmãs também estavam lá, mas tudo começou a ficar em segundo plano. Se ela tivesse alguma chance de sobreviver à cerimônia, não poderia se permitir pensar muito nisso.

      O casamento passou como um borrão, porque ela empurrou todos os seus medos para o lado e apenas seguiu em frente. Ela estava abrindo mão de sua vida e depois disso nada mais seria o mesmo. — Eu os declaro marido e mulher — disse o vigário. — Que o Senhor abençoe seu casamento por muitos anos.

      Billie

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