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      Eu estava tentando não me gabar da minha pequena vitória. E então, veio o meu primeiro golpe de sorte de toda aquela noite, enquanto o policial caminhava em direção à viatura, meu táxi parou.

      — Ei! — O policial chamou, apontando para mim antes de entrar em seu veículo. Eu podia ver sua covinha aparecer de onde eu estava. — Você. Se comporte.

      Certo. Porque meu plano era causar um caos em massa quando eu saí esta noite. Eu pulei no táxi antes que Jason pudesse me agarrar novamente.

      — Para onde, senhorita?

      Desabando no assento, tranquei a porta e disse: — Casa.

      Ou o que seria a minha casa por mais dois dias.

      3

      TRÊS

      INFORMEI MEU ENDEREÇO ao taxista antes de perceber que não ia a um caixa eletrônico há dias. Eu tinha um mau pressentimento sobre o que eu encontraria na minha bolsa. Quer dizer, não importa quanto tempo você namorasse alguém, quando ele te convida para um restaurante chique um dia antes de você ir morar com ele, você pensa que: ganharei joias, não que precisarei de dinheiro para o táxi.

      $ 1.78

      Como consegui pegar um dos poucos táxis sem maquininha de cartão? Nada bom. Mas, felizmente, sou paranoica. Sempre tenho uma nota de vinte enfiada em um dos bolsinhos internos da minha bolsa.

      — Quão perto desse endereço posso chegar por vinte dólares?

      O taxista deu um suspiro profundo e sofrido, como se ele não fosse levar uma outra pessoa pelos mesmos vinte dólares se eu não estivesse lá.

      — Tudo bem.

      Tudo bem não era exatamente um local.

      — Estou tendo uma noite difícil. — Eu dei a ele um grande sorriso pelo espelho retrovisor. Mas não muito grande. Como se eu estivesse fazendo cara de corajosa. O que eu meio que estava. Com sorte, ele teria pena de mim e talvez deixasse aqueles vinte me levar um pouco mais longe do que o medidor ditava.

      Quando Jason me disse que estava me largando, eu achei que devia haver outra pessoa. Que ele se cansou de mim. Eu já estava justificando na minha mente como isso poderia ter sido minha culpa.

      Eu tinha me mudado para cá para fazer pós-graduação e o conheci assim que cheguei. Ele tinha sido um dos ex-assistentes do meu orientador no meu último semestre e ensinava uma das matérias uma noite por semana. Ele me colocou sob sua asa imediatamente, moldando minha educação e carreira. Meu tempo foi preenchido por estudos e ele. Minha categoria de amigos não tinha mudado e ainda era preenchida somente pelas minhas companheiras de infância e da graduação.

      Então meu estágio se transformou em um cargo de assistente de gerente de projeto. Quando meu chefe conseguiu nos colocar quase na lista negra de um cliente, fui empurrada para uma posição de gerência. Tive que trabalhar duro para provar que a chance que eles tinham me dado valia a pena. Que EU valia a pena.

      Eu amava aquilo. Eu amava a correria, as loucas horas e a pressão para fazer a melhor campanha de marketing que já existiu. Fiquei surpresa ao descobrir que a maioria dos meus colegas gostava de fazer a apresentação e o design, mas não a parte técnica da criação. Ou eles gostavam da criação dirigida, mas não do trabalho com o cliente.

      Eu adorava tudo... do princípio ao fim. E, então, conforme eu abria meu caminho entre meus colegas entediados que gostavam de manter as coisas como estavam, deixei o resto da minha vida de lado.

      Eu tinha minhas garotas de sempre. Eu tinha Jason. Eu tinha um trabalho que adorava.

      O que mais eu poderia querer?

      Eu quase desejei que Jason tivesse me traído. Pelo menos eu poderia ter dito que outra pessoa desviou sua atenção. Que o amor dele por ela tinha sido mais forte… ou algo assim. Ele ainda seria um grande idiota, mas, pelo menos, eu saberia que havia um motivo. Um que não fosse que eu importasse tão pouco para ele que alguns meses de aluguel em potencial eram um motivo válido para abandonar o navio.

      Eu inclinei minha cabeça para trás e observei as luzes passarem pela janela, passando por mim com um padrão rápido e silencioso de escuridão e luz… escuridão e luz… Parecia dizer, Você é uma idiota… Você é uma idiota.

      Estava afundando. No poço do levei-um-pé-na-bunda. Bem, não a parte do término. Essa parte eu assimilei até bem rápido. Foi mais a parte sobre como foi fácil para ele me largar. Que enquanto eu estava construindo esse pequeno sonho na minha cabeça, ele estava procurando por uma colega de quarto que convenientemente pagasse metade da hipoteca e compartilhasse sua cama.

      Boa sorte com isso na OLX, querido.

      Nunca me senti tão dispensável em minha vida. Meu chefe até havia usado essa palavra. — Kasey, temos que fazer alguns cortes e mesmo que você faça um ótimo trabalho, infelizmente, você é dispensável.

      Eu perguntei o que isso significava. O que significa ter três projetos sob sua liderança, seis pessoas subordinadas a você, vários prazos chegando nos próximos dois meses e ainda ser dispensável? Aparentemente, quando você contrata e treina grandes mentes logo que terminam o programa de graduação e que podem terminar o trabalho, mesmo que não tenham conseguido o contrato em primeiro lugar, ou administrado ele após conseguir, você é dispensável. Especialmente se cada um deles ganhasse apenas oitenta por cento do seu salário.

      Que bom que eu não tinha um cachorro. Ele provavelmente teria escrito com o xixi dispensável no meu tapete e então fugido com alguma poodle atraente da rua enquanto eu estava fora.

      O táxi estacionou em uma rua sob um dos belos e antigos carvalhos que ladeavam uma ampla calçada de paralelepípedos. Meu quarteirão? Não, minha rua era feita de postes padrões e calçadas irregulares. Sem árvores.

      Obviamente, esse não era o meu quarteirão.

      — Certo. — O taxista se virou e estendeu a mão.

      Eu olhei para o taxímetro vermelho piscando. — Dezoito dólares? — Ele não só não me levaria a milha extra para casa, ele nem mesmo me levaria até completar os meus vinte dólares.

      Acho que eu não era uma daquelas mulheres que dependem da bondade de estranhos.

      — Isso inclui a gorjeta.

      Sério mesmo? Esse cara era um charme. Ele estava fazendo Jason parecer decente. Eu estava pensando seriamente em atacar mais um carro.

      Entreguei a ele os vinte e esperei.

      Ele esperou.

      Eu esperei.

      — Você vai descer?

      Poderíamos ter percorrido a última milha a essa altura.

      Eu estendi minha mão. — Quem falou que eu te daria uma gorjeta?

      Continuamos nos encarando até que ele colocou dois dólares na minha mão. Eu planejava dar a ele os um e setenta e oito da minha carteira como gorjeta, mas ele me irritou.

      Pelo lado positivo, agora eu tenho três setenta e oito. Sim, isso salvaria o dia.

      Empurrei a porta e deslizei minhas pernas o mais graciosamente que pude usando uma saia minúscula os meus saltos para ocasiões especiais ridiculamente altos. Eu me endireitei e me encontrei abandonada em frente a uma cafeteria de um bairro chique onde nunca teria dinheiro para morar. O lugar tinha aquelas pequenas lâmpadas que pareciam lâmpadas a gás dos tempos do Jack, o Estripador, e charmosas venezianas verdes em volta das janelas de moldura preta. A porta era pesada, de carvalho, o que me fez pensar que estava nos limites de uma pequena aldeia irlandesa. Olhe para mim, reconheço uma coisa encantadora quando a vejo.

      Uma placa dourada e marrom na porta anunciava que eu havia chegado ao Coffeesão.

      Bem,

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