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CAPÍTULO VINTE

       CAPÍTULO VINTE E UM

       CAPÍTULO VINTE E DOIS

       CAPÍTULO VINTE E TRÊS

       CAPÍTULO VINTE E QUATRO

       CAPÍTULO VINTE E CINCO

       CAPÍTULO VINTE E SEIS

       CAPÍTULO VINTE E SETE

       CAPÍTULO VINTE E OITO

       CAPÍTULO VINTE E NOVE

       CAPÍTULO TRINTA

       CAPÍTULO TRINTA E UM

       CAPÍTULO TRINTA E DOIS

       CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

       CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

       CAPÍTULO TRINTA E CINCO

       CAPÍTULO TRINTA E SEIS

       CAPÍTULO TRINTA E SETE

       CAPÍTULO TRINTA E OITO

       CAPÍTULO TRINTA E NOVE

       CAPÍTULO QUARENTA

       CAPÍTULO QUARENTA E UM

      CAPÍTULO UM

      Eliza Longworth tomou um longo gole de café enquanto olhava para o Oceano Pacífico, maravilhada com a vista a poucos passos de seu quarto. Ela às vezes tinha que se lembrar do quão sortuda era.

      Penelope Wooten, sua amiga já há vinte e cinco anos, estava na espreguiçadeira ao lado, naquele pátio com vista para o desfiladeiro de Los Liones. Era um dia de março relativamente claro e, à distância, a Ilha Catalina era visível. Olhando para a esquerda, Eliza podia ver as torres reluzentes do centro de Santa Monica.

      Era meio da manhã de segunda-feira. As crianças tinham ido para a creche e para a escola e o tráfego da hora de ponta havia diminuído. A única coisa que as amigas de longa data tinham programado até a hora do almoço era aproveitar a mansão de três andares de Eliza, na encosta de Pacific Palisades. Se ela não estivesse tão agradecida por aquele momento, ela poderia até começar se sentindo um pouco culpada. Mas quando tal sensação começou surgindo em seu cérebro, ela imediatamente a tentou contrariar.

      Você terá muito tempo para se estressar mais tarde hoje. Apenas permita-se este momento.

      “Quer mais café?”, Penny perguntou. “Eu preciso ir ao troninho de qualquer maneira.”

      “Não obrigado. Eu estou bem por agora”, Eliza disse, antes de acrescentar com um sorriso travesso, “A propósito, você sabe que pode chamar isso de banheiro quando há apenas adultos por perto, certo?”

      Ao se levantar, Penny colocou a língua de fora em resposta, desdobrando suas pernas incrivelmente longas para sair da espreguiçadeira, como uma girafa se colocando em pé depois de uma soneca. Seu longo e lustroso cabelo loiro, muito mais estiloso que o castanho claro de Eliza, estava amarrado em um rabo de cavalo utilitariamente fashion. Ela ainda se parecia com a modelo de passarela que tinha sido durante alguns anos, entre os seus vinte e trinta anos, antes de desistir de tudo por uma vida reconhecidamente menos excitante, mas muito menos maníaca.

      Ela se encaminhou para dentro, deixando Eliza sozinha com seus pensamentos. Quase imediatamente, apesar de seus melhores esforços, sua mente voltou à conversa que elas tinham tido minutos antes. Ela a repetiu em sua cabeça constantemente, sem conseguir parar.

      “Gray parece tão distante ultimamente”, dissera Eliza. “Nossa prioridade era sempre ter um jantar em família com as crianças. Mas desde que ele se tornou sócio sênior, ele passou a ter todos esses jantares de negócios.”

      “Tenho certeza de que ele está tão frustrado quanto você”, Penny garantira. “Quando as coisas assentarem, vocês provavelmente voltarão à antiga rotina.”

      “Eu consigo lidar bem com o fato de ele ter que se ausentar mais. Eu entendo. Agora ele tem mais responsabilidade no sucesso da empresa. Mas o que me incomoda é que ele parece não ter consciência disso. Ele nunca expressou qualquer lamento por ter que se ausentar. Nem tenho certeza se ele se dá conta.”

      “Tenho certeza que sim, Lizzie”, Penny dissera. “Provavelmente ele simplesmente se sente culpado por isso. Reconhecer tudo o que ele está perdendo tornaria as coisas piores. Aposto que ele está bloqueando esses pensamentos. Eu faço isso às vezes.”

      “O quê exatamente?”, Eliza perguntou.

      “Finjo que algo pouco admirável que estou fazendo na minha vida não é assim um problema tão grande, porque admitir que é só me faria sentir pior.”

      “E o que você faz que é tão ruim assim?”, Eliza perguntou ironicamente.

      “Na semana passada, comi meia lata de batatas fritas de uma só vez. E depois gritei com as crianças por quererem sorvete como lanche da tarde. É isso.”

      “Você está certa. Você é uma pessoa horrível.”

      Penny mostrou a língua antes de responder. Penny era mestre em mostrar a língua daquele jeito.

      “Meu ponto é que, talvez, ao contrário do que parece, ele tenha consciência disso. Você já pensou em terapia de casal?”

      “Você sabe que não acredito nessa porcaria. Além disso, por que eu deveria ir a um terapeuta quando tenho você? Com a terapia da Penny e a ioga, eu me garanto emocionalmente. Falando nisso, ainda estamos combinadas para amanhã de manhã na sua casa?”

      “Absolutamente.”

      Pensando nisso agora, brincadeiras à parte, talvez a terapia de casal não fosse uma idéia tão ruim. Eliza sabia que Penny e Colton iam a cada duas semanas e eles pareciam estar mais fortes por isso. Se ela fosse, ela sabia que pelo menos sua melhor amiga não iria mais esfregar isso na sua cara.

      Elas davam apoio uma à outra desde a escola primária. Ela ainda se lembrava de quando Kelton Prew puxou suas tranças e Penny o chutou na canela. Isso tinha sido no primeiro dia da terceira série. Desde então elas se tornaram inseparáveis.

      Elas tinham ajudado uma à outra a passar por inúmeras dificuldades. Eliza tinha estado lá para Penny quando ela teve bulimia no ensino médio. Em seu segundo ano de faculdade, tinha sido Penny a convencê-la de que não tinha sido apenas um encontro ruim, mas sim que Ray Houson a estuprara.

      Penny tinha ido com ela à polícia do campus e esteve na sala do tribunal para oferecer apoio moral quando ela testemunhou. E quando o treinador de tênis quis tirá-la

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