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Thanos, e quando Ceres olhou para trás, ele tinha efetivamente libertado a mulher Povo dos Ossos... que passou por Ceres num salto para apanhar uma faca de um homem que estava caído.

      Ela dirigiu-se para a multidão de marinheiros como um remoinho, golpeando e matando. Ceres olhou para Thanos e, depois, foi com ela, tentando acompanhar o avanço da mulher que eles supostamente deveriam estar a salvar. Ela viu Thanos esquivar-se de um golpe de espada e depois contra-atacar, mas Ceres teve de aparar, naquele momento, um golpe que foi dirigido a si.

      Os três lutaram juntos, trocando de lugares como se fossem participantes em alguma dança formal onde nunca parecia haver falta de parceiros. A diferença era que esses parceiros estavam armados e um passo em falso significaria a morte.

      Eles lutavam arduamente. Ceres gritava em desafio enquanto eles a atacavam. Ela golpeava, movimentava-se e golpeava novamente, vendo Thanos lutar com a força quadrada de um nobre, a mulher do Povo dos Ossos ao lado dele atacar violentamente numa confusão de agressão viciosa.

      De seguida, os lordes de combate estavam ali, e Ceres sabia que estava na hora de ir.

      “Pela lateral!”, gritou ela, correndo para o trilho.

      Ela mergulhou e sentiu outra vez o frio da água quando a atingiu. Ela nadou na direção do barco e, depois, içou-se pela lateral. O seu pai puxou-a para bordo, e depois ela ajudou os outros, um a um.

      “O que é que estavas a pensar?”, perguntou o pai dela quando eles chegaram ao convés.

      “Eu estava a pensar que não podia ficar a aguardar”, respondeu Thanos.

      Ceres queria argumentar, mas tal fazia parte da forma de ser de Thanos. E era também por isso que ela o amava.

      “Tolice”, estava a dizer a mulher do Povo dos Ossos com um sorriso. “Maravilha tolice. Obrigada.”

      Ceres olhou ao redor para os barcos mais próximos deles. Naquele momento, todos estavam revoltados, e muitos dos marinheiros a bordo estavam a apressar-se por armas. Uma flecha atingiu a água perto deles, depois outra.

      “Remar!”, gritou ela para os lordes de combate. Mas para onde é que eles podiam remar? Ela já conseguia ver os outros navios a movimentarem-se para intersetá-los. Em breve, não haveria saída. Era o tipo de situação em que antes ela poderia ter usado os seus poderes, mas agora ela não os tinha.

      Por favor, Mãe, implorou ela no silêncio da sua mente, já me ajudaste antes. Ajuda-me agora.

      Ela sentiu a presença da sua mãe algures no limite do seu ser, efêmera e tranquilizadora. Ela podia sentir a atenção da sua mãe, a olhar através de si, a tentar descobrir o que lhe tinha acontecido.

      “O que é que eles te fizeram?”, sussurrou a voz da sua mãe. “Isto é trabalho do feiticeiro.”

      “Por favor”, disse Ceres. “Não preciso dos meus poderes para sempre, mas preciso de ajuda agora.”

      Na pausa que se seguiu, uma flecha atingiu o convés entre os pés de Ceres. Estava claramente demasiado perto.

      “Não posso desfazer o que foi feito”, disse a mãe dela. “Mas posso emprestar-te outro dom, desta vez. Só desta vez. Acho que o teu corpo não aguentaria mais.”

      Ceres não se importava, desde que eles escapassem. Os barcos já se estavam a aproximar. Eles precisavam disto.

      “Toca na água, Ceres, e, perdoa-me, porque isto vai doer.”

      Ceres não a questionou. Em vez disso, ela colocou a mão nas ondas, sentindo a humidade fluir ao redor da sua pele. Ela preparou-se...

      ... e, ainda assim, teve de lutar para não gritar quando algo fluiu através de si, brilhando pela água e depois pelo ar. Parecia que alguém tinha desenhado um véu de gaze no mundo.

      Através dele, Ceres via os arqueiros e guerreiros a olharem em choque. Ela ouvia-os a gritarem de surpresa, mas os sons pareciam silenciados.

      “Eles queixam-se que não nos conseguem ver”, disse Jeva. “Eles dizem que é magia negra.” Ela olhou para Ceres com um ar de admiração. “Parece que tu és tudo o que Thanos disse que tu serias.”

      Ceres não tinha a certeza disso. Aguentar aquilo doía mais do que ela poderia acreditar. Ela não tinha certeza de quanto tempo mais conseguiria continuar.

      “Remem”, disse ela. “Remem antes que esmoreça!”

      CAPÍTULO TRÊS

      No templo de telhado alto do castelo, Irrien observava impassível enquanto os sacerdotes preparavam Stephania para o sacrifício. Ele permanecia implacável enquanto eles andavam de um lado para o outro, amarrando-a no altar, segurando-a enquanto ela gritava e lutava.

      Habitualmente, Irrien tinha pouco tempo para aquelas coisas. Os sacerdotes eram um monte de tolos obcecados por sangue que pareciam pensar que apaziguar uma morte poderia afastá-la. Como se algum homem pudesse impedir a morte, exceto pela força do seu braço. Implorar não funcionava, não para os deuses, e não, como o breve chefe de Delos estava a descobrir, para ele.

      “Por favor, Irrien, faço qualquer coisa que tu queiras! Queres que me ajoelhe diante de ti? Por favor!”

      Irrien ficou como uma estátua, ignorando-a como ignorava a dor da sua ferida, enquanto ao redor dele, nobres e guerreiros, permaneciam a observar. Pelo menos, havia algum valor em deixá-los ver aquilo, assim como havia valor em apaziguar os sacerdotes. O favor deles era apenas outra fonte de poder a ser tomada, e Irrien não era tão tolo ao ponto de ignorar aquilo.

      “Não me desejas?”, implorou Stephania. “Eu pensei que me querias para teu brinquedo.”

      Irrien não era tão tolo ao ponto de ignorar os encantos de Stephania também. Isso era parte do problema. Quando a mão dela tinha tocado no seu braço, ele tinha sentido algo para além dos habituais primeiros sinais de desejo que ele sentia com belas escravas. Ele não iria permitir aquilo. Não poderia permitir aquilo. Ninguém teria poder sobre ele, mesmo do género que vinha de dentro de si.

      Ele olhou para a multidão. Havia ali lindas mulheres mais do que suficientes. As anteriores aias de Stephania ajoelhadas nas suas correntes. Algumas choravam ao ver o que estava a acontecer à sua ex-governante. Ele iria distrair-se com elas não tardava muito. Por enquanto, ele precisava de se livrar da ameaça que Stephania representava com a habilidade dela em fazê-lo sentir algo.

      O mais superior dos sacerdotes aproximou-se, com os fios de ouro e prata na sua barba a tilintar enquanto ele se movia.

      “Está tudo pronto, meu lorde”, disse ele. “Vamos cortar o bebé da barriga da sua mãe, e depois sacrificamo-lo no altar da maneira apropriada.”

      “E os teus deuses acharão isso agradável?”, perguntou Irrien. Se o sacerdote reparou na pequena nota de escárnio ali, não se atreveu a mostrar.

      “Muito agradável, Primeiro Pedregulho. Muito agradável.

      Irrien assentiu.

      “Então, será feito da maneira que sugeres. Mas serei eu a matar a criança.”

      “Tu, Primeiro Pedregulho?”, perguntou o sacerdote. Ele pareceu surpreendido. “Mas porquê?”

      Porque era a sua vitória, e não a vitória do sacerdote. Porque tinha sido Irrien a lutar pela cidade, enquanto aqueles sacerdotes provavelmente tinham estado em segurança nos navios que os transportavam. Porque tinha sido ele que tinha ficado ferido por causa daquilo. Porque Irrien assumia as mortes que eram dele, em vez de deixá-las para homens menores. Porém, ele não explicou nada disso. Ele não lhes devia tais explicações.

      “Porque eu escolho fazê-lo”, disse ele. “Tens alguma coisa contra?”

      “Não, Primeiro Pedregulho, nada contra”.

      Irrien apreciou a nota de medo ali, não por causa própria,

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